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Em Busca do Homem do Saco
Muitas vezes ouvi a minha avó, que era pessoa simples e sem papas na língua, assustar-me com o homem do saco, que supostamente levava consigo, dentro do saco, as crianças que não faziam aquilo que os pais e as avós lhes mandavam fazer.
Confesso que sempre achei a hist��ria muito estranha. Um homem com um saco? Isso é suposto assustar alguém? É certo que poderia raptar crianças, mas, para quê o saco? Para as enfiar lá dentro? Mas quão grande teria que ser esse saco e quão forte o homem, para conseguir levar uma resma de crianças às costas?
Aquela história não fazia grande sentido e confesso que nunca me assustou muito. Sempre fui demasiado racional para me assustar com mitos, sobretudo quando eram absurdos, como este.
Mas o certo é que a moda é antiga e não foi só a minha avó a ameaçar crianças com o homem do saco, outros falavam do mesmo sujeito e com gravidade despropositada.
Recentemente veio-me à lembrança esta figura, ao ver uma humorista brasileira ironizar que as crianças de hoje só têm medo de coisas insignificantes, como violência doméstica ou pedófilos, enquanto antigamente se tinha medo de coisas verdadeiramente assustadoras, como o homem do saco ou a mula sem cabeça.
De facto, os medos mudam com as gerações, embora nem tanto, porque há medos que se mantêm, apenas se expressam de acordo com as realidades do seu tempo, atualizam-se mas mantêm-se na sua essência.
O homem do saco é seguramente um deles. Por isso esta lembrança despertou-me a curiosidade e resolvi partir para a internet, em busca do homem do saco.
Afinal de contas para que serviria este manancial de informação que é a internet, se o não pudéssemos usar para as coisas verdadeiramente importantes, como a mitologia infantil?
Quem era afinal este homem do saco e porque deveriam as crianças ter medo dele?
Uma teoria fascinante, defendida por várias pessoas, é que no passado (alegadamente até 1913, que é tão específico que só pode ser verdadeiro) era comum enviar crianças pelo correio, com selo postal e tudo. Estas iam penduradas no saco do pobre carteiro, a quem não chegava levar o correio, como ainda tinha que carregar com pirralhos ao domicílio.
Porque motivo se enviariam crianças pelo correio, perguntará o perspicaz leitor, habituado aos confortos contemporâneos e à comunicação digital? A resposta é simples, para as afastar de locais onde proliferassem epidemias ou em casos de miséria extrema, que obrigava à entrega das crianças para adoção (não sei se nestes casos haveria isenção de portes).
Há quem afirme, com convicção, que a prática era não só legal, como comum. As crianças de tanto verem os amigos serem levados pelo carteiro, começaram a chamar-lhe o homem do saco e a temê-lo como ao demónio, dando origem à lenda urbana do homem do saco.
Mas o mito não ficava por aqui. Havia sempre o perigo adicional de se extraviarem, como acontecia com tanto correio, nesses tempos. Alguns até morriam no percurso, o que fazia os mais velhos temerem pelo regresso das suas almas, para assombrar os que os enviaram para longe.
Esta teoria está apresentada online, entre outros, por uma senhora jornalista brasileira que se chama Ana Claudia Rebello. Não foi inventada por mim, juro!
Acho que, maior do que o mito do homem do saco, é este mito do carteiro que leva crianças, com selo e tudo, ao domicílio, para fugir a epidemias ou entregas para adoção. É tão absurdo que é bem possível que haja quem acredite nele.
É esse o fascínio dos mitos. Não há nenhum tão fantástico que não se lhe possa acrescentar qualquer coisa.
Pegando nessa instituição contemporânea que é a Wikipédia, temos múltiplas versões do mito. Comecemos pela brasileira, que é onde o homem do saco, a par da mula sem cabeça, ocupa o lugar cimeiro na mitologia infantil tradicional.
Para os wikepedistas brasileiros o homem do saco, também conhecido como o velho do saco (a influência virá do castelhano, já que na Argentina e no Chile o mito é muito comum e conhecido sobretudo como “El viejo del saco”) é uma figura mitológica equiparada ao bicho-papão, retratado como um homem com um saco nas costas que carrega crianças malcriadas. O mito está presente em toda a América Latina, vindo de Portugal e Espanha, mas também existe na Europa oriental e nalguns países asiáticos (não diz quais, serão as Filipinas, de colonização espanhola?). Nalguns países da América Latina chamam-lhe “el hombre del costal”, que quer dizer bolsa ou saco, em espanhol.
Na Espanha, o “hombre del saco” geralmente é retratado como um velho malvado e extremamente feio e magro, que come as crianças que se portam mal.
Um dado curioso, que é repetido exaustivamente na internet, é a associação do mito a um crime real ocorrido alegadamente em 1910, na vila espanhola de Gádor, na província de Almeria, na Andaluzia. O assassinato do menino Bernardo Gonzalez Parra por Francisco Leona Romero, em Gádor, em 1910, teria dado origem a este termo em Espanha, porque os sequestradores usaram um saco de juta para levar a criança. Esta associação tem por fonte um artigo de 2014, de Federico Ayala Sörense publicado no Diário ABC e teve ampla repercussão na América Latina, onde a história foi republicada centenas de vezes, em jornais nacionais e locais como “A verdadeira história do homem do saco”.
No Brasil, o homem do saco é retratado como um homem adulto, alto e imponente, geralmente na forma de um vagabundo, que carrega um saco às costas e recolhe crianças desobedientes, para fins nefastos não especificados. Houve até quem associasse o mito a Laerte Patrocínio Orpinelli, que ficou conhecido popularmente como o Homem do Saco ou o Maníaco da Bicicleta, um pedófilo e serial killer que admitiu ter assassinado mais de 100 crianças na região da cidade de Rio Claro, no interior de São Paulo, entre as décadas de 1970 e 1990.
Curiosa é também a associação do homem do saco a outro mito famoso, o do Krampus.
O Krampus é uma criatura mitológica que acompanha São Nicolau, durante a época do Natal. A palavra Krampus viria de Krampen, significando "garra" no alto alemão antigo.
Nos Alpes, o Krampus é representado como uma criatura semelhante a um demónio que dá raspanetes e castigos às crianças que se portem mal. Nestas regiões, existe a tradição dos rapazes se mascararem de Krampus, nas duas primeiras semanas de dezembro, especialmente na noite de 5 de dezembro, e vaguear pelas ruas, assustando as crianças com correntes e sinos enferrujados, usando uma máscara de madeira, coberta de pele de ovelha e com chifres.
Em Oberstdorf, no sudoeste da parte alpina da Baviera, a tradição chama-se “der Wilde Mann” ("o homem selvagem"). Como o Krampus (exceto os chifres), veste peles e assusta crianças (e adultos), com as suas correntes e sinos enferrujados, mas não é um assistente de São Nicolau.
No Brasil, parecem existir resquícios desta tradição em Santa Catarina, no Vale do Itajaí. Na cidade de Guabiruba, por exemplo, é chamado “Pensinique” (deturpação de Pelznickel, nome utilizado no Sul da Alemanha). Aparece vestido com roupas velhas e sacos de juta, tem cabelos de palha e carrega um saco às costas, como o Pai Natal. Nesse saco, guarda instrumentos para assustar as crianças más, e às muito más, ameaça mesmo levar no saco. Maria Luiza Renaux, no seu livro de 1995, “O outro lado da história: o papel da mulher no Vale do Itajaí, 1850-1950”, faz referência a esta lenda do Pensinique.
Jorge Cabral no seu blogue PORTUGALd'antigamente menciona a lenda do homem do saco. Em versões alternativas da lenda, em vez de um velho, o elemento que levava as crianças seria um cigano e, em versões remotas, esse velho ou o cigano levava as crianças para sua casa e fazia com elas sabonetes e botões.
Ainda segundo ele, no início da lenda, os pais amarravam uma fita vermelha à perna da cama da criança indesejada e o velho do saco passava a noite, de casa em casa, buscando fitas vermelhas amarradas às pernas das camas. Quando as encontrava, poderia levar consigo a criança em questão.
Embora não indique o início temporal da lenda, apresenta uma estimativa histórica da sua introdução no Brasil, coincidindo com a chegada dos Sintos e dos Rom, duas etnias ciganas, ao Brasil, no final do século XIX. Sem pátria, num mundo onde tudo se transformava a uma velocidade cada vez maior, o povo cigano viveria marginalizado da sociedade, desenvolvendo-se uma aversão da população a esse povo, apelidados de ladrões, sequestradores e vadios.
A verdade é que o Brasil do séc. XIX, neste particular, não parece muito diferente do Portugal do séc. XXI. O povo cigano sempre foi marginalizado e vítima de desprezo por parte das populações sedentárias, por toda a Europa, sendo ainda evidentes esses comportamentos descriminatórios na Europa atual, tando no leste, como no ocidente. Estranho seria se os ciganos fossem recebidos no continente americano de modo diverso ao que sempre foram tratados nos outros continentes onde estão presentes.
Fábio Previdelli debruçou-se sobre a lenda no sítio brasileiro Aventuras na História. Atribui-lhe o caráter de lenda urbana, embora reconheça logo de seguida que é mais conhecida nos meios rurais. Ainda assim penetrou nas cidades sob o nome do Papa-figo.
O Papa-figo não só rouba os menores malcriados como também se alimenta de seus fígados. Pelo que Papa-figo seria uma contração de Papa-fígados.
A lenda diria que o Papa-figos, sendo portador de uma doença grave, acredita que, alimentando-se de fígados de crianças, que possuem os órgãos mais puros e sadios, poderia curar a sua enfermidade.
Por vezes conta com ajudantes, que capturam as crianças, levando-as até ele. Outras vezes atua sozinho, atraindo os infantes com doces e briquedos.
Um dado curioso é que, após roubar as suas vítimas, deixaria uma quantia em dinheiro, ao lado dos corpos das crianças, como forma de ajudar os familiares a pagarem o funeral.
Esta preocupação com o pagamento do funeral, que os agentes funerários seguramente agradecem, poderá ser também ela uma associação ao povo cigano, que tem por tradição a divisão dos custos com o enterro, entre todos os membros da comunidade.
Voltando a Previdelli, ele diz que a aparência deste Papa-figo varia consoante as regiões do Brasil. Nuns locais é um velho, vestido com roupas sujas e rasgadas, corcunda e com uma barba longa, que anda pelas ruas com um saco às costas. Noutras regiões ganha umas orelhas enormes e uns dentes de vampiro, como consequência da sua doença.
Em Geografia dos Mitos Brasileiros, o antropólogo Luís da Câmara Cascudo discorre sobre esta aparência: “O papa-figo é como o lobisomem da cidade, que não muda de forma, sendo alto e magro. Diz-se que é um velho negro, sujo, vestido de farrapos, com um saco ou sem ele, ocupando-se em raptar crianças para comer-lhes o fígado ou vendê-lo aos leprosos ricos”.
“Em outras regiões é muito pálido, esquálido, com a barba sempre por fazer. Saí à noite, às tardes ou ao crepúsculo. Aproveita as saídas das escolas, os jardins onde as amas se distraem com os namorados, os parques assombrados. Atrai as crianças com disfarces ou mostrando brinquedos, dando falsos recados ou prometendo levá-las para locais onde há muitas coisas bonitas”.
Segundo um estudo publicado pela Universidade Estadual da Paraíba, no imaginário popular, o Papa-Figo pode ter sofrido de hanseníase, popularmente conhecida como lepra, ou de doença das chagas, que causa inchaço no fígado. Assim, a lenda pode ter surgido em meados do século XX, quando o Nordeste brasileiro sofreu uma epidemia da doença. Os funcionários do Ministério da Saúde visitavam as comunidades, onde as pessoas haviam sido acometidas por tal enfermidade, e realizavam necropsias aos mortos. O procedimento normal, na época, era a retirada de líquidos e pus dos fígados das vítimas. Assim, o mito pode ter surgido por falta do conhecimento popular, o que não impediu que fosse transmitido de geração em geração.
Repete-se a história da metamorfose dos mitos. O homem do saco, seguramente uma lenda muito antiga, importada da Europa, evolui para o Papa-figo, um personagem alegadamente oriundo do nordeste brasileiro e que retira fígados a cadáveres de leprosos.
Jair Ferreira Junior, no sítio Brasilescola debruça-se também sobre o mito do homem do saco e do papa-figo, citando obras sobre o folclore brasileiro de Luís da Câmara Cascudo, Basílio de Magalhães e Simões Lopes Neto (Contos gauchescos e lendas do sul), mas também um estudo antropo-sociológico de José Vazquez Santisteban sobre o crime de Gádor, já atrás mencionado.
Para ele a lenda do homem do saco, chamado em algumas regiões como papa-figo, é parte do folclore brasileiro, sendo uma das lendas mais populares do país. No entanto, em todos os continentes é contada a lenda de um homem com um saco, que rapta crianças desobedientes, punindo-as. O crime de Gádor, praticado em 1910, popularizou a lenda do homem do saco e originou o nome papa-fígado, que no Brasil se tornou papa-figo. O papa-figo é geralmente representado como um homem rico, que sofre de alguma doença e que, acreditando que será curado, rapta crianças para beber o seu sangue e devorar o seu fígado.
O papa-figo é descrito de forma diferente pelo território brasileiro, mas, em todas as versões, ele é representado como um homem que carrega um saco às costas. Ele pode aparecer como um homem comum, geralmente um idoso, ou como um ser com garras e longos dentes.
No início do século XX, no Brasil, o papa-figo passou a ser associado a pessoas com hanseníase, mais conhecida como lepra. A lenda ajudou a piorar a estigmatização com a qual as pessoas com a doença viviam, nesse período.
Desde a Idade Média, existem relatos de um homem do saco que capturava crianças desobedientes. Existem representações desse mito em algumas pinturas do século XVIII, entre elas a do artista alemão Abraham Bach de Ältere. Na obra, Ältere compôs um homem, com um saco cheio de crianças, aproximando-se de uma residência. Uma criança corre para uma mulher adulta, procurando proteger-se desse homem do saco.
Xilogravura do século XVIII, de Abraham Bach de Ältere, representando o homem do saco.
Foi no início do século XX que o homem do saco passou também a ser chamado papa-figo. Acredita-se que isso ocorreu por causa do crime real conhecido como Crime de Gádor.
Em 1910, em Gádor, na Espanha, o menino Bernardo González Parra, de sete anos, foi raptado por Francisco Leona. Para isso, Leona havia recebido dinheiro de Francisco Ortega, um homem rico que sofria de tuberculose.
Ao visitar uma curandeira chamada Agustina Rodriguez, ela informou Ortega que ele só poderia curar-se se ingerisse sangue de uma criança e passasse a gordura dela no seu próprio peito. Por isso, Francisco Ortega pagou a Francisco Leona para sequestrar o pequeno Bernardo.
Leona fez a criança perder os sentidos com clorofórmio e colocou-a dentro de um saco de juta, levando-a para a propriedade do patrão. Como previa o plano, o menino foi assassinado, e Ortega bebeu o seu sangue. A gordura do menino foi retirada e com ela foi feito um unguento que foi aplicado no peito do doente.
Após o desaparecimento de Bernardo, a polícia foi avisada e acabou por encontrar os responsáveis pelo crime. Francisco Ortega, o patrão, Francisco Leona, o homem que capturou e assassinou o menino e a curandeira Agustina Rodriguez, foram condenados à morte pelo crime.
A lenda já mereceu duas adaptações cinematográficas no Brasil. Uma curta metragem de 2018 chamada o Papa-figo, que conta a história de duas crianças atormentadas pelo mito e uma longa metragem estreada em 2019, dirigida por Adriano Portela e chamada Recife Assombrado, onde o personagem principal, Hermano, procura o seu irmão, enfrentando diversos personagens do folclore brasileiro, entre eles o papa-figo.
Ferreira Junior faz ainda o paralelismo entre o Homem do saco/Papa-figo e outros personagens do folclore internacional com os quais partilha características, como o Sack man, versão anglo saxónica do homem do saco ou o nosso já conhecido Krampus, personagem que atua em conjunto com São Nicolau, o Pai Natal. Ele é uma figura antropomórfica, peluda, com cauda e com chifres. Castiga, com varadas ou com o rapto, as crianças que se portaram mal durante o ano, enquanto o Pai Natal entrega presentes às crianças que se portaram bem.
Acrescenta contudo mais dois mitos, relacionados com o homem do saco: O Robachicos do folclore mexicano, personagem popular que se assemelha muito ao homem do saco. Rapta principalmente crianças que não voltam para casa à hora certa ou à hora do jantar; e o Antjie somers da África do Sul, que, apesar do nome feminino, se trata de um homem que, durante a noite, se veste de mulher para sequestrar crianças. Uma versão da lenda conta que ele era o carrasco da Cidade do Cabo e, com o fim da escravidão, passou a perambular pela África do Sul, com um saco às costas, raptando crianças.
Eis como a liberdade de género chegou também ao homem do saco. Na África do Sul há um homem do saco transexual.
Daniela Diana, no sítio Toda Matéria, retoma no essencial os traços já referidos para o Papa-figo, mas refere uma novidade. Alegadamente, na região do Recife existe outra lenda muito parecida, a do “palhaço que rouba crianças”. A semelhança entre elas é que ambos raptam crianças. No entanto, ao invés de um velho corcunda, este é uma pessoa vestida de palhaço que não se alimenta do fígado de suas vítimas, mas rouba os órgãos das crianças com o intuito de vendê-los.
Aqui a lenda do homem do saco funde-se com a do palhaço assassino, celebrizada pelo cinema norte-americano.
A lenda é tão popular que, em Portugal, até deu origem a um concurso televisivo produzido pela RTP, onde o comediante Manuel Marques encarna o personagem. Mas em vez de um homem mau, um vilão capaz de aterrorizar adultos e crianças, este "Homem do Saco" tem um lado carinhoso e amigável e está até disposto a distribuir prémios por todos aqueles que ousarem cruzar o seu caminho. Só têm que escolher o saco correto.
Já no documentário brasileiro The Scavenger, de 2015, dirigido por Carol Wachockier, Felipe Kfouri e Rafael Halpern o homem do saco é um personagem real, um homem que vive à margem da sociedade e caminha invisível perante os olhos de todos, catando materiais recicláveis para se sustentar. Esse homem desenvolveu o seu próprio método de coleta e tornou-se catador, profissão alternativa ao desemprego que assola muitos brasileiros.
Da apresentação do filme pelo Instituto Pólis pode ler-se o seguinte:
“Cerca de 90% de tudo que é reciclado no Brasil passa pelas mãos dos catadores de materiais recicláveis, agentes invisíveis para grande parte da sociedade. Esses profissionais desenvolveram um método de coleta seletiva eficiente para o cumprimento de algumas etapas da gestão de resíduos sólidos e criaram uma alternativa profissional ao desemprego que assola muitos brasileiros.
Com o objetivo de semear o debate sobre a importância que os catadores possuem na sociedade atual, os diretores Rafael Halpern, Felipe Kfouri e Carol Wachockier produziram o filme de forma independente, sem patrocínio ou financiamento, e decidiram antecipar a divulgação gratuita e online do documentário “O Homem do Saco”(...).
O filme de 58min mergulha no mundo desses trabalhadores e abre nossos olhos para enxergar essas pessoas consideradas invisíveis. A partir da história de vida de diversos personagens, vemos os problemas que enfrentam e vislumbramos possíveis soluções para uma vida mais digna desta figura tão significativa para a cadeia de reciclagem.”
O filme está disponivel gratuitamente no Youtube.
Adelina Lima, no sítio Segredos do Mundo, retoma a associação do homem do saco aos leprosos. Para ela, no imaginário popular, os portadores da lepra eram pessoas totalmente desfiguradas que atacavam crianças para ingerir o seu fígado e assim ficarem curados da doença. Durante muito tempo, os pais enganavam as crianças afirmando que o velho do saco iria sequestrá-las para lhes retirar os fígados e alimentar-se com deles. Daí teria surgido o termo papa-fígado, que foi abreviado para papa-figo.
Esclarece que, antigamente, muitas pessoas acreditavam que a lepra era uma doença do sangue (sangue impuro ou sujo). Como o sangue é filtrado pelo fígado, muitos achariam que, comer esse órgão, ajudaria a restabelecer a sua saúde. Um fígado doente trata-se com um fígado sadio, era a firme convicção do senso comum popular dos antigos. Por este motivo, acreditava-se que o Papa Figo era um homem acometido por essa doença, que sequestrava as suas vítimas para lhes arrancar este órgão.
O papa figo era um senhor, geralmente careca e de dentes tortos, que andava com um grande saco às costas, onde sequestrava as crianças que ficavam a brincar até tarde na rua e que não obedeciam as mães.
Ela prossegue referindo que a lenda do papa-figo é confundida com o velho do saco devido à incorporação de um mito europeu no folclore brasileiro. Segundo a crença, bastante comum na Europa de leste, haveria um velho que andava sujo, mal vestido, com um grande saco às costas, cheio de crianças que ele sequestrava pelo caminho. E de acordo com esta lenda, as crianças do saco que o velho carregava, eram crianças que estavam longe de algum adulto, brincando à frente das suas casas ou na rua. As crianças apanhadas pelo velho eram mortas e não tinham só o fígado retirado mas também o sangue, usado para sarar as suas chagas.
Em Espanha a lenda seria tão popular e a figura tão temida por mães e crianças, a ponto da histeria em massa e o medo levarem várias populações a atacarem qualquer estrangeiro ou pessoa potencialmente suspeita.
Durante o século XIX, a tuberculose assolava a Europa. Embora fosse uma doença mais urbana, devido às péssimas condições de vida e insalubridade das periferias, as consequências atingiram também os meios rurais.
Tal como no Brasil, a medicina e o método científico coexistiam com superstições, remédios caseiros e sabedoria popular. Nas áreas mais isoladas, havia apenas a figura do curandeiro ou feiticeiro. Um velho, que carregava um saco gigante, onde guardava o material para suas poções. Ele era o encarregado de oferecer remédios, como misturas e poções que muitas vezes eram acompanhadas de rituais. Acreditava-se que o sangue das crianças era bom para curar a tuberculose. Então, muitas crianças temiam ser sequestradas por estes homens do saco curandeiros, por causa do seu sangue jovem e saudável.
No sítio da comunidade ABC do Bebé, é partilhado um pequeno conto em que se pretende desmistificar a lenda, para evitar mais sustos, às crianças de hoje:
Era uma família de três irmãos, o pai e a mãe. Moravam numa residência muito graciosa. Não lhes era permitido juntarem-se aos garotos que brincavam na rua. “Por que?” Bem, não sei muito bem, mas o pai era uma pessoa muito diferente dos outros pais.
Nunca ninguém ia brincar na casa e as portas e janelas raramente se abriam. Às vezes conseguia perceber-se que havia alguém por detrás da janela a espreitar, mas nada se sabia. Tinham um cão grande, muito feio, que rondava a casa dia e noite, e nunca latia.
Naquele tempo recebia-se carvão em casa e pedras de gelo para a geladeira e até mesmo leite em garrafas especiais. O gelo chegava numa carroça sempre pingando, e era atirado pela porta. O leite ficava no portão, do lado de fora da casa.
O carvão vinha em sacos especiais. Conta-se que certo dia, ao chegar a casa, antes mesmo de deixar o saco do carvão, o carvoeiro ouviu um choro sentido, que vinha lá de dentro.
Parou e ficou á escuta. Não precisas de chorar mais, dizia alguém. Ele já se vai embora.
Tenho medo dele – suspirava a criança.
Pára, senão ele não se vai embora.
Fez-se um silêncio e o carvoeiro deixou o saco no lugar e partiu. Ficando intrigado com o sucedido, pensou:
“- Da próxima vez vou ficar à escuta para ouvir do que é que a criança tem medo. Será que é de mim”?
E assim foi. Deixou o saco de carvão, fez de conta que se ia embora, mas não foi.
Pronto – dizia alguém lá dentro – ele já se foi.
Você viu? Ele traz o saco nas costas e fica á espera, se saíres ele agarra-te e leva-te embora dentro do saco.
Ele é o homem do saco.
O pobre coitado ficou ali ouvindo, atónito! Credo, como é que alguém pode dizer uma coisa destas a uma criança? Pensou. Voltou para a carvoaria e, no final do dia, depois de um bom banho, foi falar com o polícia da cidade.
Narrou o sucedido, e os dois foram até àquela casa. Bateram à porta, bateram e nada de abrirem. Finalmente, depois de muita insistência, apareceu o dono da casa. O polícia repreendeu-o e à sua mulher também. Chamaram as crianças, apresentaram o homem do saco e contaram toda a verdade.
Daí em diante, aquela casa ficou conhecida como “a casa do homem do saco”. Até hoje ainda existem pessoas que gostam de assustar as crianças com esta história:
Um dois três…
O último que ficar,
O homem do saco vai levar…
Roni Dalpiaz, num artigo publicado no jornal “A Folha de Torres”, pequena cidade do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, retoma o mito com uma variante também popular no Brasil que é o do carro ou carrinha preta. A história é a de um homem maltrapilho, todo de preto. que saía pelas ruas desertas da cidade, à procura de crianças para colocar num saco e levá-las, sabe-se lá para onde. Mas não era só o tal homem, havia também uma carrinha preta, que saía pelas ruas da cidade à noite, parava, escolhia e levava algumas crianças, que estavam nas ruas, retirava-lhes algum órgão (geralmente o fígado ou um rim) e as devolvia ainda vivas.
Numa leitura mais social do mito, Ricardo Lemos publicou um poema dedicado ao homem do saco, no Site das Poesias:
Lembro-me bem
Do velho "homem do saco".
Pobre coitado. Morador de rua, Embriagado, Caminhava solitário Quando foi atropelado Por um ônibus apressado Que o jogou contra a guia, E indiferente, seguiu pela via Cheio de gente, Numa noite fria, E rua vazia.
Luísa Souto, no sítio Manual Geek, retoma o mito em termos mais tradicionais, como lenda de Dia das Bruxas.
O Papa Figo possui uma aparência comum, ainda que bastante feia. É descrito como um homem bastante velho e de modos esquisitos, e é comum vê-lo sempre carregando um grande saco, pendurado às costas. A sua aparência costuma chamar a atenção das pessoas, por isso, o velho Papa Figo prefere agir através dos seus ajudantes, para atrair vítimas inocentes, em geral crianças, com idade abaixo dos 15 anos. Mas há relatos de jovens de 16 e 17 anos que tiveram sumiço relacionado com o velho homem.
O Papa Figo é uma pessoa de bastante posses, e através de promessas de pagamentos em dinheiro, acaba atraindo seguidores. Homens gananciosos e criminosos que utilizam todos os artifícios para atrair crianças, sequestrá-las, e levá-las até ao velho.
O nome Papa Figo advêm do que o cruel homem faz às suas vítimas, sendo Papa Figo uma abreviatura de Papa Fígado (ou Come Fígado).
Devido a uma grave doença (alguns dizem tratar-se de Lepra) o Papa Figo acredita que, devorando o fígado de crianças, a sua condição será atenuada. Dizem que as suas dores, apenas são aliviadas após ele devorar os órgãos das crianças (principalmente o fígado).
Era comum a polícia encontrar as vítimas mortas, com um punhado de dinheiro junto ao corpo, para cobrir as despesas do velório, mas, com o passar do tempo, o Papa Figo acabou pegando o gosto pelo sofrimento das crianças, assim como pelo seu sabor. Até mesmo os ajudantes têm muito medo dele e geralmente sequestram as crianças, conquistando a confiança delas através de doces, brinquedos, presentes e moedas.
Portanto, quando a nossa mãe nos dizia que não deveríamos falar com pessoas estranhas, ela estava absolutamente certa.
Eduardo Machado, no sítio Catequese Hoje, alude à lenda relacionando-a com o tráfico humano, sobretudo de crianças pobres.
Para afugentar o malvado, as mães cantavam o refrão “canta, canta meu surrão, que eu te dou um beliscão!”. “Surrão” era o saco onde o homem colocava as crianças desobedientes, que eram levadas das suas casas. O homem percorria aldeias e cidades, recolhendo dinheiro das pessoas, que pagavam para ver “o surrão cantar”, isto é, negociarem em tráfico humano, exploração de trabalho infantil e escravidão.
Na versão da sua família, o homem do saco chamava-se “Tibum Guererê”. O enredo era o mesmo e, no final, a menina sequestrada era salva pela mãe, que a resgatava do saco, colocando no seu lugar estrume de vaca, para desespero do Tibum Guererê.
Para ele, no imaginário desta história infantil, esconde-se a questão do tráfico humano. Famílias que traziam meninas pobres do interior para “ajudar a criar”, e que, na capital, sob o manto dessa aparente caridade, eram submetidas à condição de empregadas domésticas num regime quase escravo, mantidas na ignorância, no analfabetismo, na submissão absoluta.
Com a globalização, a questão tornou-se ainda mais complexa. O Brasil figura como um dos maiores “fornecedores” de homens, mulheres e crianças, submetidos ao tráfico sexual no país e no estrangeiro, assim como ao trabalho forçado, no seu próprio país. A pedofilia, na forma de turismo sexual infantil, continua a ser um problema grave, em especial nas cidades do litoral, em complexos turísticos do Nordeste do Brasil.
Assim “o homem do saco” continua ativo e presente, em pleno terceiro milénio, convivendo com a tecnologia moderna e até se servindo dela para fazer o “seu surrão” cantar.
Ngoma Usuku conta-nos um conto do homem do saco angolano, no sítio Palavra e Arte, mostrando assim que o mito não se se cingiu à Àfrica do Sul, mas também penetrou na antiga colónia portuguesa de Angola.
“Numa aldeia distante, era de praxe as crianças irem até ao rio tirar água para levarem às suas casas. Era também costumeiro os pais avisarem-nas para que não brincassem dentro do rio – pois, temiam que as crianças fossem levadas pela forte correnteza – e que muito menos deviam tentar atravessá-lo – pois, havia o risco de elas serem sequestradas pelo infame Homem do Saco.
Todavia, havia meninos cuja curiosidade lhes corroía os olhos. Kaculu era desses. E, um dia, decidiu aventurar-se por entre os caminhos proibidos.
Engenhosamente, o rapaz inventou calçados de pedra que o possibilitaram passar incólume pela brava correnteza do rio. Após andar variadas horas por entre as majestosas e intimidadoras árvores, Kaculu viu-se perdido a sonoite. Procurou pelo caminho de volta para a casa, mas sem sucessos. Deixou esvair de seus olhos algumas lágrimas de angústia e medo. Nem lhe foi dado tempo para limpá-las de seu rosto pequeno, pois um barulho sinistro despertou a sua atenção.
O rapaz tentou correr, mas caiu e arrastou-se com os braços até à árvore mais próxima. Enquanto o barulho ganhava maior alarde, Kaculu viu a aproximar-se de si uma figura abissalmente negra, possuidora de um odor horripilante e um par de olhos bizarros, noctívagos, vermelhos escuros, que imediatamente o pôs num grande saco feito de pele de cabra.
Apesar dos gritos e dos movimentos bruscos que o rapaz empreendeu dentro do saco, foi levado com pouco esforço por aquela aberração. Depois de inúmeras tentativas infrutíferas, a Kaculu restou apenas o fôlego para perguntar ao ser que o apanhara:
– Para onde me levas?
Após alguns segundos de silêncio, o maior raptor de crianças daquela área respondeu-lhe friamente, com voz áspera de monstro.
– O ratinho que vai procurar comida sem a ajuda da mãe é apanhado pelo gato. As palavras dos teus pais deviam ser como algemas pesadas em tuas mãos, manter-te-iam sempre em casa e seguro. Porém, visto que te atreveste a desobedecê-los, eu farei a ti o que o gato faz sempre que apanha um ratinho.
A noite já ia distante. Kaculu estava amarrado a um poste. O ser que o apanhara acendera a fogueira debaixo de uma panela gigantesca e, no momento, colocava o que pareciam ser legumes para dentro dela. Estava abismalmente escuro. Via-se apenas a silhueta dele. Era alguém gigantesco. Não se podia ver o rosto. Via-se o brilho avermelhado de seus olhos. Seria humano? O que pensava fazer com o rapaz? Comê-lo como havia dito?
A figura atemorizante deu passos até ao rapaz. Tinha uma pequena tigela na mão. Brasas – havia brasas na tigela. O ser julgado terrível colocou a mão no arredondado recipiente e girou as brasas. Saía fumo de seus dedos. Ele fez aquilo por alguns segundos, depois atirou – cinzas! Ele atirou cinzas para cima do corpo do rapaz. Como é que conseguira fazer aquilo? Ninguém mexe em brasas e as transforma em cinzas!
O rapaz tossiu – o que saiu das suas narinas pareceram pequenas fagulhas cintilantes em vez das cinzas que lhe foram lançadas. A figura tenebrosa afastou-se. Colocou um pesado e comprido pau na panela e começou a girar. De repente, o brilho da lua aumentou. Kaculu conseguiu ver duas enormes figuras a aproximarem-se do monstro. Um deles parecia ter a forma de um jacaré, o outro parecia ser um fantasma. Ambos se aproximavam lentamente do raptor; não faziam barulho. Quando se aproximaram o suficiente para que a figura de olhos vermelhos sentisse a sua presença, cada um ficou pousado de um lado – um à sua esquerda e outro à sua direita.
De repente, o jacaré começou a ganhar forma humana, assim como o provável fantasma. Os dois ficaram abaixados, em posição de respeito. Pareciam ser seus arautos, seus lacaios, seus servos. Ambos estavam vestidos como indígenas; estavam quase nus. Quando o raptor levantou as mãos para o céu, eles ergueram-se e andaram em aproximação do Kaculu. Desamarram-no e o levaram para perto da figura com os olhos vermelhos brilhantes. Os dois ergueram o Kaculu. O rapaz conseguiu ver o interior da panela enorme. Não era água e legumes que estavam lá dentro. Eram pedras de carvão incendiadas em estado líquido, e cheiravam a petróleo.
Oh! Não! Os homens lançaram o rapaz para dentro da panela. O menino gritou. A panela era tão grande que todo o corpo dele coube dentro do recipiente. Parecia que se afogava em lava. O seu corpo derretia, mas agora já não sentia dor. A sua pele, os seus cabelos, os seus músculos – tudo derretia, menos os seus ossos.
Quando todo o tecido cutâneo, capilar e muscular desapareceu por completo do corpo do rapaz, apenas o tecido ósseo restou. Os dois homens retiram o esqueleto da panela. O esqueleto – o esqueleto tinha vida. Todas as suas articulações não sofreram danos. Ainda era uma pessoa, apenas não tinha músculos, cabelos e pele.
– O que sentes? – perguntou-lhe um dos prováveis lacaios, enquanto o rapaz andava e esfregava os ossos dos braços.
– Sinto frio – respondeu Kaculu.
Outro dos prováveis lacaios colocou um pano pesado sobre o menino. Kaculu sentiu-se aquecer. Os quatro andaram até uma tenda. O raptor estava à frente de todos.
– O que é que vocês fizeram comigo? – perguntou Kaculu, depois de se ter sentado e ver inúmeros objectos artesanais no local.
Antes de receber a resposta, o gigante de olhos vermelhos fez um gesto e os outros dois saíram. O gigante estava de costas voltadas para o rapaz. O raptor retirou o capuz que não permitia que o Kaculu visse o seu rosto. O rapaz viu que o gigante tinha muito cabelo – o cabelo era muito comprido. Ainda de costas, o raptor retirou o tecido ligado ao capuz e rugiu levemente. O rapaz ficou com medo. Kaculu não tinha olhos no rosto, mas via.
O gigante começou a virar-se lentamente. Kaculu viu… seios? Uma mulher? O Homem do Saco era uma mulher?
– És uma mulher? – perguntou ele ao beirar a rouquidão e a gaguez.
– Qual é o problema? – perguntou ela, enquanto os seus olhos vermelhos ganhavam a coloração dos olhos normais. A voz era suave, contudo séria e firme.
– Tu não és o Homem do Saco, és?
– Sou. Porque te surpreendes?
– Todo mundo na aldeia pensa que és um homem: o teu próprio nome diz isso: Homem do Saco. Homem…
– Este nome não se refere a mim, mas à humanidade… à humanidade no saco, à humanidade a apartada do que é bom, à humanidade que faz o que é errado, à humanidade que destrói os nossos campos, as árvores, polui os rios, à humanidade trancada que precisa de liberdade.
– Muito estranho esse teu nome.
– Na verdade, é mais que um nome, é um cargo, é a minha designação. O que me deram para fazer.
– Quem te deu?
– Alguém que veio antes de mim.
– Não percebi – disse o rapaz, levantando-se enquanto sentia que grande parte de seus ossos já estava preenchida por músculos.
– Houve muitos Homens do Saco antes de mim. Temos o período de dez anos para cuidar dessa tarefa. Depois temos de escolher alguém e passar-lhe os nossos poderes. Neste contexto, voltamos a ficar humanos e nos esquecemos de tudo o que fizemos antes.
– E o que faço aqui?
– Foste escolhido por mim… O ritual pelo qual passaste há pouco é princípio da transição dos meus poderes para ti.
– Como assim? Eu vou me tornar num gatuno de crianças?!
– Não ouviste bem o que disse – disse a enorme mulher ao colocar-lhe as mãos pesadas sobre o ombro. – Quantas crianças foram raptadas desde que nasceste?
– Nenhuma… mas…
– Quantos anos tens?
– Dez.
– Entendeste agora? Parece que não. Qual a última pessoa que foi raptada? O que te contaram os teus pais?
– Uma menina.
– Aqui estou eu, dez anos depois… Só são raptados os escolhidos. Nem sequer se chama rapto – disse, reparando que o rapaz olhava para as inúmeras penas finas que ela tinha no pulso. – É uma bênção proteger a natureza, o nosso país… Conheces coisas que mais ninguém conhece. Os animais te pertencem, te obedecem, as árvores, os rios, os mares… Tudo, tudo é teu e está ao teu serviço.
– E quem são aqueles dois?
– Um é o Jacaré Bangão, o outro é o Kazumbi.
– O que é que eles fazem?
– Também são uma ajuda. São os meus olhos nos sítios em que não estou. Quantas províncias temos?
– Dezoito…
– Somos três, cada um cuida da terceira parte desse número.
– Seis.
– Pensas rápido. Exactamente. Cada um cuida de seis províncias.
– Quais são as tuas?
– Bengo, Malanje, Zaire, Cabinda, Uíge e Kwanza-Sul – respondeu ela, contando nos dedos dele.
Kaculu viu que sua mão estava como a de humano novamente, mas que tinha penas finas como as dela.
– Elas serão agora o teu território.
– O que está a acontecer comigo, Homem do Saco? – perguntou o rapaz ao olhar para todo o seu corpo e sentir que sua visão se tornava avermelhada.
– Já te disse. Estás a ganhar novos poderes. Toma. Veste isso – disse ela, atirando-lhe uma pequena peça de roupa com o intuito de encaminhar o rapaz para a saída. – Tens muito que aprender. O teu treino começa a partir de agora.”
Este conto é uma deliciosa mistura de atualidade e tradição. Temos a tradição portuguesa do homem do saco que rouba crianças, temos o Antjie Somers sul-africano, que transforma o homem do saco numa mulher (ou num homem vestido de mulher ou numa mulher vestida de homem, a transexualidade do Antjie Somers é claramente assumida neste conto, o que contribui igualmente para a sua atualidade) e temos ainda a contemporaneidade da temática da defesa do ambiente, em que o mito é transformado numa espécie de super herói ou deus animista, com dois ajudantes, cuja missão é proteger a natureza: “os animais te pertencem, te obedecem, as árvores, os rios, os mares… tudo, tudo é teu e está ao teu serviço”. É um deus vocacionado para a defesa da natureza dos abusos do Homem e só rapta uma criança, a cada dez anos, com o propósito de preparar a sua sucessão, de modo a que sempre exista alguém que assegure a sua missão sagrada em Angola.
Temos assim o homem do saco elevado a um personagem de ficção literária que faz lembrar o realismo mágico latino-americano, que também existe em autores africanos e asiáticos, alguns de enorme sucesso, como o angolano José Eduardo Agualusa, o moçambicano Mia Couto, o indiano Salman Rushdie ou ainda o japonês Kazuo Ishigurô.
No sítio de “O Semanário”, um jornal de Rafard, São Paulo. O jornalista Rubinho Souza lembra o medo que o irmão mais velho tinha do homem do saco, que, na cidade de Rafard, era conhecido pelo nome de Ligeira. O mito seria comum nos países latinos, oriundo de Portugal e Espanha, mas também exista em países como o Haiti, Estados Unidos, nalguns países asiáticos e ainda na Alemanha, Rússia, Inglaterra, Grécia, Itália e França.
No que respeita às características do homem do saco ou “Ligeira” paulista, refere ser um velho malvado, feio e magro, que come as crianças que se comportam mal. A lenda na Europa era de que as crianças carregadas pelo velho do saco eram transformadas em sabonetes, pele de tamboretes e os seus ossos eram transformados em botões.
Já quanto à origem do mito menciona a inverosímil história das crianças enviadas pelo correio - “Esse mito passado de geração para geração, na realidade se deve ao trabalho dos carteiros, que nos séculos passados, além de entregar correspondências cujo transporte era feito através de animais, era comum os pais enviarem crianças pelos Correios com selo pendurado em suas roupas para a escola ou para parentes, onde elas viajavam numa espécie de sacola que ficava presa ao ombro do carteiro.
Essa prática também acontecia, quando as famílias queriam livrar as crianças pequenas de locais com incidência de doenças contagiosas, pobreza extrema ou mesmo para a doação, quando os pequenos eram dados à adoção para outras famílias, o que nessa época era perfeitamente legal e muito comum.” - mas também aos “sequestros de crianças por povos ciganos que invadiram em massa diversos continentes, sequestrando crianças pra vendê-las em outros locais para usá-las como mão de obra em fábricas que eram em grande número naquele tempo.“
Uma vez mais assistimos à fusão entre o mito e realidade. Aqui desaparece o papa-figo, tão popular no Brasil, para dar lugar a um Ligeira paulista que ora seria um carteiro, ora um cigano, mas com o propósito bem realista de entregar crianças para adoção, a famílias mais ricas da cidade, ou mesmo para as traficar, como mão de obra barata para a indústria.
A popularidade do mito é tão grande no Brasil que até foi adotado pela famosa “Turma da Mónica”, do ilustrador Maurício de Sousa, em que os personagens Seu Cebola e Zé Moreira, um ogre da floresta negra, já foram associados ao homem do saco.
A Desciclopédia é um sítio que pretende ser uma versão louca e humorística da Wikipédia, com artigos sobre os mais diversos temas, carregados pelos utilizadores.
Sob a epígrafe “Homem do Saco” encontramos o seguinte:
“Na Dinamarca, no século XII, a mortalidade infantil era muito alta, já que as vacinas e os xaropes ainda não haviam sido inventados e, no inverno, época do natal, não havia muita coisa para se comer além de neve e esterco de cavalo. Assim, para não ter problemas com crianças subnutridas que provavelmente ficariam doentes, as famílias preferiam abandoná-las fora de casa na expectativa de que morressem congeladas e pudessem ser reaproveitadas mais tarde na janta (a mesma coisa que a Sadia faz atualmente, portanto).
Entretanto, algo muito estranho começou a acontecer: em vez da fina película de gelo que normalmente envolvia os corpos das crianças, elas passaram a aparecer envoltas numa grossa camada de uma substância branca congelada, que tinha um estranho cheiro de queijo e gosto muito ruim, de forma que as crianças ficavam inutilizadas para consumo. Alguns mais corajosos punham a substância branca na boca e cuspiam, enquanto outros ainda mais valentes a engoliam. Daí surgiu a expressão "Cospe ou engole?", usada por bravos Vikings quando referindo-se às suas preferências alimentares.
Porém, muitos dinamarqueses começaram a morrer de fome por recusarem-se a comer as crianças com gosto de queijo brie, e logo uma Comissão de Moradores com Tochas (CTC) se formou para investigar o que estava acontecendo. Assim, numa madrugada fria de abril ou março (a história não registra precisamente) de 1113, foi descoberto o enigma: um velho tarado, com um enorme saco entre as pernas, abusava sexualmente das crianças e, devido à enormidade de seu atributo, jorrava cerca de 4,2 litros de esperma quando atingia o orgasmo, cobrindo completamente as crianças.
A multidão furiosa, armada de foices, pedras e más intenções, não deu tempo para que o grande gozador se defendesse: seu saco foi cortado pelas foices e devidamente dividido entre toda a população, que não morreu de fome. Bem abastecidos e satisfeitos, mantiveram a tradição de comer peru no natal. O corpo do homem do saco foi esquartejado e queimado dezenas de vezes (após as sessões de tortura chinesa, claro).
A lenda do Homem do Saco, no entanto, durou mais que ele.”
Uma versão do mito que fala por si mesma, desprezando mais comentários.
Rodrigo Alves de Carvalho, escritor e poeta de Minas Gerais, no Brasil, escreveu também uma crónica sobre o homem do saco no “Jornal da Cidade” de Aracaju, capital do estado brasileiro de Sergipe.
“(…) Nunca tive medo do Homem do Saco e sim muita curiosidade em saber como ele era, como é que as crianças ficavam dentro do saco, onde ele as levava. O Homem do Saco poderia nos submeter a cruéis castigos insanos como por exemplo, nos forçar a comer quiabo, ou então algo mais tenebroso nos cozinhando num caldeirão fervendo como faziam as bruxas.
Para as outras crianças, o medo do Homem do Saco imperava naquele mundo infantil cheio de mistérios e fantasias e o melhor a fazer era obedecer aos pais, não teimar em ficar brincando por muito tempo na rua depois que éramos chamados, até porque se o Homem do Saco não aparecesse, com certeza o chinelo da mãe apareceria.
Certa tarde eu estava brincando sozinho na calçada, aproveitando a água que descia junto ao meio fio, construía uma represa com paus e tijolos velhos. Quando olhei para baixo, subia um homem alto, com chapéu engraçado, andar lento, que não tirava os olhos de mim. Meu desespero começou quando observei que segurava um saco enorme nas costas que sacolejava para lá e para cá.
Em pânico, minhas perninhas tremiam e com muita dificuldade consegui ficar em pé. O Homem do Saco se aproximou, sempre me olhando sem parar, consegui dar uns passos para trás e fiquei próximo ao portão de casa. Porém, mesmo com as pernas bambas, não queria gritar chamando minha mãe, pelo contrário, havia curiosidade em saber o que ele faria e como eu iria caber naquele saco que devia estar repleto de crianças.
- Sua mãe está aí?
Ao perguntar isso, tive certeza que minha hora havia chegado, mas decidi juntar forças e lutar, principalmente porque um instinto heroico tomou conta de mim e iria acabar com aquela história de Homem do Saco. Então xinguei da maneira mais vil e ofensiva já existente para uma criança:
- Bobão! Feio! Cara de mamão! Boboooo!
Minha mãe ao ouvir tais ofensas saiu de casa e se deparou com o filho se preparando para o fatal pontapé na canela do tenebroso vilão que carregava um saco nas costas...
À tarde quando meu pai chegou, vieram conversar comigo e explicar que não podia xingar as pessoas simplesmente por estarem carregando um saco nas costas e que o Homem do Saco não existia de verdade.
E minha mãe não ficou chateada por eu ter me assustado com o Homem do Saco e sim porque teve que pedir desculpas ao humilde pedinte que só queria um copo d’água.”
Os efeitos perversos dos mitos no desenvolvimento psicológico da criança.
A associação do mito do homem do saco aos crimes macabros não é nova, aliás muitos garantem que a origem do mito foi o crime hediondo de Gádor em 1910, em Espanha. Também já vimos que serial killers, que atuaram muito mais recentemente, como o brasileiro Laerte Patrocínio Orpinelli, que cometeu múltiplos infanticídios no interior do estado de São Paulo, entre as décadas de 70 e 90 do século XX, foram relacionados com o mito.
Por isso não espanta que o sítio brasileiro entitulado Canal Ciências Criminais apresente a história de outro serial killer, como sendo a do verdadeiro homem do saco.
“Em São Petersburgo, os contos de fadas tornaram-se um pesadelo tangível quando um homem desequilibrado começou a atacar e abusar de meninos à luz do dia, com níveis chocantes de brutalidade. A cidade ficou em pânico com esses horríveis acontecimentos, onde em alguns casos as vítimas tiveram seus órgãos internos retirados e descartados.
Igor Irtyshov, aterrorizando a cidade com seus atos monstruosos, se tornou o homem do saco personificado. Nascido fraco e subdesenvolvido devido à dependência alcoólica de sua mãe, Igor enfrentou um início de vida trágico. Sofrendo um traumatismo craniano na infância e, em seguida, sendo abandonado por sua mãe num internato para deficientes mentais. Ele próprio foi vítima de abusos e maus-tratos, o que agravou sua condição mental.
Os terríveis ataques de Irtyshov ocorreram durante um ano, de dezembro de 1993 a novembro de 1994. Ele foi finalmente detido quando um suposto amante encontrou uma mochila infantil ensanguentada entre seus pertences e informou à polícia.
Apesar do caos na cidade e das autoridades em seu encalço, Igor não se deteve, mostrando sua crescente perda de controle e crueldade. Diagnosticado com graves distúrbios mentais, Igor foi julgado são e condenado à morte. Morreu aos 49 anos de ataque cardíaco na prisão, em 2021.
Uma das vítimas do homem do saco, o jovem Konstantin Kouzmine, foi capaz de sobreviver, embora com sérias sequelas físicas. Depois de uma mobilização nacional, Kouzmine foi levado para os EUA, onde passou quatro anos sendo alimentado por nutrição parenteral total (NPT), devido à perda de grande parte de seus órgãos digestivos causada pelo ataque.
Após um transplante de intestino em 1998, infelizmente, seu corpo começou a rejeitar o novo órgão em 1999. A falta de resposta de seu sistema imunológico fez com que Kouzmine não resistisse e ele faleceu no início do ano 2000, aos 14 anos.
Esta história trágica de Igor Irtyshov e suas vítimas nos lembra que, por mais aterrorizantes que sejam as histórias inventadas para disciplinar as crianças, os verdadeiros monstros podem estar mais perto do que imaginamos.”
Apesar do tom sensacionalista do artigo, os factos referidos são reais e Igor Irtyshov foi um assassino em série russo real, um jovem de 22 anos, que se dedicava à prostituição, e que violou e assassinou oito jovens com idades entre os 9 e os 15 anos, em São Petersburgo, entre Dezembro de 1993 e Outubro de 1994. Foi preso em Novembro de 1994, julgado e condenado à morte em 1996, mas a sua sentença seria comutada para prisão perpétua em 1999, tendo morrido na prisão, de insuficiência cardíaca, em Fevereiro de 2021, aos 49 anos de idade.
Não obstante a veracidade dos factos, a única semelhança do caso Irtyshov com o mito do homem do saco é o rapto de crianças. O infanticida não era velho, nem usava qualquer saco para transportar as crianças. Trata-se assim de uma associação claramente abusiva ao mito, com o propósito de despertar a curiosidade do leitor para um caso criminal com contornos extremamente violentos e por vezes macabros.
Num plano completamente diverso, existe em Portugal uma coleção de obras literárias denominada o Homem do Saco, que tem por objetivo apoiar e divulgar jovens artistas, nomeadamente, através da publicação da sua primeira obra. A iniciativa é do Grupo Experimental de Intervenção Cultural (GEIC), criado em Lisboa em 1990, mas atualmente ativo na Moita, concelho de Castro Daire e distrito de Viseu.
O mito é aqui interpretado como o arrebanhar de jovens talentos literários, à procura de oportunidade para editar uma primeira obra. Um saco cheio de jovem talento.
Sob a influência de Roberto Gamonal Arroyo, professor na Faculdade de Ciências da Informação da Universidade Complutense de Madrid, existe também uma associação cultural, dedicada às artes visuais, que junta artistas portugueses e espanhóis, e se chama precisamente o Homem do Saco.
Este “Homem do Saco é uma colusão internacional contra a fealdade do mundo, sob a forma de associação cultural e atelier de tipografia e de edições artesanais (ou não tanto). Constituído por Juan Yusta, Miguel Pereira, Luís Henriques, Luís França, Joana Pombo, Manuel Diogo, Mariana Pinto dos Santos, Ricardo Castro e Rui Miguel Ribeiro, imprime cartazes e edições de algumas dezenas de exemplares, em ti pografia de caracteres móveis, serigrafia, gravura e outras técnicas (recorre também a impressões digitais, a Risografia ou a offset, em edições de tiragens maiores). Há várias chancelas editoriais dentro do Saco: Landscapes d’ Antanho, Pianola, Momo, Diário de um Ladrão, 100 cabeças, Troppo inchiostro, O Homem do Saco. Eventualmente, também respinga tinta por encomenda, para executar pequenas edições de autor, edições ou capas de outras editoras, cartões, menus ou workshops de tipografia.”
Aqui temos um saco cheio de novas ideias e oportunidades criativas para os artistas.
Voltando à nossa bem conhecida wikipédia, direi que a versão portuguesa é em tudo semelhante à brasileira exceto num pormenor importante: a associação do mito não apenas ao Krampus alpino mas também a um misterioso “coco”, “coca” ou “cuca”, que ainda não foram mencionados em nenhuma das consultas anteriores.
A coca ou cuca é um ser mítico, uma espécie de fantasma, bruxa ou bicho-papão com que se assustam as crianças. Embora não tenha uma aparência definida, este ser assustador tinha uma representação figurada, a sua cabeça era uma espécie de abóbora ou cabaça da qual saía luz (ou fogo). A representação da coca era feita com uma panela ou abóbora oca em que se faziam três ou quatro buracos, imitando olhos, nariz e boca, e em que se colocava uma luz dentro e deixava-se, durante a noite, num lugar bem escuro para assustar crianças e pessoas que passavam. A coca é um ser feminino, o equivalente masculino é o coco, nas definições de Cândido Figueiredo e Nuno Matos Valente (Bestiário Tradicional Português).
Trata-se pois de uma figura muito semelhante ao Jack-o'-lantern do folclore norte-americano, associado ao Halloween ou Noite das Bruxas.
O mito do Coco teve origem em Portugal e na Galiza. Segundo o dicionário da Real Academia Espanhola,“el coco” (também chamado “el cuco” na América Latina) teve origem no fantasma português: “(Do português côco, fantasma que leva uma abóbora vazía, a modo de cabeça). Fantasma com que se mete medo às crianças”. A palavra coco é usada em linguagem coloquial para significar a cabeça humana em português e espanhol. Coco também significa crânio. A palavra "cocuruto" em português significa a coroa da cabeça e o lugar mais alto. "Gogo" em basco significa espírito. Na Galiza "crouca" significa cabeça, deriva do proto-celta krowkā, e tem a variante "croca"; e quer coco ou coca também significam cabeça. São cognatos o córnico "crogen" que significa crânio, o bretão "krogen ar penn" que significa crânio, e o irlandês "clocan" que também significa crânio.
Na mitologia Calaico-Lusitana Crouga (do proto-celta krowkā) é o nome de uma divindade ainda com contornos obscuros, a quem são feitas oferendas, no entanto na inscrição de Ginzo de Limia é a Crouga que é oferecida.
Nas Ordenações e Leis Extravagantes, "dar coca a alguém" significa "trazê-lo sujeito e à sua disposição com carícias e afagos, trazê-lo tonto, manso com amavias".
Coco era o nome do fruto de uma espécie de carvalho. Por sua vez o nome cuca era dado a uma "espécie de bugalho que se cria nos carvalhos e que, quando verde, tem côr avermelhada que faz lembrar a de certas maçãs" (maçã-de-cuco). O vocábulo transmontano "cócora" significa 'castanha cozida, que se não descascou parcialmente', e deriva de coco, coca. Em provençal "coca" é o nome que se dá à castanha.
O nome do coco é usado frequentemente como aviso de um mal iminente nos países de língua castelhana, tal como acontecia em Portugal, quando as crianças desobedecem aos seus pais, não querem dormir, não querem comer, ou para as dissuadir de irem para lugares perigosos e de se afastarem de casa. Não é o aspeto do coco mas o que ele faz que assusta a maioria das crianças. O coco é um comedor de crianças (um papa-meninos) e um sequestrador. Ele imediatamente devora a criança e não deixa rastro dela ou leva a criança para um lugar sem volta. Mas ele só faz isso às crianças desobedientes. A coca fica a vigiar as crianças mal comportadas do topo do telhado (fica à coca). O coco toma a forma de qualquer sombra escura e fica também de guarda. Eles são atraídos pela desobediência de uma criança. Ambos representam o oposto do anjo da guarda e são frequentemente comparados ao diabo. Há ainda quem veja o coco como a representação dos defuntos da comunidade local.
No Minho a máscara que se faz com a casca de uma abóbora é chamada de coco. Na antiga Beira Alta era costume os rapazes levarem espetada num pau, como símbolo das almas do outro mundo, uma abóbora esculpida em forma de cara, com uma vela acesa dentro, lembrando uma caveira.
Segundo Rafael Loureiro, a tradição de esculpir abóboras com rostos é uma tradição milenar na Península Ibérica que remonta ao tempo dos celtiberos, um costume parecido ao que Diodoro Sículo atribuía aos guerreiros Iberos na batalha de Selinunte em 469 a.C., que penduravam nas lanças as cabeças dos inimigos.
"O costume outonal e infantil de esvaziar abóboras e talhar na sua casca olhos, nariz e boca buscando uma expressão tétrica, longe de ser uma tradição importada por um recente mimetismo cultural americanizante, é um rasgo cultural antiquíssimo na Península Ibérica" ~ Rafael López Loureiro (in Samain: A Festa das Caveiras).
Nas Décadas da Ásia (1563), João de Barros descreve como o nome do coco (fruto), teve origem nesta tradição:
“Esta casca per onde aquelle pomo recebe o nutrimento vegetal, que he pelo pé, tem uma maneira aguda, que quer semelhar o nariz posto entre dous olhos redondos, per onde elle lança os grellos, quando quer nascer: por razão da qual figura, sem ser figura, os nossos lhe chamaram coco, nome imposto pelas mulheres a qualquer cousa, com que querem fazer medo ás crianças, o qual nome assi lhe ficou, que ninguem lhe sabe outro, [...]”.
Rafael Bluteau, no primeiro dicionário da língua portuguesa o Vocabulario Portuguez e Latino (1712) define o coco e a coca como caveiras: “O Coco ou a Coca. Usamos destas palavras, para pôr medo aos meninos, porque a segunda casca do Coco tem na sua superfície três buracos com feição de caveira.“
Na primeira metade do século XX a coca era parte integrante de festejos como o do Dia de Finados ou o peditório ritual do Pão-por-Deus. O Pão-por-Deus, já mencionado no século XV, é um peditório ritual feito por crianças, embora antigamente participassem também os pobres, feito com o fim de partilhar o pão ou guloseimas com as alminhas queridas, os defuntos da comunidade, que eram aguardados ansiosamente e chegavam de noite em forma de borboletas ou pequenos animais. Conforme a região, este peditório assume diferentes nomes: santoro ou santorinho, dia dos bolinhos, fieis de Deus, já na Galiza o peditório tem o nome de migalho (migallo).
"Nesta mesma cidade de Coimbra, onde hoje nos encontramos, é costume andarem grupos de crianças pelas ruas, nos dias 31 de Outubro e 1 e 2 de Novembro, ao cair da noite, com uma abóbora oca e com buracos recortados a fazer de olhos, nariz e boca, como se fosse uma caveira, e com um coto de vela aceso por dentro, para lhe dar um ar mais macabro." (Manuel de Paiva Boléo, Universidade de Coimbra. Instituto de Estudos Românicos, 1963).
"Em Coimbra o peditório menciona «Bolinhos, bolinhós», e o grupo traz uma abóbora esvaziada com dois buracos a figurarem os olhos de um personagem e uma vela acesa dentro[...]outro exemplo da utilização da abóbora ou cabaço como figuração humana, nas máscaras dos embuçados das esfolhadas de Santo Tirso de Prazins (Guimaräes), que depois, estes passeiam, alçadas num pau e com uma vela dentro, e deixam espetados em qualquer sitio mais ermo, para meterem medo a quem passa." (Renato Almeida, Jorge Dias. Estudos e ensaios folclóricos, 1960).
"Em Landim (Famalicão) fingia-se, para amedrontar a gente das esfolhadas, um rosto humano com um cabaço ôco onde se metia uma vela a arder. A seguir espetava-se o cabaço num espeque, e deixava-se num ponto de passagem." (Leite de Vasconcelos, Revista lusitana: arquivo de estudos filológicos e etnológicos, 1919).
Na Galiza começava-se a talhar as cabaças com cara de caveiras perto do dia de São Miguel (21 de Setembro), e continuava-se pelo outono dentro. Toda a estação do outono era tempo de fazer caveiras com as cabaças.
As cabeças teriam poderes protetores, protegiam as pessoas ou comunidades. Teriam também poderes divinatórios ou proféticos e de cura. Os locais de exibição das cabeças cortadas, da Idade do Ferro, situavam-se dentro e fora dos edifícios, notando-se uma preferência por locais públicos, de trânsito e locais altos acima do nível de circulação das pessoas (ruas, varandas ou entradas de edifícios, paredes e pilares), sempre com uma preferência pelos locais mais visíveis (Hortalá. M. Carme Rovira. Las armas-trofeo en la cultura ibérica: pautas de identificación e interpretación)
A representação da coca, com uma abóbora iluminada, faz parte do património imaterial galego-português. Na Galiza é tema na festa das caliveras, ou samaín, e assume vários nomes: calacús, caveiras de melón, calabazotes, colondros, etc.
Os rituais em torno da Nossa Senhora da Cabeça, em Portugal, incluem a oferta de ex-votos com a forma de cabeças de cera, rezar a Avé Maria com uma estátua da Nossa Senhora em cima da cabeça, e rezar com a cabeça dentro de um buraco aberto na parede da capela (Enciclopédia das Festas Populares e Religiosas de Portugal).
A capela de Nossa Senhora das Cabeças localizada 50 metros a noroeste das ruínas do templo romano de Nossa Senhora das Cabeças (Orjais, Covilhã) evidencia uma continuidade no uso de um espaço sagrado que passou de uma área de culto pagão para a de um culto cristão e que continuou a ser um local de culto nos séculos seguintes até ao dia de hoje. De acordo com Pedro Carvalho os achados pré-romanos e a localização invulgar das ruínas romanas dentro das muralhas de um castro do século VIII a.c. sugerem a possibilidade de o local ter sido inicialmente de um culto pré-romano. Em Mileu, a capela de nossa Senhora das Cabeças tem cabeças humanas, uma cabeça com gorro, e cabeças de lobo como motivos decorativos. Na aldeia de Ponte, freguesia de Mouçós, num monte que dá para o Rio Corgo, há uma capelinha chamada de Santo Cabeço que a lenda diz ter sido construída pelos Mouros. Na parede voltada para o sul tem uma cavidade redonda onde os Mouros metiam a cabeça para ouvir o mar. O povo local tem também o costume de colocar a cabeça no buraco: uns para ouvirem o sussurro semelhante ao das ondas, outros para aliviarem as dores de cabeça (A Capela de N. S.a de Guadalupe. APL 930. Centro de Estudos Ataíde Oliveira )
Para além das tradicionais abóboras, fazem-se as lanternas com buracos a figurarem um rosto com panelas velhas furadas, com melões, e com caixas de sapato.
Em Portimão nas celebrações da Semana Santa, durante a “procissão dos Passos", organizada pela Misericórdia, o arauto, um homem vestido de negro com uma capa e um capuz, que tinha três buracos correspondentes aos olhos e boca, a cobrir a sua cara, que liderava a procissão e anunciava a morte de Cristo, era chamado quer de coca, farnicoco, (farricunco, farricoco do Latim far, farris e coco) ou morte. Dava-se o nome de coca quer à capa quer ao homem que a vestia.
Em 1498, o rei Manuel I deu permissão aos irmão da Misericórdia para que todos os anos no Dia de Todos-os-Santos recolhessem os ossos e os restos mortais, deixados no cadafalso, daqueles que tinham sido condenados à morte, e lhes dessem uma sepultura. A irmandade, durante a Procissão dos Ossos, era seguida pelos farricocos que levavam as tumbas e recolhiam os ossos dos condenados. O farricoco era o tumbeiro da Misericórdia que levava os defuntos para a sepultura.
O papel de assustar meninos estendeu-se até ao Brasil, levado pelos primeiros colonizadores, onde a coca é conhecida por um outro sinónimo: Cuca.
"Para Câmara Cascudo [...], a cuca pode ter três origens. De Santa Coca que aparecia nas procissões da província do Minho, em Portugal. Também no Minho, coca é o nome popular de abóbora que, assim como em nossos dias, era perfurada desenhando-se nela os contornos dos olhos e da boca, e colocando-se uma vela acesa dentro. A terceira possível origem é a partir de “Farricoco”, personagem amedrontador, vestido com uma túnica que acompanhava a procissão de Passos, no Algarve, também em Portugal."
E eis como, de repente, o mito do homem do saco se vê relacionado com outros dois mitos famosos, a célebre abóbora do Halloween, Jack-o'-lantern, que hoje associamos às celebrações norte-americanas mas que, afinal, parece ter origem galaico-portuguesa, e a brasileira Cuca, que muitos, sobretudo da minha geração, se lembram de ver no famoso Sítio do Picapau Amarelo, série de 23 volumes originalmente escritos, entre 1920 e 1947, pelo novelista brasileiro Monteiro Lobato e adaptados à televisão pela Globo em 1977, com música de Gilberto Gil e novamente em 2001.
A abóbora luminosa e de olhos, nariz e boca esculpidos, de ar ameaçador, é um comedor de crianças (um papa-meninos) e um sequestrador. Ele imediatamente devora a criança e não deixa rastro dela ou leva a criança para um lugar sem volta. Mas ele só faz isso às crianças desobedientes. A coca fica a vigiar as crianças mal comportadas do topo do telhado (fica à coca). É a reprodução quase exata da história do homem do saco e dos seus ajudantes e do Krampus e do Pai Natal.
Já a malvada Cuca, versão brasileira da Coca portuguesa, é a mesmíssima coisa, embora a versão que conhecemos do Sítio do Picapau amarelo seja inspirada na representação da mesma em forma de dragão, que também abundou em terras lusitanas.
A mais antiga referência à Coca surge no Livro 3 de Doações de D. Afonso III, ano de C. de 1274:
"E se per ventura algua Balea ou Baleato ou serea ou coca ou Roaz ou Musaranha ou outro pescado grande que semelhe algun destes morrer em Sesimbra ou em Silves ou em outros lugares da Ordin de El Rey."
No norte de Portugal, a coca é representada por um dragão com escamas. Na vila de Monção, conhecida como a terra da "coca", ela é chamada de "santa coca", (numa alusão à santa irlandesa Kilcock), ou "coca rabixa". Na festa da coca do dia do Corpus Christi a coca é o dragão que luta com São Jorge na representação da lenda de São Jorge e o dragão. Há referências à Festa da Coca desde o século XVI.
"A tal Coca é um monstro em figura de dragão. É de arcos, cobertos de lona, e rodas por baixo, sobre as quais marcha e contra marcha. Tem asas, pontas, e uma grande cauda retorcida. A boca é de molas, e, para que se abra e feche, atam-lhe uma corda porque puxam atrás os homens que fazem andar o dragão para meter medo ao cavalo. Esta luta de São Jorge com a santa Coca é a que mais embasbaca o povo." (Almanach de lembranças Luso-Brazileiro para o anno de 1867. pg 227).
Além da cabeça de abóbora ou de cabaça, iluminada por dentro, e do dragão, a coca era ainda representada, nalgumas regiões, por rapazes disfarçados, com máscaras de couro ou madeira, de assustar as crianças e raparigas, o que remete indubitavelmente para o nosso já bem conhecido Krampus, costume aliás, que se mantém, ainda hoje, nalgumas aldeias trasmontanas e da Galiza, fazendo as referidas máscaras as delicías dos colecionadores e dos espólios de museus de antropologia nacionais e estrangeiros.
Os embuçados ou serandeiros das desfolhadas são rapazes mascarados, cobertos com um cobertor, lençol ou capa encapuzada, trazem uma "racha", pau de marmeleiro ou de lódão da sua altura numa mão, na outra trazem raminhos de manjerico ou maçãs que dão a cheirar ou fazem cócegas nas bochechas dos presentes, e às vezes, por travessura, trazem urtigas. Quando uma rapariga reconhece quem é o serandeiro ou se reconhece o seu namorado joga-lhe a maçã que ela tinha trazido de casa. Os serandeiros representam os espíritos dos mortos, os espíritos da natureza.
De tal modo a máscara e capa preta se associou à coca que passou a designar qualquer tipo de capa ou véu negro destinado a encapuzar o portador.
Coca é o nome que se dava à capa ou traje com um capuz que cobria o rosto. Era também o nome do vestido de noiva, tradicionalmente de cor preta, com capuz, que ainda se usava no início do século XX. Camilo Castelo Branco relembrava com saudade o poder sedutor da coca:
"Ai! Eu ainda conheci mulheres formosas de mantilha. A graça com que elas a apanhavam e refegavam na cintura! Como as nalgas se relevavam redondas debaixo do lapim! E o bamboar dos cabelos anelados sob o docel negro e arqueado da côca..."; [...] "Quando elas tornarem, saiba o século XXI que fui eu quem nesta anarquia de modas francesas, comemorou com saudade a majestosa veste com que nossas avós se fizeram queridas de seus maridos e de outros."
Por seu lado, Teófilo Braga achava um curiosíssimo costume as noivas vestidas de coca:
"Ao contrário do que geralmente se observa por toda a parte do país, em algumas pequenas vilas e aldeias do distrito de Portalegre, como Arronches e outras, usa-se o curiosíssimo costume das noivas irem casar de coca ou mantilha preta e vestido da mesma cor, exactamente com o mesmo esquisito trajo com que vão à igreja noutras ocasiões. As madrinhas aparecem vestidas de igual forma. Nada menos elegante nem mais impróprio. Faz lembrar o «Noivado do Sepulcro»."
O mesmo Teófilo Braga faz recuar a tradição da coca negra ao século XV, citando o relato das viagens do Barão de Rozmital:
Nas Viagens do Barão de Rozmital, de 1465 a 1467, encontram-se algumas referências ás tradições fúnebres da época: "...os parentes do morto acompanham o funeral vestidos de roupas brancas próprias dos enterros com capuzes à maneira dos monges, com o qual vestuário se vestem de um modo admirável. Aquelles porém, que são assalariados para carpirem o defuncto vão vestidos com roupa preta, e fazem um pranto como o d'aquelles que entre nós pulam de contentes ou estão alegres por terem bebido.
Vale também a pena espreitar o que dizem os wikipedistas espanhóis sobre esta lenda, tão popular nos países de língua castelhana.
El hombre ou el viejo del saco, também chamado del Costal ou de la Bolsa, é um personagem do folclore infantil espanhol. É representado habitualmente como um homem que vagueia pelas ruas, após o anoitecer, em busca de meninos perdidos, para os levar metidos num grande saco para um local desconhecido. É um personagem assustador de meninos, utilizado para os obrigar a regressar a casa mais cedo. É similar ao “coco” e ao “sacamantecas”.
Os espanhóis não fazem naturalmente a associação direta ao crime de Gádor, que tanto impressionou os sul-americanos, porque o mito é manifestamente muito anterior a 1910. Antes referem que é uma figura imaginária, relacionada com vários crimes conhecidos, que resultaram no sequestro e morte de crianças, ao longo da história. Não se baseia assim em nenhum crime em particular, embora possa ser confirmado por todos.
No entanto mencionam o crime pelo impacto que teve na época, precisando que, em Junho de 1910, cometeu-se um crime brutal em Gádor, na província de Almeria.
Francisco Ortega, El Moruno (o mourisco), pai de família de 55 anos, sofria de tuberculose e procurava desesperadamente uma cura para a doença.
Para isso recorreu à curandeira Agustina Rodríguez que, por sua vez, lhe enviou o barbeiro e curandeiro Francisco Leona Romero. Este, que já tinha antecedentes criminais, a troco de 3000 reais, sugere-lhe a cura por ingestão de sangue de criança e untar o corpo com as suas gorduras ainda quentes. Ortega aceitou a cura.
Agustina Rodríguez e o seu filho Julio Hernández, conhecido como el Tonto, ofereceram-se para arranjar uma criança. E foi assim que na tarde de 28 de Junho de 1910 sequestraram Bernardo Gómez Parra, de sete anos de idade e natural da Rioja. Meteram o menino num saco e levaram-no para uma fazenda afastada em Araoz, que Agustina tinha preparado.
Um irmão de Julio Hernández el Tonto foi avisar o cliente, el Moruno, deixando a sua mulher Elena a preparar o jantar.
O assassinato ocorreu da forma seguinte: depois de tirar a criança aturdida do saco, fizeram-lhe uma incisão na axila para que saísse sangue, que o Moruno bebeu, misturado com açúcar. Depois levaram o menino para um local conhecido como Las Pocicas, onde Leona matou a criança com uma pedrada na cabeça. Tiraram-lhe a gordura e o omento (ou epíploo, que é uma prega peritoneal que liga entre si e suspende as vísceras abdominais) para confeccionar uma compressa que aplicaram no peito de Ortega.
Terminado o ritual, ocultaram o corpo numa greta, tapado com ervas e pedras, sem ser enterrado.
Na hora de repartir os 3000 reais, que tinha pago el Moruno pelo serviço, o curandeiro Leona tentou enganar o cúmplice Julio el Tonto, sem obter bons resultados. Dando-se conta das intenções de Leona e para se vingar dele, Julio contou à Guarda Civil que tinha visto o corpo de um menino, enquanto andava à caça de perdizes.
Quando as forças da Guarda Civil chegaram ao local indicado e encontraram o corpo, este estava de barriga para baixo, com o crâneo esmagado. Toda a aldeia acusou Leona, pois ele era conhecido pelas suas irregularidades, algumas delas criminosas. Detido, prestou declarações acusando Julio e vice-versa. Finalmente, após mil e uma histórias, ambos confessaram o crime.
O curandeiro Leona foi condenado ao garrote, mas morreu no cárcere. O cliente, Ortega, e Agustina, a curandeira, foram executados. José, um dos filhos de Agustina, foi condenado a 17 anos de cadeia, enquanto da mulher dele foi absolvida. Finalmente Julio el Tonto foi também condenado à morte, mas foi indultado, por ser considerado demente.
Fazem também menção a um jogo homónimo para crianças, El hombre del saco, alegadamente oriundo da Alemanha e descrito em 1796 por Johann Christoph Friedrich Gutsmuths. O jogo tem lugar num pátio ou outro espaço aberto. Os jogadores colocam-se todos de um lado exceto um menino, que fica sozinho no lado oposto e se faz passar pelo homem do saco. Quando grita “Quem tem medo do homem do saco?”, os outros respondem “Ninguém!” e começam a correr, cruzando o campo e tentando chegar ao lado contrário, enquanto o “homem do saco” corre na direção deles, tentando agarrar o maior número possível de jogadores. Os jogadores agarrados também se convertem em homens do saco. Na ronda seguintes juntam-se em cadeia ao “homem do saco”, como seus ajudantes, e tentam agarrar os que ainda não foram apanhados, mas só os do final da corrente, além do homem do saco, podem agarrar os adversários. Continuam assim, até só existir um menino livre, que será o vencedor.
Este jogo interessantíssimo, que se perdeu (ou se converteu na “apanhada”, versão com menos regras e por isso mais atrativa para as crianças) mais do que a origem do homem do saco é um seu reflexo, mostrando assim, não apenas que o mito é antiquíssimo, como também, que era conhecido e satirizado pelas crianças alemãs, antes do século XVIII, data em que foi assinalado em Espanha.
Algumas versões mais completas do jogo adicionam mais duas falas ao início do jogo:
El hombre del saco: ¿Quién teme al hombre del saco?
Jugadores: ¡Nadie!
El hombre del saco: ¿Pero que hacemos si lo vemos?
Jugadores: ¡Correr!
A sua referência ao coco, el coco, cuco, cuculelé ou cucuy, em castelhano, menciona que é uma criatura fictícia, de origem ibérica, caracterizado como um assustador de crianças, com que se ameaça, quando estas não querem dormir.
Gravura de Francisco de Goya, de 1799, representando El coco
A sua popularidade passou para as Américas, sendo conhecido como El Cuco em Porto Rico, República Dominicana, Panamá, Equador, Perú, Bolívia, Chile, Argentina e Uruguai e como El Coco em Cuba, Espanha, México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Colômbia e Venezuela. No Brasil existem serem folclóricos similares como a Cuca, que tem cabeça de jacaré em vez de uma abóbora, e o bicho-papão. Em Portugal há a Coca e no Paraguai o Cuculelé ou simplesmente Cuco.
Seres imaginários semelhantes existem noutros países, como na Bulgária, que tem o terrível Torbalan ou em Itália, que tem o Babau. Na Noruega e Dinamarca é conhecido o Bussemanden e na Finlândia o Mörkö.
Consultando a fonte destas informações, citadas na wikipédia espanhola, encontramos um curioso blogue chamado “Una Leyenda Corta” (Uma curta lenda) onde sob o título “La Leyenda del Coco” (A lenda do coco) ficamos a saber mais coisas sobre este Coco.
El Coco é um ser que gosta de assustar as crianças que não querem dormir. Os seus preferidos são aqueles que não obedecem ou que se portam muito mal. O Coco gosta de se esconder nos quartos das crianças mal educadas, assim como também nos seus roupeiros, nas gavetas e debaixo da cama, para os poder assustar de noite.
Mas há outro tipo de Coco, que aparece nas noites em que não há lua. Este enfia os meninos mentirosos num saco, para os transformar em sabão. Quando uma criança faz algo que não deve, tem de pedir desculpas e aceitar o castigo, senão receberá a visita do El Coco. Essa é a única maneira de salvar-se deste ser malévolo.
O aspeto do Coco varia em muitos lares, pode ter formato fantasmagórico e cabeça com três buracos (dois para os olhos e um para a boca) assim como em outros lugares ele é conhecido como o Homem do Saco (no Brasil e na Catalunha), ou "El Pequeño Hombre” (Bahamas), além de outros nomes já antes mencionados. Na República Checa e na Polónia é conhecido como "Bubak" ou "Hastrman" e na Alemanha chamam-lhe “Derschwarze Man“ (O Homem Negro).
De volta à wikipedia espanhola, dão-nos conta das várias sugestões de origem do nome e características deste personagem. Desde o latim coquus (cozinheiro) até ao náuatle (a antiga língua dos Astecas) Kojko (dano).
O etimologista Joan Corominas afirma na sua obra “Breve dicionário etimológico da língua castelhana” que os homens do almirante português Vasco da Gama chamaram assim ao fruto homónimo por comparação da sua casca de três furos, com cabeça, olhos e boca, com a do Coco.
Parece ser uma palavra expressiva que surgiu em muitas línguas diferentes em paralelo, geralmente com o significado de “objeto esférico”. Assim, no grego antigo já existe a palavra kókkos, “grão, pepita”. São vozes de formação paralela, entre outras, o italiano còcco ou cucco ("ovo"), o francês coque ("casca de ovo"). Em basco existe também a palavra “Koko”, que em espanhol equivale a coco, fantasma ou duende.
A forma cuco, predominante no Cone Sul e em certas áreas da América Central, pode ser devida a um cruzamento entre o coco europeu e alguma divindade de origem africana (o demónio bantu Kuku) ou maia (o deus Kukulcan).
Postula-se também que se trata de uma deformação da palavra cucurucho que é o nome do capuz usado pelos condenados pela inquisição, nas suas manifestações de rua e assustava crianças fisicamente pelo formato grotesco que tem e psicologicamente porque são pessoas más, para a Igreja Católica.
Existem outras variantes: no México existe a forma Kukui (em Zacatecas, Michoacán e também no Novo México, nos Estados Unidos), às vezes escrita Kookooee para acomodar a pronúncia inglesa. Nos Estados Unidos, os chicanos usam frequentemente o nome Cocoman (paralelo a Sacoman ou Boogeyman). Em Cuba, o Coco estende seu nome para Cocoricamo.
No Peru, a forma Cucufo é um dos nomes do próprio Diabo. Na Espanha a forma "Coco" é a mais utilizada, mas o Cocón e a Cucala, assim como o Coco Cirioco, também são conhecidos como assustadores.
Até agora, o testemunho mais antigo conhecido em língua espanhola da palavra coco, encontra-se no Cancionero de Antón de Montoro, de 1445.
El Coco tem, de fato, um papel muito importante nas canções de embalar, uma forma poética que o folclorista chileno Oreste Plath descreve como composta de bajulação e ameaça. Embora o texto de Antón de Montoro deixe claro que o personagem já era muito conhecida no século XV, a canção de embalar mais antiga que se conhece sobre o Coco é do século XVII e encontra-se numa obra dramática, o Auto de los esposorios de la Virgen, de Juan Caxés.
Uma das mais antigas cantigas infantis conhecidas, que se referem ao coco, é portuguesa, e pode ser encontrada no Auto da Barca do Purgatório (1518), de Gil Vicente, onde uma criança identifica o diabo como sendo o “coco”.
Mãe e o coco está ali
queres vós estar quedo co'ele?
Demo: Passa passa tu per i.
Menino: E vós quereis dar em mi
Ó demo que o trouxe ele.
No último capítulo da obra de Miguel de Cervantes, o epitáfio de Dom Quixote identifica-o como o Espantalho e o Coco.
Além do Coco, outras figuram similares aparecem na tradição espanhola.
O Tio Saín é o personagem de uma lenda muito difundida na região de Múrcia. Ele era um homem terrível, caracterizado como um assustador de crianças, com o qual se assustavam os pequenos, para que adormecessem.
O mito do “Tio Saín” relata que ele era um personagem real. E até há poucos anos atrás ele podia ser visto, enfiado sob um chapéu desleixado, preto e gorduroso, feito de feltro puído. Aqueles que disseram ter visto o seu rosto, afirmaram que ele tinha uma aparência sombria.
Corria o boato de que ele morava num chamizo (barraca), no coração da Serra de la Almenara, ao sul de Cotes. E, quando descia às planícies de Alporchones, estava sempre distante e solitário, absorto em pensamentos ancestrais. Nunca teve meeiro, como era costume no local. Ele sempre usou atalhos e reviravoltas nas suas aventuras. Nem mulher nem homem lhe eram conhecidos.
Contavam às crianças que o tio Saín os levava para tirar o sangue ou a gordura do corpo (saín é a gordura dos animais) e atirava-as para a cisterna, se na hora de dormir começassem a fazer ronha. Nas noites de chuva e granizo, ele aparecia ao menor ruído. A escuridão das noites infantis era permeada pela sombra obsessiva do tio Saín.
O som do vento e o uivo dos cães, repetidos de montanha em montanha pelo eco, levavam o cheiro sanguinário ao imaginário da criança, nas longas noites de inverno.
Alguns aventuraram-se a pensar que havia algo entre o tio Saín e um determinado acontecimento ocorrido, ainda nos anos da guerra, na zona de Los Alporchones, entre um par de polícias e um 'vendedor' que contrabandeava produtos desde o litoral até a planície de Guadalentín, evitando os postos de vigilância, pelas montanhas.
El Sacamantecas é outro personagem do folclore espanhol. Ele geralmente é descrito como um homem que mata principalmente mulheres e crianças, para extrair a sua manteiga (gordura corporal), geralmente para fazer pomadas ou sabonetes curativos. Esse personagem é caracterizado como um assustador de crianças, e é usado como trama para assustar as crianças e obrigá-las a voltar para casa cedo e ter cuidado com estranhos. É semelhante ao Boogeyman e ao bicho-papão.
A sua origem remonta pelo menos à Idade Média. Durante séculos, pensou-se que a gordura corporal, especialmente de pessoas jovens e saudáveis, tinha propriedades curativas e que certas pessoas eram capazes de utilizá-la. Daí surgiu a lenda do personagem, geralmente um caixeiro-viajante, que mata crianças ou mulheres para obtê-lo. O termo tornou-se popular novamente durante o século XIX e início do século XX, devido a vários assassinos reais com semelhanças com o personagem.
Os mais famosos “Sacamentecas” reais espanhóis foram:
Manuel Blanco Romasanta (1809-1863), que assassinou e supostamente usou gordura corporal para fazer sabão, e que se defendeu alegando ser um lobisomem.
Juan Díaz de Garayo (1821-1881), que violou e assassinou mulheres, e que esfaqueou ou estripou algumas.
Francisco Leona Romero (1835-1910), que assassinou o menino Bernardo González Parra, de sete anos, para usar seu sangue e entranhas como remédio curativo.
Enriqueta Martí Ripollés (1868-1913), prostituta e proxeneta, que usava restos mortais de crianças que assassinou para fazer pomadas.
El pishtaco (também chamado nakaq ou lagarto) é um personagem mitológico da tradição andina, principalmente no Peru. Em alguns lugares dos Andes, o pishtaco é chamado de kharisiri. A palavra pishtaco vem do quíchua pishtay (decapitar, cortar a garganta ou cortar em tiras).
A lenda do pishtaco ou pishtakuq como assassino "cortador de gargantas", surgiu entre a população dos Andes Centrais peruanos (Junín, Huánuco, Pasco, Ancash e Serra de Lima), além de Ayacucho, Huancavelica e Cuzco durante a construção de ferrovias, estradas ou exploração mineira intensiva.
Segundo Tauro del Pino, no seu dicionário enciclopédico do Peru, ele seria um bandido - que visitaria as províncias - cuja ocupação era agredir mulheres ou homens solitários. Principalmente, o pishtaco cortava a garganta das suas vítimas para retirar a gordura e vendê-la, além de comer a sua carne em forma de torresmos. Ou então enterrava-os, às vezes vivos, para fertilizar a terra ou dar força às construções.
A preocupação com a gordura corporal tem uma longa tradição na região andina, a tal ponto que os indígenas pré-hispânicos a adoravam na forma do deus Viracocha (literalmente “mar de gordura” em quíchua). Também é natural que os camponeses pobres vejam a gordura e o excesso de gordura corporal como um sinal de vida, boa saúde, força e beleza. Acreditava-se que muitas doenças tinham origem na perda de gordura corporal, por isso a magreza extrema era desprezada. Levando isso em conta, a prática dos conquistadores, de tratar as suas feridas com a gordura corporal de indígenas mortos em batalha, horrorizou-os.
A figura do pishtaco aparece desde a antiguidade na tradição quíchua, já na época pré-hispânica há relatos de assassinos enviados por grupos de poder, ou etnias rivais, para eliminar figuras importantes ou simplesmente dizimar a população.
A lenda, na sua forma atual, remonta à conquista espanhola da América do Sul. Os indígenas andinos temiam os missionários espanhóis, pois consideravam-nos pishtacos e acreditavam que matavam gente para lhes tirar a gordura, com a qual untavam os sinos das igrejas, para que soassem melhor. Ricardo Palma menciona, nas suas Tradições Peruanas (Os Barbones), a figura do pishtaco ou naqak em Cuzco, narra a agressão que os indígenas cusquenhos infligiram a um grupo de betlemitas, acusando-os de serem pishtacos, pois segundo essas pessoas, os bons frades sequestraram pessoas, de quem extraíram a gordura para fazer os unguentos, com os quais eram curados no hospital que tinham ao lado da sua igreja e mosteiro.
Hoje, lendas semelhantes afirmam que as máquinas de uma fábrica de açúcar precisa de gordura humana como lubrificante, ou que os motores a jato dos aviões não podem trabalhar sem uma gota de gordura humana.
A crença pishtaco afetou programas de assistência internacional, fazendo com que várias comunidades rejeitassem o programa Food for Peace, dos EUA, por medo de que seu verdadeiro propósito fosse engordar crianças e depois matá-las e extrair a sua gordura. Os povos indígenas atacaram geólogos que realizavam registos nas terras altas do Peru e da Bolívia, confundindo-os com pishtacos. O trabalho dos antropólogos tem sido limitado, pois havia rumores de que as medições das dobras de gordura corporal faziam parte de um plano para selecionar os indivíduos mais gordos que seriam então vítimas dos pishtacos. Em 2009, a lenda do pishtaco foi citada como um possível fator contribuinte para a suposta criação, pela Polícia Nacional Peruana, de uma história sobre um gangue que matou 60 pessoas para extrair a sua gordura corporal.
Uma rápida revisão do imaginário coletivo dos Andes deixará claros alguns pontos comuns que constituem a personalidade do pishtaco.
Aparência – São geralmente de raça andina, mas podem ser brancos, mestiços ou até negros (os pishtacos pretos eram obrigados), têm barba desgrenhada e corpo atarracado (forte);
Modus Operandi - O pishtaco é um bandido solitário, carece de companhia ou apoio, se for capturado pela população, sem dúvida se matará para não revelar os seus segredos; Não é assim se as autoridades o capturarem, porque se acredita que ele atua sob a proteção do governo, como agente secreto. Atua protegido pela solidão das estradas que ligam as cidades, ataca pessoas solitárias, que viajam distraídas; Ele espera-os numa curva da estrada e mata-os imediatamente, sem lhes dar oportunidade de se defenderem. Para isso, usa um tipo de faca curva, muito afiada e grossa que esconde nas roupas;
Vítimas - O pishtaco não mata por diversão, nem indiscriminadamente; Ataca apenas pessoas de parcos recursos, viajantes, cidadãos comuns; Acredita-se que tenha sido enviado por alguém poderoso, provavelmente estrangeiro, com um propósito específico. Os cadáveres de suas vítimas são usados para extrair a gordura e utilizá-la em diversas coisas. Versões bastante díspares foram compiladas, sobre o uso desta gordura humana (como lubrificante para máquinas de alta tecnologia, para preparar sabonetes finos, pomadas curativas, cremes de beleza, até mesmo combustível para aviões e foguetes espaciais), aparentemente todas as versões têm em comum a extração de gordura do corpo, para comercializá-la. Diz-se que os colonizadores assentados na zona andina, assassinaram moradores comuns sob acusações de heresia ou desacato. Porém, essas são as únicas referências que temos sobre esse personagem, já que ele quase nunca foi visto. Uma das mais difundidas é que o pishtaco não andava sozinho, eram sempre dois ou mais. Os pishtacos, dizem os indígenas, que eram enviados do Vaticano (Roma) ou figuras de poder, atacavam pessoas bem alimentadas, mas que viviam sozinhas ou eram encontradas em locais solitários, para que não imaginassem o que realmente lhes aconteceu. Uma vez morta a pessoa, eles levavam-na para uma caverna e depois enforcavam-na e queimavam-na. Debaixo, colocavam alguns recipientes, para recolher a gordura da pessoa. Esta gordura teria sido possivelmente utilizada pela Santa Igreja de Roma ou em grandes invenções. Não se sabe para que fins a gordura foi usada. Como prova da existência desse personagem, utiliza-se o argumento de que foram encontradas, pelo povo andino, estacas nas cavernas onde ele queimou as suas vítimas.
Embora o pishtaco atue sozinho, recebe apoio indireto. A população está convencida de que o pishtaco é um agente do governo ou que - embora possa ser enviado de um país estrangeiro - conta com o apoio dos poderes locais, o que lhe permite gozar de total impunidade. Esta é a principal razão pela qual as pessoas não têm sido encorajadas a denunciá-los, porque temem que, ao fazê-lo, sejam punidas ou desapareçam, por atacarem os interesses económicos do Estado. No segundo governo de Manuel Prado, estava na moda ouvir contos ou notícias do aparecimento de pishtacos; coincidentemente, foram realizadas invasões nos areais periféricos de Lima, juntamente com reivindicações sindicais e diversos movimentos de camponeses, reivindicando a posse das terras onde trabalhavam.
A imagem do pishtaco evoluiu no imaginário coletivo, de um assassino indígena, durante o tempo dos Incas, para um americano, hábil no trabalho de cortar a garganta aos outros; passando por vários tipos europeus. Parece refletir uma metáfora relativa à exploração estrangeira dos habitantes locais.
O Silbón é um espectro do folclore venezuelano, cuja lenda tem origem na região de Guanarito, Estado de Portuguesa.
Segundo a tradição oral, trata-se da alma perdida de um jovem que assassinou o seu pai. Irritado, o avô mandou açoitá-lo, mas não teve coragem de matá-lo, então amaldiçoou-o obrigando-o a carregar os ossos do seu pai. Amaldiçoado, ele vagueia pelos Llanos carregando os ossos de seu pai num saco, lançando ao ar assobios sombrios, com todas as notas musicais, daí o seu nome. A lenda do Silbón teve origem em meados do século XIX.
Segundo a lenda, em vida ele foi um jovem teimoso, caprichoso, rude e mimado ao extremo. Desde pequeno estava acostumado a que lhe fizessem todas as vontades. Ele andava de cantina em cantina, desperdiçando a vida com o álcool. Apelidaram-no de El Silbón porque era o que ele sabia fazer de melhor: "Assobio", mas uma noite ele ficou irritado com o que lhe foi servido à mesa, já que disse à mãe que queria miudezas de veado para o jantar. Então ele se levantou e saiu furioso de casa, em direção à cantina para acalmar a sua raiva. A mulher ainda pediu ao marido que fosse à floresta caçar um veado para o filho, mas o pobre homem não conseguiu caçar nada.
Depois de beber até ficar embriagado, Silbón voltou para casa, onde o pai, frustrado, lhe tentou explicar por que não tinha conseguido caçar o veado que ele queria. Sem ouvir as explicações do pai e embriagado, espancou brutalmente o pai e quando ele caiu no chão, com a espingarda de caça disparou vários tiros até o matar. Então, com a faca de caça do pai, tirou-lhe as entranhas, sem nenhum remorso, e finalmente embalou-as no tecido da sua camisa e levou-as para casa. Levou os intestinos à sua mãe, que ao vê-los ficou um pouco desconfiada. Foi fazendo perguntas até se aperceber que estava a cozinhar os intestinos do marido. Ela entrou em pânico e começou a gritar por socorro e por castigo. O avô mandou que ele fosse amarrado a um poste, no meio do campo, para lhe destruir as costas com violentas chicotadas, para depois lhe lavar as feridas com água ardente e aloe vera. Depois de solto, colocou-o ao lado de dois cães famintos e raivosos. Depois de o torturar, o avô condenou-o a vagar, sendo perseguido por cães, chamados "Perros Tareco" ou "Cães do Diabo" e segundo a lenda, os cães irão persegui-lo até o final dos tempos. Antes de libertá-lo, o avô amaldiçoou-o e condenou-o a carregar os ossos do pai, por toda a eternidade, dizendo:
"Maldito seja você e amaldiçoado será pelo resto da eternidade, até que Deus tenha misericórdia da sua alma".
Após ser sentenciado, dirigiu-se ao local onde estava o cadáver do pai, que os animais selvagens haviam se encarregado de limpar. Guardou os ossos do pai num saco sujo que depois colocou ao ombro, levando-os consigo, seguido de perto pelos cães Tareco para se tornar uma lenda.
Segundo quem supostamente o viu, caminhando pelas planícies venezuelanas ou colombianas, descrevem-no como um homem adulto, magro, que pode medir 6 metros de altura, que usa roupas sujas, usa um chapéu enorme na cabeça e carrega um saco cheio de ossos. Caminha pelas planícies e entre as copas das árvores, enquanto emite o seu assobio arrepiante. Ele anda pela planície matando mulherengos e bêbados, para beber o seu sangue alcoólico, diretamente do umbigo. Diz-se que o seu assobio soa como a melodia de "dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó", mas de uma forma misteriosa, que soa com um eco sombrio e fantasmagórico. Por vezes senta-se à frente das casas, para contar com cuidado os ossos do saco, um por um. Se as pessoas daquela casa o ouvirem, nada acontece, se não houver bêbados ou mulherengos entre eles, caso contrário, no dia seguinte haverá velório em casa. Diz-se que quando o assobio é alto, é porque se dirige a um homem, mas quando é baixo é destinado a uma mulher.
A melhor forma de evitá-lo é levando um chicote, pimenta ou um cão doméstico, essas três coisas assustam-no. Além disso, não se deve ser mulherengo, nem ficar bêbado nas planícies venezuelanas, à noite.
Veio à tona graças a um trabalhador da La Portuguesa chamado Rafael. Diz-se que “Quando se ouve o seu assobio perto, é porque está longe, portanto não há perigo, mas quando se ouve longe é melhor os viajantes que caminham sozinhos pelas planícies terem cuidado, porque significa que o Silbón está próximo".
E assim o Silbón percorre as planícies, ao lado dos cães Tareco, que o perseguirão, desencadeando morte e infortúnio, por onde forem, às suas infelizes vítimas, até o fim dos tempos.
Bogeyman (também chamado de bicho-papão, bogieman, boogie monster, boogieman ou boogie woogie) é um tipo de criatura mítica usada por adultos para assustar as crianças e fazê-las portarem-se bem Os bichos-papões não têm aparência específica e as concepções variam drasticamente de acordo com o lar e a cultura, mas são mais comummente descritos como monstros masculinos ou andróginos que punem as crianças pelo seu mau comportamento. O bicho-papão ou monstros concetualmente semelhantes podem ser encontrados em muitas culturas de todo o mundo. Os papões podem ter como alvo um ato específico ou um mau comportamento geral, dependendo do propósito pretendido, muitas vezes com base num aviso da figura de autoridade da criança. O termo "Bogeyman" é às vezes usado como uma personificação ou metonímia não específica do terror e, em alguns casos, do Diabo. O seu equivalente nos países de língua espanhola é "el coco" ou "cuco" e, mais distante, o homem do saco (el viejo del costal, el viejo del saco, el señor de la basura, el viejo de la bolsa, o el ropavejero).
O bicho-papão não tem uma aparência específica, pois é uma lenda popular sobre uma pessoa que usava um manto e nunca mostrava o rosto, e às vezes é comparado a pessoas reais, como o serial killer Albert Fish. O termo bicho-papão pode ser usado metaforicamente para denotar uma pessoa ou coisa da qual alguém tem um medo irracional. A lenda pode ter tido origem na Escócia, onde essas criaturas são, por vezes, chamadas de boggart, bogles ou bogies.
As histórias do bicho-papão variam de acordo com a região. Em alguns locais o bicho-papão é homem, noutros, mulher. O conceito mais comum é o de um personagem popular, caracterizado como alguém que assusta crianças: geralmente é um monstro que se esconde nos quartos (por exemplo, atrás da porta, dentro do armário ou debaixo da cama), antes de atacar o dorminhoco. Porém, em algumas regiões dos Estados Unidos, o bicho-papão não entra nos quartos, mas arranha as janelas pelo lado de fora. Diz-se também que às vezes o bicho-papão assume a forma daquilo que mais aterroriza a vítima.
Manuel Blanco Romasanta (Regueiro, Esgos, Orense, 18 de novembro de 1809 - Ceuta, 14 de dezembro de 1863) foi um serial killer espanhol. Autor confesso de treze assassinatos durante o século XIX, não foi executado por ser considerado o único caso documentado de licantropia clínica (referindo-se à doença mental, e não ao ser mitológico). Conhecido como El Hombre Lobo de Allariz, é considerado uma representação real do Sacamantecas ou do homem do saco.
Manuel Blanco Romasanta nasceu a 18 de novembro de 1809 na aldeia de Regueiro, Esgos, Orense, Galiza, Espanha, como Manuela Blanco Romasanta, foi considerada mulher até aos 8 anos. Foi um dos cinco filhos de Miguel Blanco e María Romasanta. Tinha aparência física normal, embora mais baixo que a média, dizem que media cerca de 137 cm, loiro e com traços suaves ou femininos, descritos por alguns historiadores como "ternos".
Considerado culto para a época, pois sabia ler e escrever, também costurava e bordava, por isso trabalhava como costureira. Casou-se aos vinte e dois anos, mas sua esposa morreu no ano seguinte, aparentemente sem qualquer envolvimento na sua morte.
Depois de ficar viúvo em 1833, decidiu abandonar o sedentarismo e passou a dedicar-se à venda ambulante, deslocando-se nos primeiros anos para a zona de Esgos e posteriormente percorrendo toda a Galiza.
A primeira acusação de homicídio viria contra ele em 1844 pela morte, perto de Ponferrada, de Vicente Fernández, um xerife de Leão que tentava cobrar-lhe uma dívida. Depois de ter sido condenado, à revelia, a dez anos de prisão, conseguiu fugir para um refúgio na vila abandonada da Ermida. Morou lá com o gado, durante meses.
Voltou a aparecer em público sob a falsa identidade de Antonio Gómez, desta vez em Rebordechao, misturando-se gradualmente com a população local e estabelecendo progressivamente relações pessoais, ganhando especialmente a confiança e a amizade das mulheres. Chegou a trabalhar como tecelã, algo considerado típico das mulheres da época. Tudo isso fez com que ele tivesse uma certa reputação de ser “afeminado”. Além disso, continuou atuando como caixeiro-viajante e companheiro, principalmente das mulheres que precisavam de atravessar as florestas.
Foi nesses anos que começaram os seus assassinatos, que cometeu nas florestas de Redondela e Argostios. Ele cometeu pelo menos treze assassinatos, sendo as vítimas sempre mulheres ou crianças. Os desaparecimentos passaram despercebidos, pois ele garantiu que os seus familiares recebessem cartas, informando que se haviam estabelecido noutros lugares, conseguindo assim fugir à justiça durante anos.
A sua fama como vendedor de uma pomada gordurosa espalhou-se rapidamente pela Galiza, mas os habitantes locais começaram a suspeitar que era composta por gordura humana. O aparecimento de alguns pertences dos desaparecidos aumentou as suspeitas sobre os desaparecimentos, cada vez mais comentados. Planeou a sua fuga, deixando a Galiza com passaporte falso.
Em 1852, foi finalmente apresentada uma queixa na cidade de Escalona, alegando que um caixeiro-viajante enganou mulheres e crianças para que viajassem com ele, e nunca mais se ouviu falar deles. Por isso, as autoridades - ao relatarem posteriormente os rumores sobre o vendedor de gordura - iniciaram a busca do suspeito. Finalmente foi capturado em Nombela (Toledo) e julgado em Allariz (Orense), sendo Manuel Blanco Bastida o procurador.
Ele foi acusado de levar mulheres e crianças com ele, por meio de mentiras e enganos, para matá-los e extrair seu sebo ou óleo e depois vendê-los. Em sua defesa, Blanco Romasanta declarou ter sido vítima de um feitiço de uma bruxa que, segundo ele, o fez transformar-se em lobo nas noites de lua cheia. Indicou que, transformado em lobo, matou treze pessoas por instinto, usando as patas e os dentes para acabar com suas vidas e comer os restos mortais, na companhia de outras pessoas.
“A primeira vez que me transformei foi na Serra do Couso. Deparei-me com dois lobos grandes e de aparência feroz. De repente, caí no chão, comecei a sentir convulsões, rolei três vezes sem controle e em poucos segundos eu também era um lobo. Passei cinco dias convivendo com os outros dois, até recuperar o meu corpo. Aquele que você vê agora, Sr. Juiz. Os outros dois lobos que vieram comigo, que pensei que também fossem lobos, mudaram para a forma humana. Eram dois valencianos. Um chamava-se Antonio e o outro era Dom Genaro. E eles também sofreram uma maldição como a minha. Durante muito tempo saí como um lobo com Antonio e Dom Genaro. Atacámos e comemos várias pessoas, porque estávamos com fome.
Manuel Blanco Romasanta, Causa no. 1778: Processo contra lobisomem, tribunais de Allariz (Orense)”
Mais tarde, ele alegaria que, o que estava sofrendo não era uma maldição, mas uma doença. Além disso, declarou que se lembrava de tudo o que aconteceu, quando foi transformado novamente em ser humano, o que foi decisivo para a sua sentença. A defesa do preso argumentou que um homicídio não poderia ser comprovado com uma única confissão, mesmo que fosse do próprio acusado. O julgamento (conhecido como "caso do lobisomem") durou cerca de um ano. A sentença viria em 6 de abril de 1853, quando Romasanta tinha quarenta e quatro anos: considerou-se que ele não era louco, nem idiota ou maníaco, e foi condenado ao vil garrote pelos únicos nove assassinatos que puderam ser comprovados. contra ele e pagar multa de mil reais por vítima.
Um hipnólogo francês, que acompanhou o caso, enviou uma carta ao Ministro da Graça e da Justiça, na qual expressava as suas dúvidas sobre se Romasanta sofria ou não de licantropia. Ele alegou ter curado outros pacientes com hipnose e pediu que, antes de executá-lo, permitissem que ele o hipnotizasse. Solicitou também a intervenção da Rainha Isabel II, que por sua vez pediu ao Supremo Tribunal que revisse o caso. Algum tempo depois, Isabel II assinou uma ordem para libertar Romasanta da pena capital, reduzindo-a à prisão perpétua. Morreu a 14 de dezembro de 1863 na prisão de Ceuta, de cancro do estômago e não se sabe para onde foram os seus restos mortais.
A sua vida deu origem à criação de canções, romances, documentários e filmes.
No Chile o mito é também extremamente popular, sob o nome Viejo del Saco.
Víctor Rojas Farías, no seu livro Valparaíso, el mito y sus leyendas, de 2001, consultado no sítio Memória Chilena, da Bilioteca Nacional do Chile, descreve da seguinte forma o tenebroso mito:
Um velho malévolo caminha pelas colinas, com aspeto de vagabundo, roupas sujas, cabelo despenteado... Ele carrega um saco de serapilheira às costas, velho, para lá guardar as crianças que rouba. A sua única intenção é espancá-los e forçá-los a trabalhar até morrerem, embora às vezes os coma.
É o antónimo do Viejo Pascuero (O Pai Natal): sujo, mau, cruel e terrível com as crianças. A sua felicidade consiste em consumar os sequestros infantis e castigar os mais pequenos com uma rédea ou um cinto. Os pais ou os tios podem chamá-lo, se quiserem livrar-se de uma criança desobediente, e ele vai com prazer. Com ele não podem os maldosos nem os contestatários: conhece a verdade e trata deles num instante e sem piedade, com o coração cheio de ódio genuíno.
Se ele aparecer, tens que fugir imediatamente, mesmo que estejas a ganhar dez macaquinhos dos difíceis, porque o poder do Velho é tão grande, tanto, que até a polícia e os papás o deixam em paz quando o veem. É muito mau.
A lenda do Velho de Saco é encontrada sob vários nomes em vários lugares da América: o homem da bolsa, o velho da huasca, o velhote, o fabricante de brinquedos, etc. A essência desta figura corresponde ao inverso: tem atributos e características inversas do internacional Viejo Pascuero (ou Pai Natal), podendo corrresponder a um qualquer sem abrigo. Como o cuco, o lacho de la burra (enamorado da burra), o gato montês, obedece à funcionalidade coercitiva: os mais velhos propalam com a sua autoridade a história desse velho para induzir as crianças, por medo, a adotar ou abandonar determinados comportamentos.
Mas também no Chile há uma inevitável associação a um assassino em série verdadeiro.
Sob título “O velho do saco”: o serial killer de Santiago que deu origem à aterrorizante história popular, o jornalista Javier Arriagada, no jornal Página 7. edição online de 19 de Março de 2022, associa o mito a uma série de crimes praticados na capital chilena nos anos 50 dos século XX por Francisco Varela Pérez, convertido assim no verdadeiro velho do saco chileno.
A descoberta do corpo de uma criança violada e estrangulada num terreno baldio de Santiago, em 1954, revelou a série de crimes de Francisco Varela Pérez.
Naquela época, o sujeito nascido em Hierro Viejo, Coquimbo, tornou-se um dos assassinos mais terríveis da crónica criminal nacional da época.
Da mesma forma, as suas ações macabras e aparência deplorável deram origem à popular história do “velho do saco”, que continua a fazer parte da cultura popular do nosso país.
Segundo informações de antecedentes, o homem de 52 anos, vivia na rua, estrangulou as vítimas com a mão esquerda, já que sua mão direita havia sido mutilada. Segundo o que confessou à polícia, cometia entre uma e duas agressões sexuais por mês.
No entanto, os seus crimes só foram descobertos quando foi encontrado o corpo de Luis Vergara Garrido, uma criança de apenas 6 anos.
Naquele 16 de abril de 1954, o menino escapou da violência doméstica que ocorria em sua casa. No entanto, essa decisão custou-lhe a vida.
Segundo dados da Judiciária, num local do antigo bairro industrial de Santiago, a criança foi violada e assassinada por um desconhecido.
Nesse caso, foram encontradas unhas e cabelos nas roupas da vítima, o que foi fundamental para a identificação do culpado. As análises determinaram uma característica particular: ele tinha utilizado apenas a mão esquerda para cometer o ataque.
Desta forma, a Polícia começou a prender vários sem abrigo no bairro Carrascal, na Quinta Normal.
Foi nesse período que um menino de 17 anos relatou que um sujeito sem a mão direita havia tentado violá-lo. Com essa informação crucial, conseguiram capturar o sujeito, que era conhecido no bairro como “el manco Varela”.
Embora inicialmente tenha negado os factos, mais tarde confessou o crime, reconhecendo que “o vinho o excitou” e que tinha violado mais de 20 pessoas.
O número real de suas vítimas nunca pôde ser determinado, pois o sujeito migrava constantemente para diversas cidades do país.
Após dois anos de julgamento, os tribunais condenaram o chamado “velho do saco” à pena de morte.
O jornal Diário Libre, da República Dominicana, na edição online de 28 de Outubro de 2023, dá conta do mito e da estreia de uma série de televisão e duas longas metragens a ele dedicadas.
O personagem aterrorizante que sequestra crianças à noite e as leva num grande saco ou sacola é uma lenda universal que continua a alimentar os pesadelos de crianças em todo o mundo, e também tem sua contraparte real num criminoso que existiu no início do século 20. no sul de Espanha.
Os “bicho-papão”, monstros presentes em diversas culturas em todo o mundo e cuja existência é aproveitada pelos adultos para assustar as crianças e levá-las a corrigir maus comportamentos, costumam ser representados como criaturas com mantos e capuzes, que não mostram o rosto e se escondem dentro ou fora das casas.
A lenda do homem também conhecido internacionalmente como “o velho do saco”, “o cuco”, “o velho varal” ou “o coco”, ainda é válida no imaginário coletivo e renovou a sua validade nas telas com a recente estreia da série televisiva "Curon" e de duas longas-metragens.
O filme espanhol "O Homem do Saco. A Origem do Mito", é inspirado num acontecimento sangrento conhecido como “o crime de Gádor” (Almería, sul de Espanha), ocorrido em 1910 e que consistiu no rapto de uma criança de 7 anos, que foi colocado dentro de um saco e assassinado.
Trata-se de uma coprodução hispano-uruguaia, dirigida por Ángel Gómez Hernández e estreada em 2023, que adaptou a história do crime de Gádor ao cinema, sob o nome El hombre del saco.
Independentemente de ser uma ferramenta questionável ou conveniente para disciplinar a família, a lenda do “homem do saco”, do "velho do saco" ou "o saco", monstro mítico também conhecido como "o velho roupador", “o removedor de manteiga”, o "papão" ou "o bicho papão", é uma das histórias mais universais usadas pelos adultos para assustar as crianças e fazê-las portar-se bem.
Além de ter nomes diferentes, a lenda do ‘bicho papão’ varia e oferece diferentes facetas e nuances, dependendo da região geográfica onde é contada, enquanto as suas origens se perdem nas brumas do tempo, remontando a uma época remota e imprecisa, não definitivamente estabelecida.
Em essência, o personagem “O Homem do Saco”, conhecido na República Dominicana como “O Velho do Saco”, costuma ser representado como um homem que vagueia pelas ruas à noite, em busca de crianças perdidas para levá-las consigo numa grande sacola que carrega às costas, para um lugar desconhecido e com destino nada lisonjeiro.
Os “Bogeyman” (ou bicho-papão) não possuem aparência específica e são descritos, de acordo com diferentes países e culturas, como monstros masculinos ou andróginos, que perseguem crianças à noite, para puni-las pelo seu mau comportamento. Geralmente são cobertos por uma túnica e possuem um capuz que esconde o rosto, o que lhes confere uma aparência assustadora.
O filme americano de terror sobrenatural intitulado ‘Boogeyman: Your Fear is Real’ no mundo latino e dirigido por Rob Savage, é baseado no conto ‘El Coco’, de Stephen King, publicado pela primeira vez em 1973 na revista Cavalier e compilado na coletânea de contos 'O limiar da noite', de 1978.
Com El Hombre del Saco (conhecido como 'El Viejo de la Bolsa', no Río de la Plata, e 'El Ropavejero' no México) "estamos a falar do primeiro monstro que qualquer criança descobre nalgum momento precoce da sua vida, e sobre o qual milhões de crianças de muitas culturas e países já ouviram falar, antes de Frankenstein, Drácula ou Slenderman", diz Ángel Gómez Hernández.
A lendária e apavorante personagem “simboliza o medo e revive o frio que sentíamos quando crianças na hora de dormir, acreditando que num canto escuro do nosso quarto havia alguém nos observando.
Para Gómez Hernández, o crime de Gádor em 1910 foi “uma fonte aterrorizante e muito poderosa que serviu de base à criação de uma obra cinematográfica de terror”.
Acrescenta que o “O Homem do Saco” é o monstro por excelência das crianças e tornou-se um ícone indelével e um mito que transcende fronteiras.
“Ao contrário de outras figuras aterrorizantes como Frankenstein, Drácula ou Jason (do filme Sexta-Feira 13), que são conhecidas através de livros, filmes ou videojogos, este personagem chega à consciência das crianças através da transferência da lenda de pais para filhos, tornando-se muito popular", conclui.
Fevereiro de 2024
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[2018] 14 de Abril | Raia#02 | João Maio Pinto | Filipe Felizardo | André Trindade | António Caramelo | Vítor Rua & Hernâni Faustino | Ararara Sound System | Favola da Medusa | Anjos 70 - Lisboa | Desterro - Lisboa
[Colaboração | Nariz Entupido | Raia Tráfico de Edições] Cartaz [Homem do Saco]
#Nariz Entupido#João Maio Pinto#Filipe Felizardo#André Trindade#António Caramelo#Vítor Rua & Hernâni Faustino#Ararara Sound System#Favola da Medusa#Lisboa#Anjos 70#Desterro#Cartaz#Homem do Saco#Música#2018
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juro por deus NÃO TÔ LEGAL depois de ter visto aqui. rip camilove de vdd you were gone too soon 🪦🪦🪦🪦🕊🕊⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
#ccinema 🚬#ctalks 🗣#mais um homem pra eu ficar pensando QUE SACO#minha nossa que homem gostoso meu deus do céu#e digo mais eu já tive a minha fase josh o’connor mas ela durou tipo uma semana#and shes baaaack heyyyy girl 🎀🎀🎀#valha mulheres proíbam homens de serem gostosos eu não tô aguentando mais#josh o'connor
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10 anos de NÃO
Grato a quem foi cúmplice de NÃO OBSTANTE, exposição/feira/encontro n'O Homem do Saco que assinalou os 10 anos da não edições e mostrou desenhos, risografias e cartazes a partir do trabalho de João Concha para a Colecção 32, na qual foram publicadas as primeiras plaquetes de poesia da editora.
Fica um agradecimento especial ao Homem do Saco por acolher a Não e todas as pessoas que por ali passaram nestes dias de Dezembro.
Venham mais 10!
#aniversário#não (edições)#livros#exposição#desenhos#cartazes#risografias#poesia#colecção 32#o homem do saco#não obstante
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Bom fim de semana.
Wrong Amazon, cartaz da oficina O Homem do Saco (2024, Lisboa, Portugal). Serigrafia 2 cores, em papel de algodão. Formato 50 x 65 cm.
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Meu marido que mesmo sem querer acendeu o fogo da traição.
By; Alice
Meu nome é Alice, 38 anos, casada. Sou morena, com 56 quilos bem distribuídos em 1,65 m. Meu marido, 45 anos, que eu amo de paixão, sempre me elogia, dizendo que eu continuo gostosa como quando ele me conheceu. Entre várias coisas de que ele gosta em mim estão meus seios, que são grandes e fartos, e minha bunda, na qual ele adora bater, quando me coloca de quatro.
Ultimamente, durante nossas transas, ele tem falado como gostaria de me ver dando para outro homem na frente dele. Isso tem dado um fogo danado, me deixa muito excitada e gozo rapidinho.
Ele diz que só fala isso pra apimentar o nosso momento, que não quer e nem pensa em traição e tal. Bom. Aquilo ficou na minha cabeça e cada vez que eu pensava nisso ficava molhadinha de tesão.
Um belo dia, saindo do meu trabalho, um colega meu, por quem eu tinha uma certa queda, me pediu carona, já que eu passava em uma avenida próxima à casa dele. Paulo, tinha 29 anos, e era mais alto do que eu. Ele era moreno claro e tinha um corpo de quem malhava há muito tempo.
Sempre achei ele bonito e simpático, desde a primeira vez que eu o vi, quando ele foi transferido para o meu setor, há um ano. Às vezes, eu ia para o trabalho com um vestido mais justo, e então eu o pegava olhando para mim com um olhar safado, mas eu fazia de conta que não era comigo.
Nesse dia da carona, fazia muito calor, por isso eu decidi ir para a empresa com vestido curto, que deixava minhas pernas aparecem até um pouquinho acima dos joelhos, com um decote, que deixava o colo dos meus seios à vista. Para completar eu estava sem sutiã. Concordei, enfim, em dar carona para o Paulo. Ele sentou ao meu lado e não parava de olhar para minhas coxas e meus seios enquanto eu dirigia.
Perto do local onde eu ia deixá-lo, ele me perguntou se eu não queria tomar um suco na casa dele, já que fazia muito calor e eu tinha reclamado que estava com muita sede. Aceitei o convite e fomos para casa dele.
No meio do caminho, ele comentou que havia terminado com a namorada recentemente e que estava muito triste e carente. Expliquei que essas coisas acontecem e que logo ele arranjaria outra namorada, pois ele era bonito e que as mulheres deviam chover na horta dele. Ele disse que não era bem assim. Para completar, falou que se eu não fosse casada ele tentaria “me pegar. Minha buceta ficou molhadinha nesse instante.
Chegando à casa de Paulo, quando ele abriu a porta e entramos, não aguentei e o beijei na boca dele. Ele não só correspondeu meus beijos como começou a lamber meu pescoço e minha orelha. Eu estava ardendo de tesão. Enquanto ele me beijava, levantou meu vestido até cintura, rasgou minha calcinha (sim, o safado fez isso!) e enfiou os dedos na minha buceta, me masturbando até me fazer gozar.
Depois que eu gozei, ele retirou o vestido todinho e fiquei peladinha para ele. Paulo tirou a roupa também e me fez ajoelhar enquanto enfiava a vara dele na minha boca. Era grande e grossa, cheia de veias latejando. Devia ter 18 cm, maior do que o do me marido.
Paulo começou a fazer movimentos de vai e vem como se minha boca fosse uma buceta. Eu não conseguia abocanhar nem a metade daquilo. De repente, ele disse que não ia aguentar, pois há muito tempo não gozava. Senti ele pulsar e encher minha boca com aquela porra doce e quente. Chupei e engoli tudo até a última gota.
Então, ele me pegou no colo e me jogou na cama, me obrigando a sentar a buceta na boca dele. Enquanto eu sentia a língua deliciosa dele dentro de mim, eu comecei a chupar o pau dele de novo. Lambi da cabeça até o saco várias vezes. Nunca tive um cacete tão duro, grande e grosso como aquele na minha boca.
Depois de me fazer gozar com a língua dele, Paulo me deitou virada para ele com as pernas abertas e falou que agora ele ia meter em mim, com força, como uma puta merece.
Ele abriu minhas pernas e enfiou o pau devagarinho na minha buceta. Senti a cabeça grossa daquele caralho entrar, o pau dele latejava dentro de mim, enquanto ele enfiava cada vez mais fundo até socar no fundo do meu útero. Ele apertava meus peitos e os chupava alternadamente, mordendo os biquinhos e passando a língua em volta deles. Quando ele colocou minhas pernas nos ombros dele, pude ver o corpo sarado do Paulo. Fiquei ainda com mais tesão.
Ele abriu ao máximo as minhas pernas e enfiou aquela vara linda com força em mim. Enquanto ele metia, eu senti as bolas dele batendo no meu cu. Fiquei mais excitada e molhadinha. Não aguentei e mudei de posição, ficando de quatro para ele, pedindo para ele comer meu rabinho. Mas Paulo fez sacanagem.
Primeiro, ele chupou meu cu com força e depois enfiou o pau de novo na minha buceta. Eu gemia e gozava igual a uma cadela. Ele batia na minha bunda, e começou metendo devagar e depois com muita força.
De repente, ele parou de meter, pegou o caralho e enfiou no meu cuzinho. A cabeça ainda não tinha entrado, quando pedi para ele parar, pois sabia que se fizesse isso, ele ficaria mais excitado e iria me regaçar do jeito que eu queria. Paulo ficou doido de tesão à medida que eu pedia para ele desistir. Ele enfiou tudo. Senti a cabeça e o resto do pau passar pelo anel do meu cuzinho com tanta força que chorei de tesão e dor. Ele me pegou pelos ombros e puxou meu corpo para trás, de modo que pudesse me beijar e apertar meus peitos. O pau dele entrava e saia me rasgando todinha, enquanto eu sentia o saco dele bater na minha bucetinha.
Era uma delícia. O suor dele escorria pelas minhas costas, pela minha bunda até chegar ao meu grelhinho. Não aguentando mais, Paulo soltou um jato quente de porra no meu cu, tremendo e gemendo até desabar em cima de mim. Ele deitou do meu lado e vendo que o cacete dele ainda estava duro, montei nele e comecei a cavalgar. Paulo chupava meus peitos e eu rebolava em cima dele. Ele me chamava de puta me dando tapas no rosto. Eu fiquei com tanto tesão que me senti realmente uma puta. Como eu rebolava naquele caralho!
Fiquei apaixonada pelo cacetão do Paulo que entrava e saía da minha buceta sem dó, me machucando todinha. Desta vez, eu queria que Paulo enchesse minha bucetinha de porra. Devo ter ficado uns quinze minutos cavalgando aquele macho até sentir a porra quente dele me lambuzando por dentro. Ele parecia uma máquina de produzir porra. Que delícia! Meu marido de vez em quando conseguia encher minha boca, mas Paulo era diferente. Cada gozada dele era como se uma cascata de porra corresse dentro de mim.
Após essa trepada incrível, disse para o Paulo que eu queria dar para ele de novo, a hora que ele quisesse. Quando cheguei em casa meu marido estava vendo TV, eu lhe beijei e fui tomar banho.
A noite na cama, mamei a rola do meu marido e dei a buceta pra ele, foi um papai mamãe gostosinho, evitei outras posições pra que ele não visse alguma marca.
Me senti uma vadia safada, sem vergonha, mas tão feliz.
Enviado ao Te Contos por Alice
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✦ — "contar & recontar". ᯓ l. donghyuck.
— namorado ! hyuck × leitora. — 𝗰𝗮𝘁𝗲𝗴𝗼𝗿𝗶𝗮: fluff, smut & angst. — 𝘄𝗼𝗿𝗱 𝗰𝗼𝘂𝗻𝘁: 3899. — 𝗮𝘃𝗶𝘀𝗼𝘀: relacionamento recém estabelecido (mas vocês estão MUITO apaixonados mesmo), ciúmes, insegurança, choro, elogios & fingering (f) — a pp é virgem. — 𝗻𝗼𝘁𝗮𝘀: não assumo homem que tem melhor amiga (tive que ouvir música triste pra escrever esse aqui).
"... seis, sete, oito!", a pontinha do indicador acompanhava a contagem, saltando de uma pintinha para a outra. Hyuck sorriu mostrando os dentinhos e agarrou o seu rosto para te dar um selinho demorado — aquele era o seu prêmio. A ação remontava uma memória anterior ao início do relacionamento de vocês, mais especificamente, referia-se ao primeiro beijo que Donghyuck te deu.
Quando ainda estavam presos na fase do "não somos só amigos, porém ainda não temos certeza do que somos", você e Hyuck tinham um problema sério em dar passos adiante. Propositalmente ignoravam o elefante no meio da sala, fingindo que não viviam suspirando de amor pelos cantos. Mesmo quem visse de longe saberia diagnosticar a relação entre vocês: eram dois idiotas completamente apaixonados.
Entretanto, antes que a paixão fosse tão perceptível assim, Donghyuck foi o seu "quase" por muito tempo. Ninguém em volta sabia definir o momento exato no qual a amizade deixou de ser só amizade. Somente aconteceu. Foi espontâneo e paciente, como uma corrente de água que vai aos poucos revelando as pedrinhas no fundo do rio — levando um grãozinho de areia por vez. De maneira parecida, a necessidade de ser um do outro foi aparecendo aos poucos, bem diante dos seus olhos. Vocês levaram um tempo para processar que os abraços estavam se tornando cada vez mais longos e que se soltar, de repente, havia se tornado uma tarefa muito inconveniente.
Você fingia não notar que Hyuck amava te dar cheirinhos no pescoço só para ficar mais perto de você, tudo isso sob a desculpa de que ele só estava tentando descobrir qual perfume você usava — ele sempre soube o nome e você nunca trocou de fragrância desde que o conheceu. Assim como Hyuck fingia não notar que você adorava ficar de mãos dadas com ele, sob a desculpa de estar brincando com os anéis que adornavam os dedos bonitos — curiosamente, você sempre esquecia de brincar com os anéis, optando somente por entrelaçar os dedos de vocês dois.
O círculo de amizades de vocês não estava "cansado" dessa situação. Não, não é a palavra certa — seria adoçar demais. Eles estavam de saco cheio mesmo. Ninguém aguentava mais ver vocês dois completamente presos no mundinho de vocês, agindo como se ninguém mais existisse. E não, não é que eles fossem contra o fato de vocês ficarem juntos, definitivamente não! Porém, afirmavam que se vocês iriam agir como um casal grudento toda vez que o grupo marcasse de sair, então que vocês ao menos se assumissem logo como um casal de verdade. E, interessantemente, foi numa dessas situações, onde o mundo era só seu e de Donghyuck, que as coisas finalmente mudaram.
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Estavam jogados no sofá da sala de Chenle, sentadinhos lado a lado com as suas pernas em cima do colo de Hyuck — ele que insistia em colocá-las nessa posição sempre que vocês sentavam juntos. O restante do grupo estava do lado de fora curtindo o clima. Havia virado uma programação semanal: todo domingo tinha churrasquinho e piscina na casa do Zhong. E era para vocês dois estarem do lado de fora junto com o pessoal, mas Hyuck havia sofrido uma leve insolação recentemente, sendo assim, precisava evitar o sol.
Só que o moreno era teimoso, persistente na ideia de querer ir para fora, alegando que sobreviveria se passasse protetor solar suficiente. Porém, era você quem dava a última palavra. E considerando que não era necessário muito esforço para notar que o Lee estava parecendo um camarão, você refutou todos os argumentos fajutos do homem. Decidiu que ele ficaria dentro da casa e a birra acabou ali, ponto final. Habilidade que, em tempos passados, seus amigos considerariam digna de admiração. Entretanto, esse não era mais o caso, todo mundo já sabia que você era a única capaz de colocar Hyuck "na coleira".
Todavia, o fato de você ter conseguido dar fim à birra, não significava o mesmo que acabar com o jeito dengoso do homem. Ele não era bobo, não sairia dessa situação sem ganhar nada. Por isso, insistiu que só te obedeceria se você ficasse ali dentro, junto com ele. E você nem queria algo assim. Tsc, uma oportunidade de ficar sozinha com Hyuck? Claro que não! Até fez seu charminho, chamando ele de bebezão e tudo que tinha direito. Mas, Ei! A quem você queria enganar? Não demorou nada até estar na posição que se encontrava no momento, aproveitando os carinhos que o moreno fazia na sua perna enquanto reclamava todo bicudo sobre querer ir para a piscina.
"Cê nem quis testar a minha ideia. Era só passar bastante protetor, se começasse a arder eu entrava de novo.", murmurou manhoso, as bochechas infladinhas faziam ele parecer um garotinho.
"Não. Se começasse a arder você iria querer pagar de fortão lá fora e acabaria piorando a situação.", para você, o moreno já havia se tornado um livro aberto. Donghyuck bufou, fechou os olhos como se estivesse te ignorando — tudo isso sem cessar o carinho na sua pele, um ótimo ator. Você resvalou as pontas dos dedos nas pintinhas do pescoço do moreno, achava a característica um charme, as contava e recontava sempre que podia. "Pelo menos elas não ficaram queimadinhas também.", referiu-se aos tão amados sinazinhos. Hyuck sorriu. Um sorriso diferente. Um sorriso de quem estava prestes a aprontar alguma coisa.
"Quantas são?"
"Hm?", você ficou confusa com a pergunta repentina.
"As pintinhas. Se você acertar quantas são... eu te dou um prêmio.", propôs, o sorriso ladino nunca saindo dos lábios bonitos. Era a oferta mais boba que você já havia recebido em muito tempo. Quer dizer, elas estavam bem ali... qual era a dificuldade em contar? Nem achava que precisava, já havia feito o trajeto pelo rosto e pescoço de Hyuck inúmeras vezes. Porém o brilho diferente nos olhos do moreno te incitava a participar da brincadeira. Levantou indicador, prestes a traçar o mesmo caminho que costumava fazer quando contava os pontinhos, mas ele negou com cabeça.
"Com a boca.", te corrigiu. Levou uns bons segundos até que você processasse.
"Quê?", queria checar se havia ouvido corretamente, temia estar ficando louca.
"Dá beijinho 'pra contar.", esclareceu o pedido. Agora você tinha a certeza: estava ficando louca. Sua pele queimava tanto que você questionava a possibilidade da insolação ser uma condição contagiosa — ou se Lee Donghyuck era o próprio sol. Ficou sem reação, olhando-o completamente abobalhada. "Eu tô todo ardido, gatinha. 'Cê não quer me ajudar a sarar?", o rostinho manhoso foi suficiente para te arrematar.
Suspirou, aproximando-se do pescoço dele — havia decidido contar de baixo para cima. Conseguiu registrar o momento exato no qual Hyuck arrepiou, sentindo o ar quentinho pincelar a pele daquela área. O primeiro beijinho fez a respiração do homem ficar presa na garganta, mas você nem percebeu, estava ocupada demais tentando lutar contra o frio que sentia na barriga. Era uma ação tão simples, porém você jura nunca ter estado com os nervos tão à flor da pele. Os próximos selos arrancaram suspiros de vocês dois, Hyuck apertava os olhos, como se o contato fosse a coisa mais intensa que ele já sentiu na vida.
Os beijinhos chegaram ao rosto e você acreditava já ter se perdido na contagem de um número tão pequeno. As mãos dele, ainda paradinhas na suas pernas, apertavam a carne com certo vigor — espalhando calor pelo local. Ao soar do último estalinho, o Lee se virou vagarosamente. O narizinho bonito roçou contra a sua bochecha, era um pedido. Foi sua vez de apertar os olhos e abrir espaço, dando permissão para que Hyuck te beijasse.
Tudo começou com uma série de selinhos demorados, como se finalmente poder ser capaz de sentir sua boca na dele fosse o suficiente para apaziguar todo o desejo que ele sentia. Mas não era o bastante. Não para Hyuck. Não para você. Ele envolveu seu rosto com as mãos, as sobrancelhas franzidas davam um aspecto sofrido à expressão dele, como se o homem silenciosamente te pedisse por mais. Você entendeu e logo tomou os lábios dele com necessidade.
Hyuck era macio e molhadinho, a boca quente parecia te esquentar de dentro para fora. O ritmo era sensual e te deixava mole com facilidade. Ele sugava seus lábios, alternando-os, fazendo questão de te fazer sentir a língua geladinha entrando na sua boca. Sua cabeça não sabia lidar com o jeitinho gostoso que o beijo de vocês encaixou. O homem te consumia como se já houvesse feito isso um monte de vezes, era difícil não suspirar e era mais complicado ainda prender todos os sonzinhos satisfeitos dentro da sua garganta. Donghyuck finalmente sorriu ao te sentir segurando mais um gemidinho e descolou os lábios dos seus para te deixar respirar.
"Gostou do seu prêmio?", a proximidade do rostinho ainda te deixou ver ele arquear as sobrancelhas, sugestivo. Você estava presa entre se irritar com o jeitinho zombeteiro e morrer de vergonha bem ali. Sem pensar, estapeou o braço dele, voltando a si quando ouviu-o exclamar um som dolorido — a insolação.
"Meu Deus! Desculpa!"
[...]
Ficaram o restante do dia desse jeito. Roubavam beijos molhadinhos um do outro quando tinham certeza que ninguém estava por perto — pareciam até dois adolescentes namorando escondido. Estavam convencidos de que eram espertinhos o suficiente, até tomarem um baita susto com a porta de vidro da varanda se abrindo. Os minutos em que Jaemin atravessou o cômodo com uma cara super suspeita até voltar da cozinha segurando seis garrafinhas de cerveja de um jeito super desajeitado, foram os mais desconfortáveis da vida de vocês. O homem sustentava um "side-eye" sinistro e o fato de você e Hyuck não darem uma palavra sequer durante todo o percurso só piorava a situação.
O ruído da porta se fechando soou novamente e foi como um peso tirado das costas de vocês dois. Suspiraram aliviados, sorrindo cúmplices um para o outro. Sua mão tomou o rosto de Hyuck outra vez, não queria mais ter que ficar longe da boquinha bonita. Os lábios rosinhas encontraram os seus, quando enfim...
"VOCÊS NÃO VÃO ACREDITAR NO QUE EU ACABEI DE VER LÁ DENTRO!", Na Jaemin era uma peste.
✦ . ⁺ . ✦ . ⁺ . ✦ . ⁺ . ✦ . ⁺ .
Contar as pintinhas virou um hábito depois desse dia, especialmente quando vocês dois finalmente assumiram o namoro para os amigos de vocês — na ocasião, Hyuck foi jogado na piscina de roupa e tudo, um "presente" por ter deixado de ser frouxo. Mas não se tratava só de hábito, era uma linguagem que só vocês dois entendiam. As mãozinhas que puxavam seus dedos para tocar os sinais entoavam um "eu te amo" sincero, muito antes que as vozes de vocês fossem capazes de proclamar esse amor.
No entanto, a comunicação estava sendo constantemente interrompida ultimamente. Como uma mensagem que mal passava pelo filtro sem cair na caixa postal, o "eu te amo" silencioso de vocês começava a perder a intensidade. Para quem visse de fora, não era difícil perceber o que fez "a chave virar". Você não era uma pessoa tão discreta assim, porém não era suficiente para que Hyuck percebesse — e isso estava te torturando aos pouquinhos.
Era bem claro que você era um acontecimento relativamente recente na vida do homem e esse fato não te incomodava de maneira alguma — afinal tudo tem um começo. Porém, as coisas só são boas até serem comparadas numa métrica que não lhes cabe. E o seu erro estava sendo esse: comparação. O problema tinha nome, sobrenome e parecia conhecer Donghyuck como a palma da própria mão.
Kim Haewon era bonita, simpática e parecia ser uma ótima pessoa. A chegada repentina dela não te assustou, sabia da existência dela desde o início — bem como sabia que ela morava a algumas horas de distância. Só que uma coisa é ouvir a voz da mulher nas partidas que Hyuck jogava tão acirradamente com ela e mais alguns amigos e outra coisa é vê-la interagir pessoalmente com o seu namorado.
Você foi introduzida brevemente à história dos dois, não havia muito o que saber: os dois eram vizinhos e haviam sido criados praticamente juntos, só se separando quando Haewon se mudou para fazer faculdade. Saber disso não te tranquilizou em nada, era o repertório perfeito de uma história de amor. Não demorou para que você presumisse coisas e surgisse com as próprias teorias — sua mente mais uma vez sendo sua maior inimiga.
Até tentou passar por cima disso tudo, afinal era o que pessoas maduras faziam, não era? Não queria que Hyuck achasse que você era uma maluca, surtada de ciúmes. E a mulher sequer estava te dando motivos para se sentir dessa maneira, dava para perceber que a proximidade deles era meramente fraternal. Seu namorado também não havia mudado — ou pelo menos você tentava se convencer disso. Seu julgamento estava claramente enviesado, era complicado saber no que acreditar.
Só que a situação não demorou a enfraquecer todos os seus esforços para sair como confiante. Não dava para ignorar como Haewon parecia saber todas as coisas favoritas de Hyuck, ou todas as piadinhas internas que você sequer conseguia resgatar a razão, ou o modo como ele parecia facilmente rir de qualquer coisa que ela dizia e muito menos como, naquela noite, a família inteira de Donghyuck parecia tão alegre com a presença da mulher — foi mais do que suficiente para que você se sentisse uma completa intrusa.
[...]
Não queria ter ficado. Amava a companhia de Hyuckie e ficaria do lado dele para sempre se pudesse. Mas hoje, só hoje, você precisava muito estar sozinha. Sentia seus pensamentos te sobrecarregando e não sabia por quanto tempo conseguiria esconder isso do seu namorado. Não queria preocupá-lo com algo que, ao seu ver, era completamente imaturo da sua parte — e olha que você sempre se considerou uma pessoa muito compreensiva. Mas nesses momentos você era lembrada que não passava de um ser humano, tinha expectativas e desejos como qualquer outra pessoa. Então mesmo que considerasse esse sentimento completamente irracional, isso não era capaz de te tornar imune à experienciá-lo.
O moreno voltou ao cômodo, o cheirinho de shampoo espalhou-se pelo quarto no mesmo instante. Você fechou os olhos, fingia estar dormindo. Julgava ser melhor assim, não tinha coragem suficiente para interagir com ele nesse momento. Sentiu a cama sucumbir um pouco ao seu lado, Hyuck estava bem na sua frente. Quase praguejou, deveria ter se virado antes dele entrar no quarto — agora não sabia se conseguiria manter a atuação se ele ficasse te encarando.
"Cê sabe que dá 'pra ver seu olho mexendo, né?", a voz doce te assustou, acompanhando uma risadinha quando Hyuck viu seu corpo saltar um pouquinho. Seus olhos se abriram, mas o rosto se mantinha inexpressivo. Deu para perceber que ele estava confuso com a sua falta de reação. A mão dele executou o mesmo movimento que já havia sido repetido dezenas de vezes entre vocês dois, enlaçou os seus dedos, trazendo-os até o pontinhos do rosto. E você queria ter forças para retribuir, jura que sim, mas a ação só fez o nó preso na sua garganta crescer mais ainda. Recolheu o próprio braço para cobrir o rosto, sentindo as lágrimas se tornando abundantes demais para serem contidas.
Sentiu os braços dele te envolverem e te trazerem para perto, o corpo balançava junto com os soluços. O coração parecia muito pesado para ficar quieto dentro do peito. Você se sentia uma criança novamente, egoísta. Detestava a ideia de dividir Hyuck, queria que ele fosse só seu — queria que ele quisesse ser só seu. O sentimento era incômodo demais de se carregar, nunca havia se sentido assim sobre ninguém. As mãozinhas se agarraram à camiseta dele, como se o homem fosse sumir a qualquer momento.
Ele tentava te consolar, ainda muito confuso sobre tudo, acariciava seu corpo e selava o topo da sua cabeça. Não sabe por quanto tempo chorou, mas o homem não te soltou por um segundo sequer.
"Me desculpa.", seu namorado foi o primeiro a quebrar o silêncio que se instalou. Finalmente criou coragem para levantar o rosto e olhá-lo, o rostinho choroso quebrou Hyuck em pedaços. "Foi algo que eu fiz, não foi?", você negou imediatamente, não o culpava pelo que sentia. "O que aconteceu?", questionou suave, como se você fosse quebrar a qualquer momento. Abriu a boca algumas vezes, mas não sabia como colocar tudo em palavras sem soar como uma completa idiota. "Você sabe que eu te amo, não sabe?", a frase pareceu te tirar de órbita, ainda não havia ouvido essa exata sequência deixar os lábios de Hyuck.
"Ama?", balbuciou, ainda meio descrente.
"Porra, claro que sim. Eu te amo tanto, meu amor. 'Tô me sentindo um babaca de só ter falado isso depois de ter te machucado.", franziu o rosto em desapontamento.
"Eu também te amo, Hyuckie.", suspirou a confissão. Ele hesitou, a mão timidamente segurou a sua — você sabia o que ele queria te pedir. Não deixou que ele completasse o movimento, segurou o rosto do homem, puxando-o para um beijo carente. E foi tão reconfortante, é como se dentro do beijo dele você pudesse ter a confirmação de Hyuck era só seu. Não podia imaginar ele apropriando-se de alguém do mesmo jeitinho que ele fazia com você.
Era difícil explicar, a língua inquieta parecia desenhar cada uma das letras do nome dele dentro da sua boca e as digitais que se afundavam na sua cintura faziam força o suficiente para ficarem marcadas para sempre na sua pele. Hyuck era seu e você queria dar cada uma das suas partes para ele — até as que você não gostava.
Por outro lado, Haechan era consumido pela necessidade de cuidar de você. Não superava o fato de ter feito você chorar e, ainda que estivesse sentindo o próprio coração quebrado, ele estava mais preocupado em juntar os seus pedacinhos. Queria te mostrar todo o amor que ele tinha, queria que você se sentisse bem — de todas as maneiras possíveis. Foi instinto aprofundar ainda mais o beijo, sugava seus lábios com fervor e esfregava a língua na sua sem nem se preocupar com a bagunça que fazia.
Os estalinhos molhados foram interrompidos com o homem posicionando o corpo em cima do seu. Hyuck enterrou o rostinho no seu pescoço, sorvia e mordia todos os lugares possíveis. Tentava provar que era capaz de fazer você se sentir bem, que te merecia. Todos os contatos entre vocês ainda não haviam avançado para nada sexual, porém nesse momento parecia tão certo querer te dar prazer que o homem sequer se questionou. As mãos entraram pelo tecido fino do seu pijama, apalpando os seios macios com carinho. Massageava os biquinhos com as pontas dos dedos quando voltou a te beijar.
Um frio na barriga insistente te fazia arrepiar, era bom, queria que a sensação se espalhasse pelo seu corpo inteiro. Tentava retribuir a sensação gostosinha circulando as pernas na cintura do seu namorado, forçou o quadril dele contra o seu, sentindo o volume rígido roçar bem em cima do seu íntimo. O grunhido entoado entre os seus lábios te incentivou a repetir a ação, movia-se necessitada, querendo sentir o carinho de Hyuck naquela parte também. Mas ele te impediu, predendo sua cintura contra a cama. Os dedos acariciaram sua bucetinha por cima do tecido, você gemia ansiosa, sentindo seu pontinho pulsar.
"Hyuckie, faz direito...", o pedido manhoso fez o homem sorrir. O jeitinho faminto que seu namorado te olhava fazia você se melar inteira, não entendia como ainda não havia observado esse lado dele. Assistiu-o levar dois dedos à própria boca, a sucção molhadinha te deixava hipnotizada, sentiu a própria boca umedecendo — queria chupar os dedos dele também. Ele colocou essa mesma mão dentro do seu shortinho, não conseguindo esconder o sorriso ao perceber que você não usava calcinha. Os dígitos meladinhos acariciaram as dobrinhas, espalhando a saliva do seu namorado por todos os cantinhos.
"Sua bucetinha é tão gostosa, meu amor. 'Tá toda molhadinha.", a outra mão fazia um cafuné gostoso no seu cabelinho. O homem ainda fazia questão de encher seu rosto de beijinhos, como se você fosse uma boneca. "Porra, é tão boa pra mim.", desenhava círculos lentinhos no seu clitóris, vendo suas pernas se abrindo mais ainda.
"Hyuckie...", choramingou dengosinha, não queria nada, só parecia natural chamar pelo seu namoradinho — era estranhamente gostoso gemer o apelidinho fofo.
"O Hyuckie pode colocar um dedinho, amor?", você acenou de automático, tentando se abrir mais ainda para ele. O dedo médio foi forçado na sua entradinha, entrando com calma. "Que buraquinho apertado, princesa. 'Cê é tão gostosa, porra. Eu te amo.", franziu a testa, ainda selava seu rostinho — tentando descontar a pulsação persistente dentro da calça. Você se sentia bobinha pelo tesão, ouvir seu namorado falar desse jeito te tirava o foco. Forçou-se contra a mão dele, queria gozar ouvindo a voz do homem. "Fica tão linda sendo fodida, amor. Nem acredito que essa bucetinha é só minha..."
"Mais forte, por favor.", a voz parecia um miadinho, olhava-o por baixo dos cílios.
"Quer mais forte, meu amor? É tão bonitinha pedindo. Quer que o Hyuckie coloque outro dedinho em você também?", você concordou com as duas ofertas, mas dava para ver que mal conhecia os seus limites. Suas mãos agarraram o cabelo de Hyuck assim que sentiu outro dedo te invadir, machucava gostosinho — a dor ia acabar te fazendo gozar, tinha certeza.
Ele entendeu os sinais, tanto que socou devagarinho, não queria machucar mais a princesinha dele. O homem passou a estimular seu pontinho com a palma da mão, sem cessar o movimento dos dedinhos. Precisou te beijar para abafar seus chorinhos — as paredes eram finas, não queria que ninguém te ouvisse. Você lamuriava uma série de "Hyuckie's" contra a boca dele, sentindo um orgasmo gostoso te tomando. O corpo tremia, forçava os quadris contra os dedos dele, mesmo sentindo o buraquinho arder — queria Hyuck te arruinando.
"Foi tão boa 'pra mim, meu amor. Tão boa... eu te amo tanto, minha princesa.", selava o seu rosto inteirinho, te distraindo da aflição ao tirar os dedinhos bem devagar. Você ofegava afoita, os olhos quase não se abriram novamente. Ainda sentia o corpo tomado pela euforia, quando suas mãos desceram até a barra do short que ele usava, os olhinhos escuros te enchiam de excitação — queria tudo de uma vez com Hyuck. Sentiu ele segurar seus pulsos, levando-os até a altura do rosto. O homem selou as palmas das suas mãos, fazendo você abraçar as bochechas dele com elas.
"Eu não te mereço agora, amor. Ainda não.", dava para ver a sinceridade nos olhos dele. O Lee sentia o desejo corroendo a própria carne, mas se achava incapaz de se livrar do sentimento de culpa. Só queria que você se sentisse bem e isso não implicava que ele ganharia algo em troca.
"Não é culpa sua.", tentou argumentar.
"Eu sei que é.", Hyuck era teimoso, sempre foi. Você suspirou, não poderia fugir do assunto por tanto tempo quanto queria.
"A Haewon...", murmurou meio cabisbaixa, não conseguia afastar o pensamento de que estava sendo infantil. Ele levou alguns segundos para processar a menção repentina à mulher, mas pareceu juntar os pontos.
"Quer que eu converse com ela?", sugeriu e você negou veementemente, provavelmente se sentiria ridícula se ele tivesse que fazer algo assim.
"Ela é sua melhor amiga.", argumentou.
"E você é o meu amor." , te refutou quase que de imediato. "É importante 'pra mim."
# — © 2024 hansolsticio ᯓ★ masterlist.
n/a: eu fui tão melosa aqui, ewwwwww 😖
#ꫝ ' solie writes.#♡ ' pedido.#nct dream smut#nct dream x reader#nct smut#nct x reader#lee haechan x reader#haechan smut#haechan x reader#donghyuck x reader#donghyuck smut
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seeing you tonight, it's a bad ideia, right? enzo vogrincic x fem!reader.
fem!reader, enzo vogrincic x reader, smut!
cw: +18!!!! briga, discussão, hate-sex, dirty talking, man-handling. palavrão!!!
sinopse: "Enzo e a sn são amigos com benefícios escondido do elenco. Em uma das resenhas com o pessoal, ela descobre que o Santi sabe falar português e fica super empolgada, por ter com quem falar em pt, já que tá longe da família e amgs do br. Eles acabam ficando ainda mais amiguinhos e passando mais tempo juntos. Enzo começa a ficar incomodado com a aproximação dos dois, se sentindo excluído por ver vcs conversarem muito em pt e com piadinhas internas. Alguém do elenco percebe que o Enzo gosta da Sn e tá com crise de ciúmes. Ela de alguma forma descobre sobre o Enzo e entende pq ele tá sendo babaca com ela nos últimos dias. Ela fica irritada com isso ja que a ideia do friends with benefits veio dele, eles brigam feio mas depois se acertam na cama, com ele pedindo pra ela falar baixaria em pt pra ele. O desenrolar desse lance deles e o final, deixo com vc."
wn: um request anonimo! espero que você goste. obrigada <3
"eu não estou dando para o santi, enzo! pelo amor de deus!" vociferou, jogando um travesseiro bem na cara do uruguaio. sua vontade era dar-lhe um murro bem certeiro pela forma ridícula que ele falara consigo, te acusando de ser uma puta. mas se conteve. daria muito trabalho para o time de maquiagem.
enzo segurou o travesseiro a tempo, depositando-o de volta na cama. cada um de vocês estava em uma ponta, se encarando, os dois com uma raiva totalmente incomum para o relacionamento que vinham construindo. eram amigos, sim. transavam, sim. mas para além disso, se divertiam muito juntos. aquele quarto era palco de risos e gemidos.
te magoava um pouco que provavelmente acabariam daquela forma. mas o idiota estava sendo ele - descumprindo uma regra que ele mesmo havia imposto.
"não está? então porque andam sempre juntinhos agora, hm?" enzo parecia um homem louco. o cabelo estava bagunçado, a roupa também. o olhar que trazia era duro e levemente decepcionado. como se fosse culpa sua. típico. você não aguentou. explodiu de uma vez, colocando a bolsa no ombro e rumando para a porta. "está indo para onde?"
"sentar no pau do santiago, fazer uma sex-tape e te enviar. eu não estava dando não, mas agora eu vou dar pra qualquer um que queira me comer!" infantil e sabia bem, mas estava de saco cheio. não só pela acusação, mas pela situação como um todo. estava apaixonada por enzo e não aguentava mais fingir que aquela amizade era positiva para si.
"que madura!" ele riu, com escárnio. mas não te seguiu. permaneceu parado do lado da cama, vendo você se movimentar.
aquele comentário te fez virar o corpo. caminhou até ele, apontando o dedo para aquele rosto que tanto te fez sorrir. que te disse coisas lindas, que compartilhou contigo momentos incríveis dentro e fora daquele quarto.
"quer falar de maturidade, enzo?" as lágrimas finalmente caíram de seus olhos. "maturidade é admitir que você está se mordendo de ciúme. que me quer pra além desse combinado ridículo que você propôs." falava baixo, a voz quase um sussurro saindo da sua boca.
"eu propus, mas você concordou! não se faça de louca." a voz dele permaneceu no mesmo tom que a sua, grave e perigosa.
antes que tivesse tempo de responder ou até mesmo reagir, enzo encurtou a distância entre vocês e tomou seus lábios em um beijo.
não foi um beijo romântico ou gentil - era cheio de dentes, de mordidas no lábio inferior. as línguas travavam quase que uma batalha árdua pela dominância. você segurava os cabelos dele pela nuca, puxando com agressividade. ele apertava seus braços com toda força que você agradeceu por estar frio e ter que usar mangas longas diariamente.
"quer um amiguinho pra falar português, é?" com a frase, ele te virou e jogou seu corpo com tudo na cama. apesar do tecido macio te esperar, a brutalidade com que foi jogada arrancou um gemido sutil dos seus lábios. "fala português comigo então, sua puta." você permaneceu em silêncio, vendo quase passiva ele retirar sua calça e sua blusa.
"eu mandei falar." ele ordenou, quase, te segurando pelos braços novamente e chacoalhando seu corpo. aproveitou para te arrancar o sutiã e a calcinha, te deixando exposta e nua nos lençóis.
"você não manda em porra nenhuma, enzo." reagiu, finalmente, respondendo em português enquanto empurrava com tapas as mãos do uruguaio. ergueu-se da cama, tirando a blusa dele com raiva, quase rasgando o tecido fino no meio do caminho.
no que ele ia te responder, beijou-o com violência, mordendo os lábios com força a fim de machucar mesmo. as mãos foram ávidas para a calça alheia, abrindo o zíper e abaixando com cueca e tudo, as unhas arranhando a coxa masculina.
ele chutou o tecido que se acumulava entre os pés para qualquer lugar, jogando o corpo para cima do seu. foi direto para seus seios fartos, mordendo os mamilos com crueldade só para te ver contrair embaixo dele. "então fala. fala pra mim, putinha. deixa eu te ouvir."
"vou falar pra te xingar, filho da puta. me come tão bem, me fode tão gostoso, e fica com essas crises patéticas de ciúme." sua voz saiu entrecortada por gemidos, grave e rouca.
enquanto ele permanecia lambendo e mordendo seus seios com verocidade, a mão direita deslizou por seu corpo e encontrou sua entrada quentinha e molhada. ele deslizou o dedo indicador pelos seus lábios, te masturbando de levinho.
"não acredito que agora você está sendo gentil. arregaça a porra dessa buceta, enzo." você vociferou, tomando o pênis duro dele nas mãos e encaixando na sua buceta com pouquíssimo cuidado. a cabeça inchada encostou de levinho, arrancando gemidos dos dois.
"que boquinha suja." enzo riu, retirando o dedo longo do seu clítoris apenas o suficiente para que ele entrasse com tudo, gemendo alto quando sentiu seu interior contrair ao redor do pau duro.
começou a meter com força, com crueldade mesmo. voltou o dedo para fazer pressão no seu clitóris inchadinho, sem mexer. você estava a beira da loucura - as estocadas eram intensas e sua buceta ardia, mas o prazer e a tesão eram tantos que não te incomodava.
"isso. me fode. enche minha buceta de porra pra que o próximo que tente entrar saiba que eu tenho dono." não sabia mais direito o que falava, apenas soltando todos os pensamentos que passavam por sua cabeça.
ele gemia, a cabeça angulada com sua boca para que pudesse te ouvir também.
gozaram juntos, ele com um grunhido alto, você com um gemido desesperado. ele tombou em cima do seu corpo, relaxando quase que imediatamente. você não conseguiu se conter e acariciou as costas de enzo com as pontas dos dedos.
"vai parar de ser babaca agora?"
"vou. desculpe."
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⌜ 𝑨𝑽𝑰𝑺𝑶𝑺: enzo!namoradinho, slice of life, um bocadito só de espanhol, size kink, a leitora é br e um pouco menor que o enzo (meninas altas maravilhosas me perdoem pfv), ciúmes, oral fem, fingering, dumbification, dirty talk, sexo sem proteção [não faça!]. ˚☽˚.⋆ ⌝
꒰ 𝑵𝑶𝑻𝑨𝑺 𝑫𝑨 𝑨𝑼𝑻𝑶𝑹𝑨 ꒱ mais um para todas as cadelinhas desse uruguaio aleatório pelo qual a gente se apaixonou perdidamente. come o brasil lindo.
𓍢ִ໋🀦 ENQUANTO ELE SALPICA O FRASCO DE TEMPERO NA PANELA FERVENTE, VOCÊ TERMINA DE CORTAR A CEBOLA VERDE SOBRE A TÁBUA DE PLÁSTICO ─────
Enzo mexe o conteúdo com a colher de madeira, segura com a outra mão no cabo levemente aquecido e pende a cabeça pro canto, feito ponderasse sobre o procedimento. Por fim, estala a língua e te oferece um olhar. Será que já tá bom, não?
Você desliza o dedo pela lâmina de aço, limpando antes de pegar mais montinho com três folhas da cebola.
— Não — diz —, ainda falta colocar as cebolinhas. E ainda nem piquei o pimentão.
— É que tá borbulhando muito.
— É pra ferver mesmo, Enzo.
— Mas tá demorando, eu tô com fome.
Você até deixa de picar o tempero, direcionando ao namorado um olhar sem graça, sério. E o vê abrindo um sorriso, esticando os lábios devagarzinho, quase que em câmera lenta. Sai, Enzo, resmunga, irritadiça, largando a faca pra tomar da mão dele a colher de pau.
Mexe a panela, de frente para o fogão, no lugar em que ele estava. A mão livre vai parar na cintura, cheia de marra. Aspira o cheirinho da iguaria que fabricam, o estômago até ronca. Era pra ser só mais um jantar normal em casa, porém queria comer algo diferente, e o uruguaio ficou todo animado para abrir o Google no celular e pesquisar uma receita que nunca tinham provado antes.
— Vai botar uma camisa — você manda, sem mesmo encará-lo.
Ele recosta na pia, logo atrás de ti. Corre os dedos pelos fios negros ainda úmidos por ter saído do banho direto para a cozinha e te ajudar no que orientasse.
— Por quê? — devolve, cruzando os braços. Não pode ver, porque está de costas, mas o sorrisinho ladino na face do homem combina muito bem com a canalhice que murmura ao pé do seu ouvido, inclinando-se pra frente. — Tá te distraindo, nena?
Você sacode os ombros, de cara feia. Ih, menino, expressa de uma maneira tão brasileira, com sotaque e tudo, que o faz rir. O seu mau humor aparente, entretanto, não é motivo para que ele possa cessar com a implicância. Empenhado numa missão de te tirar do sério, pelo que parece, fica parado bem atrás de ti, as mãos escondidas na bermuda de moletom. Dá pra sentir a virilha masculina recostando na sua bunda de leve, a respiração quente sendo soprada na sua pele. E só de ter consciência de que o corpo dele sobressai o seu, já se encontra inquieta.
— O que você quer, hein? — solta, sem se virar. — Vai picar o pimentão.
Ele nada responde. De canto de olho, você nota o rosto alheio se aproximando; o olhar fixado em ti, o pescoço tombado. Não sabe exatamente qual é o propósito dele ao te encher o saco dessa forma, porém não pode negar pra si mesma que o frio na barriga que sente só com essa interação é um reforço do quanto é rendida por ele. Ao mesmo tempo que quer ser dura, quer também que ele prossiga te amolando.
E Enzo tem o melhor jeito de te amolar, não é? Agora, por exemplo, a escolha é tascar um beijo no seu pescoço sem aviso prévio, enquanto os dedos afundam nos cabelos da sua nuca de uma forma tão intensa que você por pouco não derrete. Enzo!, repreende, num sobressalto. O dá um empurrãozinho com o ombro, mas é detida pela força do maior, que rodeia a sua cintura com as mãos e recosta o nariz na lateral da sua face.
— Tão bonita nervosinha. Mandona — te fala, entre sussurros. — Toda brasileira é assim?
— Só quando namoram uruguaios insuportáveis de chato. — Espalma a mão no peito dele para afastá-lo, sem falhar miseravelmente dessa vez. — Pica o pimentão, anda.
Ele bate continência, sí, señora, submetendo-se a sua ordem. Você desvia o olhar, não quer deixá-lo ver o sorrisinho que cresce nos seus lábios ao ouvir tal frase. Parece que, às vezes, esse pilantra faz algumas coisas por pura maldade. Você manda, e eu obedeço, bella, e quando ele completa com o elogio, nossa, o seu coração por um triz não erra as batidas.
Não pretende dar muita atenção, Enzo é assim; quanto mais você der corda, mais ele vai fazer. Por breves minutos, a cozinha fica em paz, somente o borbulhar do caldo e o estalo da lâmina na tábua reverberam. Você o supervisiona, silenciosa, os olhos atentos observando o corte do pimentão. Mas a calmaria se esvai assim que ele se aproxima de ti novamente, enganando como quem só vem para te entregar mais ingredientes. Apenas tem tempo de derrubar o legume picadinho na panela, porque os braços dele te envolvem e tiram do chão.
Filho da mãe, xinga umas duas ou três vezes seguidas, até quando é colocada de volta no chão. Mais uma vez, quer manter a postura, entrega a tábua de plástico para ele de novo, e volta a atenção pra comida no fogo. Pinga um bocadinho do caldo na palma da mão, para experimentar. Mais um pouquinho de sal, talvez...
— Enzo! — Não consegue nem esticar a mão para pegar o saleiro na prateleira ao lado, a mordida que recebe no espacinho por trás da orelha te faz encolher, na ponta do pés. E não só isso, não, é claro que ele não se dá por satisfeito só com isso. O olhar afiado na sua direção, mordendo o lábio feito um moleque que vem aprontar mais uma.
Afunda o rosto na curva do seu pescoço, de olhinhos fechados e tudo. Rodeia com os braços, esfrega o nariz pela sua pele, os dentes mordiscam na cartilagem da orelha, capturam o lóbulo. O chamego te faz arrepiar, principalmente quando ele afasta os seus cabelos para se colocar por trás de ti outra vez e beijar a sua nuca.
— Para de me atazanar — manha, mesmo gostando do carinho que recebe. — Deixa eu terminar isso aqui, que ainda vou levar um pouco pra Dona Lucía. — Tenta se apartar dos braços dele.
— Quê? Quem?
— Que mora aqui na rua. O filho dela gostou da minha comida. — Nem precisa mais se dar ao trabalho de soltar-se sozinha, ele mesmo toca a sua cintura para virar as tuas costas contra o fogão, o encarando por fim.
— Como assim? Que filho? Qual o contexto disso? — as perguntas vem uma depois da outra, apressadas. O sorriso travesso que também se mostrava na face masculina agora dá lugar a uma expressão mais contida.
— Nada. Eu levei um pedaço daquele bolo que eu fiz semana passada, aí ela disse que ele gostou.
— Hm, então agora você tá alimentando o filho da vizinha?
— Tsc, que alimentando o filha da vizinha, cara... — Cobre o rosto dele com a palma da sua mão, empurra de levinho. E ele responde, óbvio, o ciúmes repentino devora os bons modos, pois pega nos seus cabelos pela nuca, envergando o seu pescoço pra dar espaço pra boca dele poder mordiscar e chupar a pele o quanto quiser. — Meu deus, ‘cê tá insuportável hoje...
A voz rouca ecoa manhosa, arrastada, ao pé do seu ouvido. Tô com fome, nena.
— Se ajudasse mais e atrapalhasse menos, talvez já estivesse comendo — retruca, durona.
Enzo segura nos cantos do seu rosto.
— Não, ‘cê não entendeu... — diz. Olha nos seus olhos. — Tô com fome, nena.
Você sorri, boba. Evita até devolver o contato visual, porque começa a sentir o rosto mais quente, as pernas bambeando. Tanta amolação, deveria saber que ele queria alguma coisa.
— Entendeu agora, hm? — Ele tomba a cabeça, o olhar paquerando os seus lábios entreabertos. — Ou eu preciso dizer mais alguma coisa? Falar mais bonitinho.
— A panela tá no fogo.
E ele roda o botão, desligando o fogo. Simples.
— Algo mais? — te pergunta. — E não se preocupa com o ʽfilho da vizinhaʼ, eu mesmo vou lá mais tarde levar.
Você ri, a entonação dele ao se referir ao desconhecido parece cômica, embora você tenha plena certeza que cutucou o urso com a vara curta.
— Vai, é? — replica, de bom humor.
— Uhum. — Encosta a ponta do nariz na sua.
— Você é muito bobo, sabia?
— Uhum. — Te dá um selinho, uhum, e depois outro, mesclando entre o seu riso, até que toma a sua boca para si. Os lábios estalam, em belo encaixe, a língua ardente empurra a sua.
Os seus dedos se entrelaçam entre os cabelos dele, apertam os fios na palma da mão, enquanto sente as mãos alheias, por sua vez, firmes na sua cintura, de modo que até te separa do fogão para manter o mais colada possível no corpo masculino. Não solta as mechas espessas nem mesmo quando o assiste descendo os beijos pelo seu corpo abaixo. No decote da blusa do seu pijama, por cima do tecido, na pele do seu ventre quando puxa o seu short.
Os beijinhos pela virilha transformam-se em chupões, regiões que ficam marcadas de saliva quente e depois fazem arrepiar quando a temperatura amena da noite bate. Com o toque das mãos nas suas coxas, o homem te leva a separar um pouco as pernas, mas não perde o rosto no meio delas sem antes erguer o olhar para ti, exibir aquele sorrisinho que te faz querer resmungar um seu puto, por tão bobinha de tesão que te deixa.
Ainda ganha uma mordidinha no joelho, seguida por um beijo tão docinho que você afaga os cabelos grandes, num suspiro. O carinho se expande do jeito que você imaginava, a boca do uruguaio dominando, agora, o seu íntimo. A língua perpassando por aqui e ali, fazendo uma bagunça molhada entre as dobrinhas. Sugando o mel do prazer que escorre a cada carícia.
Pega a sua perna para apoiá-la sobre o ombro dele, conseguir um ângulo em que possa te oferecer mais, devorar melhor. Você se segura na bordas do fogão, a coluna vergando pra frente, lutando contra a vontade de fechar as pernas por tamanha queimação deliciosa que sente tomando conta da boca do estômago. Arfa, ofegando.
Enzo usa o indicador e o médio para expor o seu pontinho inchado, sensível. É canalha quando abusa do nariz grande pra roçá-lo por ali, devasso, te colocar na ponta do pé como resposta ao estímulo. Não vai aguentar, sabe que não vai conseguir resistir por muito tempo. E quanto mais você pensa na sensação, mais ela te domina, te vence. Quer avisar que vai deixar-se levar, porém te falta fôlego. As perninhas tremem, o gemido manhosinho ecoa em meio à busca por oxigênio, o peito apertado, doído.
O uruguaio, no entanto, aproveita o seu êxtase para sugar mais uma vez, beber do corpo no qual vai se enfiar na primeira oportunidade que tiver. Ao levantar-se do chão, os lábios estão meladinhos, brilhando sob a lâmpada da cozinha. Mesmo sabendo do quão frágil você está agora, não pode se afastar nem por um segundo, mantém uma das mãos entre as suas pernas. O dedo médio escorregando do seu clitóris abusadinho até se colocar pra dentro, mal cabendo de tanto que você contrai, apetecida.
— Ali — apesar do desejo fazê-lo pulsar, na ânsia de te ter, é calmo ao orientar, com um aceno da cabeça na direção da bancada. E ele mesmo te guia até lá. Nota a sua expressão de perdida, respirando pesado, tão bambinha e tola que o homem sorri, o ego elevado por ter te causado tamanho estrago. — Mira, cariño — segura nos cantos do seu rosto para tentar fisgar a sua atenção. A voz soa tranquila, as palavras saem devagarzinho, pra combinar com o seu estado bobinho —, vira pra mim, hm? Quero ficar dentro de você agora, vira, okay? — Mas você não responde, embora compreenda o significado do que ouve, ainda muito dispersa pelo orgasmo recente. Enzo sorri de novo, divertindo-se. Beija o seu queixo. Ah, tão lindinha, nena...
Te coloca de costas pra ele. Sopra ao pé do seu ouvido que precisa que você se curve um pouquinho, só que ele faz por ti. Enquanto se livra das próprias roupas, não impede os lábios de beijarem pelo seu ombro. Ou, depois, as mãos de deslizarem pelos lados do seu corpo, afetuoso, até que venha a se alinhar pra se pôr dentro.
O ritmo é lento, sensual. Não há pressa alguma, porque sabe que você é dele, que pode te ter hoje, amanhã e em qualquer outro momento. Praticamente te abraça por trás, de olhos fechados, a sua pele queima contra a dele. O rosto deita na curva do seu pescoço, a mão subindo por baixo da blusa de pijama para segurar no seu seio.
Se entrega nas mãos dele até que o sinta te inundar com todo o sentimento que acumulou tão lentamente. O seu interior fica mais quente, lateja. Mas ele não te abandona, não se retira de ti nem quando finaliza por inteiro.
Você escuta a respiração pertinho do seu ouvido, um ranger rouco da voz embebedada pelo ápice. É abraçada com mais força, mais carinho. Te quiero, reina, e estala um beijo na sua bochecha. Muchísimo. Hasta la luna y más alla. Te amo.
#imninahchan#enzo vogrincic fanfic#enzo vogrincic x reader#enzo vogrincic smut#enzo vogrincic#la sociedad de la nieve#a sociedade da neve
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parabens pelo blog,nonu!adorei o evento pra comemorar,quero contribuir fazendo um pedido com o johnny e os números 1 e 28.gosto muito do seu blog,de coração.é o meu favorito de todo o tumblr🫶🏻
GRANDE EVENTO DE 1 ANO DE ANIVERSÁRIO DO NONUWHORE!!!! 🥳🥳🥳
“Tô muito afim de te provocar hoje.” + “Você acha que aguenta?” contém: linguagem vulgar; menção a experiências ruins em outros relacionamentos da leitora; jaehyun, mark e haechan também são personagens; smut: servicetop!johnny; facesitting; superestimulação e menção a penetração; dirty talk. nota da autora: como é bom escrever com o johnny, né? estava com saudade. acho que estou viciada em escrever service top, não sei o que fazer. espero que goste do resultado e muito obrigada pela paciência! <3
“Então tá. Mas nenhum homem gosta mesmo de fazer sexo oral assim.”
“Assim como?”, Jaehyun perguntou tentando ler seu rosto.
“Assim. Sentando na cara.”
O silêncio pairou por alguns momentos na sala, que até pouco tempo, era um emaranhado de vozes altas. Você encarou seus amigos como se acabasse de dizer que o céu era azul, como se lembrasse eles de uma informação que era óbvia e nenhum deles estava dando a devida atenção.
“Eu sei muito bem que vocês ficam dizendo isso por aí pra conseguir o que querem”, concluiu, dona de toda sabedoria do mundo, mastigando sua pipoca com orgulho.
Mark, Johnny, Haechan e Jaehyun se olharam, tomados por um choque esmagador até caírem em uma gargalhada conjunta, histérica. Seus olhos piscaram em uma velocidade diferente e você começou a perceber que talvez tivesse dito uma besteira. Talvez. Sua melhor amiga, sentada no colo de Mark balançava a cabeça pesarosamente de um lado para o outro como se dissesse “dessa nem eu consigo te salvar”.
“O que? Eu disse alguma mentira?”, você forjou uma voz ofendida, se xingando mentalmente pela sua boca gigantesca que sempre tentava parecer tão inteligente quando se sentia insegura. Matou a latinha de cerveja e se preparou para abrir outra enquanto sentia os olhos em você.
“De onde você tirou isso?”, Haechan era o que mais ria. Aquele tipo risada que se misturava ao choro, em um pedido de misericórdia, implorando pra que você o fizesse parar ou ele iria desmaiar.
“Cara…”, Jaehyun deu um gole na garrafa, ainda tentando controlar outra gargalhada que parecia vir se ele pensasse muito sobre que você tinha dito.
“‘Te falar um negócio. Acho que Johnny ‘tá certo, tu tá andando com os caras errados…”
“Gente! Por favor… Eu sou amiga de vocês há quantos anos? Não tentem mentir pra mim!”, você chamou o nome da sua amiga em uma nova tentativa de socorro e ela deu ombros.
“Amiga… Desculpa, mas é isso, não é porque alguns caras não quiseram te chupar que nenhum vai querer”, os dedos bagunçavam o cabelo de Mark enquanto tentava de aconselhar da maneira mais terna possível. Mas você era cabeça dura demais, não era?
“Olha pra eles! São um culto, eles nunca admitiriam na nossa frente!”
“A carne sempre cai do prato do vegano…”, mal dava pra ouvir a voz do Johnny, mas por algum motivo todo mundo prestou atenção. Haechan proferiu um “ihhh” arrastado e começou se levantar, arrumando a calça jeans e colocando o celular no bolso.
“Isso aqui-”, ele gesticulou para a bagunça de sacos de salgadinho vazios, latas, pipoca espalhada no chão e todos vocês, “‘tá ficando estranho. Vou meter o pé.”
Felizmente o assunto se dispersou e seus amigos passaram a fofocar sobre qualquer outro menos interessante. Você agradeceu aos céus, tanto pela vergonha que tinha acabado de passar quanto pelo caminho que ela estava tomando. Aos poucos eles foram indo embora e você ficou sozinha no seu apartamento novamente.
Você tinha perdido seu BV pra ele. Era constrangedor e irritante, mesmo que vocês agora fossem adultos com experiências das mais diversas possíveis, você ainda se sentia meio envergonhada, embaraçada, tímida perto dele, principalmente quando o grupo falava sobre esse tema. Aquela energia de quem já tinha comido essa vizinhança e as outras também não ajudava. Você e Mark com certeza foram os mais conservadores em relação à escolha de parceiros sexuais do grupo de amigos, enquanto Johnny, dentre todos os meninos, que também não eram nenhum pouco santos, parecia não ponderar muito sobre onde ou em quem deveria enfiar o próprio pau. Muitas piadas já tinham sido feitas, tanto sobre você quanto sobre seu amigo mais novo, e várias delas vindas daquele que tinha a vida sexual bastante agitada.
“Você só se envolve com moleque, né?” ou “dedo podre do caralho, garota!”, comentários assim eram feitos com frequência sobre os caras com quem você ficava, que foram pouquíssimos, e sobre os dois relacionamentos que você teve. Você não podia culpá-lo, o primeiro terminou com você depois de três meses por mensagem e o segundo simplesmente desapareceu, assim, de um dia pra noite. Enquanto varria o chão da sala você se lembrou de como os dois pareciam tão desinteressados sexualmente em você, não mais como uma lembrança dolorida, mais como algo sobre o que você só se tinha dado conta agora.
“Filhas da puta!”, você se apoiou na vassoura, levemente indignada, mas também resignada. Aquilo não importava mais, o que Johnny disse mais cedo pulsava na sua cabeça e algumas outras lembranças começaram brotar, como do dia que ele te deu o seu primeiro beijo, como ele tinha sido tão doce e meio desastrado e como depois que terminou você gritou, mandando ele nunca mais te dirigir palavra, correndo porta afora da antiga casa dele. Recordou também, como anos depois, entre um relacionamento e outro, você o beijou em uma balada chatíssima que todo o grupo tinha ido, porque você estava entediada e bêbada e proibiu ele de tocar no assunto em qualquer outra situação. Esse voltava de vez em quando, principalmente sobre como ele tinha te segurado, tão delicadamente, e como gosto dele era algo muito diferente de todos os outros.
A última memória, por fim, te fez ficar triste. Essa de quando você começou a namorar o segundo cara e sua amiga te chamou de idiota. “Você é tão tonta. Não consegue enxergar o negócio acontecendo na frente do seu nariz!”. Na época você achou que ela falava do cara, que era um otário, de fato, mas agora a situação ganhava uma nova interpretação. Será que você e Johnny tinham perdido o timing? Será que você, no auge da sua desatenção, tinha perdido o timing? Johnny não prestava, você sabia, sabia de todas as histórias que nunca vinham diretamente dele, mas que ele também não fazia questão nenhuma de esclarecer. Ele naturalmente gostava que a fama dele o precedesse, principalmente porque não gostava de se apegar e isso seu amigo sempre deixava bastante evidente.
Você tentou não pensar nisso, tentou não sofrer por algo que nem tinha acontecido, “era uma piada, ele gosta de se aparecer” era a ideia da qual você tentava se convencer e acima de tudo, tentava parar de pensar em Johnny Suh. Só que o celular dele, com aquela capinha feia de skate que ele tinha há mil anos, na pia do seu banheiro, não ajudou muito. Respirou fundo, já imaginando que ele provavelmente teria que voltar para buscar e você teria interagir com ele. Pensou em ligar para Jaehyun, já que Johnny tinha ido no carro dele, mas sua campainha tocou. “Falando no diabo…”
Johnny estava encostado no batente da porta com aquele sorriso tranquilo e bastante autoconsciente de sempre, o cabelo longo antes solto, agora estava preso com em um pequeno coque com alguns soltos na parte de baixo.
“Opa. Eu esqueci meu-”
Você balançou o celular com uma falsa expressão de desapontamento no rosto. Ele te devolveu com uma risadinha sem graça e pegou o aparelho. Se colocou completamente de pé, arrumando a jaqueta e esperou por algo que te fez estranhar por um momento. Ah.
“Não vai me convidar pra entrar, não?”
Wow. Estava acontecendo, algo que você só tinha ouvido falar, estava acontecendo bem na frente dos seus olhos. Johnny Suh estava flertando com você. Você queria tanto rir, dar uma gargalhada gostosa e alta, porque era a única forma de entender o que estava acontecendo e, acima de tudo, como você estava se sentindo sobre isso. No final, se limitou a abrir espaço e deixá-lo entrar novamente.
O mais velho foi direto para o sofá e se jogou nele, mexendo no celular e rindo sobre algo que parecia muito empolgante. Você ficou sem jeito de novo, porque agora sua cabeça não conseguia parar de pensar no que tinha acontecido e nele daquela forma.
“Quer beber mais alguma coisa?”, perguntou com uma voz que soou estranha e te fez revirar os olhos pra si mesma.
“Não, valeu”, respondeu sem tirar os olhos da tela. Ele estava agindo normalmente, esse era o típico Johnny, estava tudo certo, você era a estranha da situação. Precisava colocar sua cabeça no lugar o mais rápido possível. Sentou-se ao lado dele no sofá grande e também olhou as mensagens no seu telefone, percebeu que ele estava rindo do grupo de amigos de vocês que aparentemente ainda estava conversando naquela hora da noite. Mark tinha colocado o endereço errado no Uber e eles estavam em algum lugar bastante aleatório.
“Você ficou chateada?”, Johnny quebrou o silêncio do nada, ainda descendo um feed de alguma rede social.
“Hum?”, você respondeu também sem dar muita atenção.
“Com aquele negócio.”
Você o olhou, torcendo pra que ele não estivesse falando do que ele estava falando. “Que negócio?”
“Você sabe… Todo o lance do sexo oral e-”
“Ah, sei, sei. Hum, não fiquei, não”, fingiu pouco caso enquanto se forçava a abrir vários aplicativos e parecer ocupada, até porque não estava chateada, estava de orgulho ferido, coisas completamente diferentes, mas que seria impossível explicar na situação que você estava.
“Tudo bem ficar chateada, eles deram uma exagerada-”
“Eu não tô chateada!’, você o encarou, ríspida, parecendo muito estar chateada. “Desculpa, não é isso.. É só… Deixa quieto”, você forçou um sorriso. Johnny largou o celular e apoiou a cabeça no encosto fofinho do sofá, te observando. Você respirou fundo. “Só tô me sentindo um pouco idiota, ok? O que é normal. E não sobre o que aconteceu hoje, mas os eventos que me trouxeram até aqui, entende?”
“Perfeitamente”, a voz dele aconchegante e te dava vontade de falar mais.
“É um saco ter que admitir pra mim mesma que você ‘tava certo esse tempo todo.”
“Sobre o que exatamente?”, perguntou, tão inocentemente que você quase acreditou.
“Não me enche, ok?”, você riu e ele riu junto, o olhar antes calmo sendo substituído por um brincalhão, investigativo.
“Desculpa, é que eu tô muito afim de te provocar hoje”
Que canalha. Você sabia exatamente sobre o que ele estava falando, exatamente. Aquele risinho de quem sabe que sobre o que você estava pensando até agora, de quem tem consciência das próprias habilidades, de quem sabe que você só precisa de um empurrão pra pular. Johnny te olhava completamente ciente de que você estava tão curiosa quanto ele e de que você queria jogar. Ele nunca esteve tão certo, mas era estranho seu amigo estar fazendo aquele tipo de movimento com você.
“Me provocar sobre o que? Seus amigos já não provocaram o suficiente?”
“Você já entendeu que nenhum desses caras te valorizam ou sequer mereciam te tocar,” o sofá parecia pequeno agora, você não tinha notado o quanto ele tinha se aproximado de você, “só falta sacar que tem gente que arrastaria um caminhão pra conseguir ter uma chance com você.”
“Tem gente?”, você perguntou, entrando na onda, se deixando ser envolvido naqueles clichês tão batidos, mas que vindos de Johnny pareciam tão diferentes. Droga, você queria, é óbvio que queria, queria esse tempo todo e não tinha percebido ou se deixado perceber.
A mão dele segurou sua nuca, trazendo seu rosto para mais próximo do dele. Seu corpo se arrepiou por completo, talvez pelo hábito quente dele tocando sua pele, talvez pelo toque firme que começava a te embrenhar no seu cabelo, talvez por toda a energia que Johnny exalava, tão masculina, tão penetrante, tão inebriante. Seus músculos formigavam quando ele te beijou delicado, muito parecido com aquele primeiro que ele tinha te dado, e aos poucos se tornou sexual, quente. Você ofegava, porque silenciosamente implorava por mais, segurando a barra da camisa dele, enfiando sem vergonha a língua dentro da boca. Ouviu uma risada com ares de surpresa dele e sentiu seu orgulho sendo ferido mais uma vez naquela noite, mas ao mesmo tempo você não poderia se importar menos. Queria sentir aquilo, encontrar o mundo novo, queria Johnny.
“Você acha que aguenta?”, a voz dele saiu rouca, a respiração completamente plena, e por um segundo você se perguntou do que ele estava falando. “Acha que vai conseguir viver numa boa depois disso?”, o polegar segurava seu queixo enquanto os outros dedos circulavam seu pescoço, sem aplicar pressão, pois não precisava, tinha ciência que só o toque dele te manteria no lugar.
“Você vai fazer isso comigo mesmo? Sério?”, você quase implorou, tentou manter seu tom o mais estável e convencido possível, mas parecia falso como plástico.
“Não, meu bem, não vou”, Johnny segurou sua cintura e te ajudou a sentar no colo dele, as mãos passearam pelo seu corpo enquanto ele olhava todos seus detalhes, pensando por onde deveria começar, ou talvez forçando a si mesmo a manter um certo nível de civilidade. Tirou sua blusa, o sutiã em seguida e beijou seus seios, beijos afetuosos, lentos, analisando com um olhar parecido a uma adoração, uma prece. “Você merece alguém que te queira como um doido e eu vou ser esse alguém hoje. Você vai gostar do jeitinho que eu faço”, disse, fazendo seu coração se apertar e em seguida sua garganta prender um gemido quando chupou seu mamilo com força, roçando os dentes enquanto segurava pela base e imprimia apertos cuidadosos.
“Johnny…”, chamou baixinho e segurou os fios longos do cabelo, o assistindo se deliciar com a sua pele e de vez em quando te encarar com aqueles olhos redondos e cheios de um prazer extraordinário. Você estava assombrada, a cabeça girando pelos estímulos, pela visão de cima do seu amigo, roçando sua intimidade inconsciente nas coxas cobertas pelo linho à procura de alívio. A cada vez que esbarrava o volume que já estava ali desde que você tinha subido nele, desejava mais que ele estivesse dentro de ti.
“Johnny… Eu preciso…”, suplicou agora sem nenhum peso na consciência, sem nenhuma interferência do seu ego.
“Eu sei do que você precisa. Vem aqui”, ele tirou sua calça e deitou-se completamente no sofá, puxando sua cintura até a altura do rosto.
“Espera, a gente não precisa fazer isso…”, você entendeu o que ele pretendia fazer e sentiu por um segundo que fazia por pena.
“Mas eu quero. Quero você sentada na minha cara, suas coxas me sufocando… Por favor”, os dedos se entrelaçaram o dele e ele te ofereceu uma expressão sincera de pedido. “Eu quero te dar isso-” disse, te ajudando a subir no sofá de novo e se posicionar, uma perna de cada lado, “Quero ser o primeiro a te dar isso, quero ver tua perna bamba depois que te fizer gozar”, prometeu, beijando o interior das suas coxas e esperando o sinal.
Você segurou as mãos dele novo, assentiu rapidamente, dividida em acreditar que aquilo estava acontecendo de verdade e tomando coragem pra não desistir. Johnny deslizou o nariz pelos lábios que escondiam seu ponto sensível, não era mais provocação, não era mais um jogo, era como se te preparasse para a enxurrada de sensações que viriam daqui pra frente. Distribuiu beijinhos ao redor da sua vulva, aproveitando também o presente que era pra você, e por fim deslizou a língua molhada e quente por toda extensão. Seu gemido se desprendeu, apertou os dedos dele assustada, maravilhada. Ele repetiu o movimento, agora mais devagar, mapeando os cantos e os meandros, e juntou o lábio em um biquinho, chupando o aquele ponto da sua pele que pulsava. Se concentrou nele, fazendo movimentos circulares rápidos, revezando com mais chupões, demorados, com vontade. Apertava sua bunda ao mesmo tempo, como se tentasse te obrigar a liberar o peso das pernas, a sentar de uma vez, mas você estava receosa, não queria machucá-lo, nem que ele perdesse o ar.
“Pode sentar. Tá tudo bem.”
“Eu vou gozar, não vou conseguir me segurar”, respondeu entre arfares.
Johnny riu e riu claramente da sua inocência.
“Relaxa, deixa que eu penso nisso. Vai, rebola na minha cara, me usa”, e abriu um pouco mais sua perna, fazendo com que você inevitavelmente grudasse a entrada molhada na boca dele, que sem perder tempo voltou a chupa-la, agora com mais velocidade, a estimulando com sede.
Foi o suficiente para que você fechasse os olhos com força e liberasse um gemido arrastado e longo. As mãos entrelaçadas te deram sustentação e certa segurança que ele estava aproveitando aquilo tanto quanto você, até mesmo quando você fez exatamente o que ele tinha pedido, o usando, movimentando sua cintura para frente e para trás, tirando a maior quantidade de fricção dos lábios dele que conseguia. E ele gemia, tão alto quando você, as ondas sonoras ajudando também a te fazer gozar intensamente.
Johnny não entendeu isso, entretanto, como o fim. Continuou sugando a região, dessa vez com a língua toda para fora, em círculos maiores, mais rápidos, praticamente movimentando a cabeça de um lado para outro. Você sentiu outro orgasmos nascer no seu baixo ventre, ao mesmo tempo que sentia a sensibilidade dos seus músculos que acabaram de fazer um esforço tremendo.
Largou as mãos e segurou os cabelos, com força e quando olhou Johnny, ele sorria com os olhos, já que a boca estava ocupada. Desgraçado, ele sabia o que estava fazendo e estava fazendo de propósito. Você queria xingá-lo dos nomes mais terríveis possíveis, por estar forçando outro orgasmo, mas ao mesmo tempo seu corpo não te obedecia. Sua cintura rebolava instintivamente, quero aceitar o que ele estava te dando.
“Mais uma vez pra mim amor, só mais um”, você ouviu a voz abafada dele e em seguida sentiu a língua resvalar pela intimidade completamente encharcada de novo, a sensação de relaxamento completo atingir seu corpo todo e sua visão ficar turva. Seu gemido era um chiado dolorido, de um deleite perturbado, mas tão bom que se soltou dele e se apoiou no braço do sofá. Johnny te colocou deitada de costas no sofá, te ajudando a controlar a respiração entrecortada, acariciando seu rosto.
“Que porra é essa?”, você perguntou, rindo, tentando arrumar os cabelos presos à testa.
“Isso é uma das coisas que você ‘tá perdendo se envolvendo com esses idiotas”, respondeu desafivelado a calça bem a altura do seu olhos, te dando uma visão privilegiada do membro pesado dentro da cueca que já tinha uma mancha molhada e o local transparente. Sua boca salivou.
Você levou rapidamente seu olhar ao dele, tentando esconder a felicidade. “Uma das?”
Johnny puxou suas pernas na direção dele, agora apenas suas costas estavam seguras pelo sofá. Desceu a última peça que o cobria e posicionou um tornozelo em cada ombro. Você sentiu a glande tocar a sua entrada e se contorceu, os dentes travados enquanto soltava um arzinho entre eles.
“Uhum. Você ainda tem vários outros tópicos pra dominar.”
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"Você foi parar no circo do limbo das mortes inesperadas, e o dono do espetáculo agora é o novo guardião de sua alma... Mas... Você deveria mesmo estar ali?"
-> |Seonghwa x fem!reader | Sobrenatural, romance | W.C: 4K|
-> [Warnings!]: A pp era maconheira pelo meme, juro
-> [Lost notes]: Passei muito tempo planejando essa aqui, e agora inauguro ela como comemoração do #mêsdoterrorlost! Virou minha filhinha, então apesar de ter uma vibe diferente do que normalmente trago, peço que deem uma chance 😭❤️. Boa leitura meus amores ♡
Você despertou com um zumbido penetrante em seus ouvidos, piscando várias vezes para dissipar a névoa que turvava sua visão. As palmas das mãos pressionaram o chão nas laterais da sua cabeça enquanto você tentava se erguer. Sentiu o cascalho sob seus dedos, que revelou que não estava sobre uma cama macia, mas sim no chão áspero de um lugar desconhecido. Um alerta se acendeu dentro de você, fazendo-a se sentar abruptamente; o zumbido se intensificou. Pelo menos sua visão finalmente havia clareado, lhe permitindo explorar o cenário à sua volta: o parque de um circo.
O desconforto não vinha apenas do fato de ter acordado naquele parque, mas da completa falta de memória sobre como chegara ali. Observou a luz azulada que iluminava o carrossel, girando tão lentamente que parecia prestes a parar. As barracas vazias que se estendiam pelo local, desprovidas de vida ou movimento, e focou seu olhar na única luz quente do recinto, que emanava da tenda do espetáculo do circo no fundo do parque. Confusa e assustada, você se levantou, movendo-se instintivamente em direção ao que parecia ser seu único refúgio.
Ao se aproximar da tenda — que parecia maior por dentro do que por fora — sons alegres e murmúrios acolhedores preenchiam o ar, como se uma festa estivesse em andamento. Com um misto de curiosidade e receio, você puxou o pano da entrada. O que viu dentro a deixou estupefata: palhaços, acrobatas, animais e dançarinos se moviam em uma coreografia encantadora, mas estranhamente, sem plateia.
Mas quando notaram sua presença... Tudo parou.
A música cessou; as risadas se silenciaram, e aqueles seres vibrantes tornaram-se meras estátuas.
— Olha só o que temos aqui — Uma voz masculina ecoou, convidativa e inquietante. Você tentou localizar a fonte, mas a figura permaneceu oculta nas sombras de algum lugar. — Venha, nós já te vimos. Pode entrar.
Desconsiderando o convite, você recuou lentamente, pensando em fugir, mas, num piscar de olhos, se viu no centro do palco. Como havia chegado ali?
— Não precisa correr, minha querida — Disse o dono daquela voz, emergindo da penumbra, atrás do palco redondo, onde provavelmente ficava o camarim, como um espectro do circo.
Um frio percorreu sua espinha ao ver a figura que se aproximava: um homem vestido com um sobretudo vermelho e uma cartola imponente, semelhante a o figurino de um mágico. O som de sua bengala — mais um adorno do que uma necessidade — reverberava no palco, marcando sua caminhada.
Você queria gritar, questionar, mas o choque paralisou seu corpo. Apenas se afastou com alguns passos, sentindo os olhos dos outros personagens a observarem, imóveis e silenciosos ao redor do palco.
— Onde... Onde estou? — Sua voz tremia, mas você tentou ser firme.
— Obrigado por finalmente perguntar! — O homem exclamou, levantando os braços em celebração.
Ele retirou a cartola com um gesto teatral, revelando um sorriso macabro que se estendia de orelha a orelha. Mas infelizmente era impossível ignorar: aquele maníaco possuía uma beleza hipnotizante.
— Seja bem-vinda ao Circo do Limbo! — E, com essas palavras, o ambiente voltou a vibrar com cor.
A música alegre ressurgiu, e acrobatas dançaram sobre sua cabeça, enquanto palhaços se divertiam nas bordas do palco. Um vendedor se aproximou, oferecendo-lhe um saco de pipoca, o cheiro doce preenchendo o ar.
Mas o clímax ocorreu quando o mágico lançou sua bengala para o alto, capturando-a com destreza. Apontando em sua direção, uma rosa negra irrompeu de sua ponta, pairando como uma promessa sedutora. Você hesitou em pegá-la, e, com uma feição de decepção, o homem a afastou.
— Enfim — Ele deu de ombros, como se sua voz pudesse dominar o caos ao redor, pegou ele mesmo a rosa, e a jogou para longe — você está morta.
O impacto daquela frase foi tão grande que o medo que antes dominava seu corpo se dissipou como névoa ao amanhecer. A secura na boca refletia o desespero que começava a tomar conta, e, enquanto seus olhos se fixavam no mágico, o ambiente novamente se silenciou — ou talvez fosse você que não conseguia ouvir mais nada, era difícil dizer.
Então, de repente, uma gargalhada irrompeu de você, aquela que contorce o corpo e faz a mão apertar a barriga de tanto divertimento.
— Ta bom, o gato de Cheshire! — Você brincou, reconhecendo a semelhança entre o sarcasmo do estranho homem e o famoso personagem de "Alice no País das Maravilhas." — E você é o que? Deus?
— Sou Seonghwa, o guardião das almas das mortes inesperadas — Ele se endireitou, inflando o peito com um orgulho que parecia quase cômico.
Mais risadas escaparam de seus lábios.
— Meu Deus, essa minha última erva foi realmente boa! — Você comentou entre as gargalhadas.
— Na verdade, você sofreu uma parada cardíaca — Seonghwa disse, e, com um gesto dramático, uma nuvem de fumaça surgiu acima de sua mão, revelando um caderno que flutuava diante de você. Ele começou a passar as páginas sem tocá-las, analisando algo com um semblante sério. — Hm... Sim... Isso mesmo, estava saindo para encontrar suas amigas e comemorar o Halloween com filmes tão ruins que dariam arrepios. E então, puff.
A risada morreu lentamente em sua garganta, enquanto você se recompunha, sentindo seu corpo tremer a cada palavra. Queria chamá-lo de louco, questionar qual de suas amigas havia armado aquela pegadinha ridícula, mas as palavras falharam em sair mais uma vez. Uma pontada no peito a atingiu, e o ar lhe faltou, parecia estar se afogando, sendo puxada para o fundo do oceano desconhecido.
Sempre temeu mais o desconhecido do que a morte.
— Estranho, você não tinha problemas cardíacos. Sua saúde era impecável. E nunca fumou, certo? Bem, tinha suas ervas, mas até ai né, quem nunca... — Seonghwa continuou, e acabou rindo para si mesmo. — Quer dizer, é óbvio que é uma morte estranha, do contrário, não estaria aqui.
O zumbido voltou a pulsar em seus ouvidos, e você levou a mão ao peito, apertando a região enquanto uma dor de cabeça latejante se instalava, sobrecarregando sua mente com flashes confusos. Lembrou-se de se arrumar, até mesmo do cheiro de seu perfume, de ligar para duas amigas, passar no mercado para comprar guloseimas, e da sensação repentina de pavor que a atingiu, dos braços formigando e da respiração se tornando pesada, antes de as sacolas caírem no chão e tudo se transformar em um borrão.
— O que... — Você murmurou, ajoelhando-se no chão, tremendo.
Seonghwa, que continuava falando mais para si do que para você, finalmente desviou a atenção de seu caderno, que desapareceu na mesma fumaça que o trouxe à vida. Ele se abaixou ao seu lado, apoiando-se na bengala elaborada, e um olhar carinhoso surgiu em seu rosto.
Era estranho, normalmente, em filmes, as pessoas negariam o fato, tentariam escapar. Mas você não conseguia fazer isso. Era impossível ignorar: você tinha CERTEZA de que ele estava dizendo a verdade.
Você tinha CERTEZA de que estava morta.
— Ao contrário do que as pessoas pensam, ninguém tem "a hora certa de partir". Há uma estimativa, um plano, mas nem mesmo Deus consegue prever todos os imprevistos — Seonghwa começou a explicar, seu tom suave e cauteloso, enquanto seus olhos se fixavam nos seus, tentando garantir que você o escutava, e não estava apenas perdida em seu próprio desespero.
— Quando chega sua hora, os seres divinos já têm todas as informações sobre se você merece ir para o céu ou para o inferno. Mas há aqueles que quebram esse padrão, morrendo antes que essa análise seja concluída. E isso não tem a ver com idade ou qualquer coisa assim, mas sim com seu planejamento — Ele continuou, sentando-se em frente a você, pernas cruzadas. — Quando um imprevisto acontece, sua alma fica sem destino, e é aí que eu entro! — Seonghwa se animou novamente. — O limbo não é o que todos pensam: um lugar para almas com assuntos inacabados. É mais simples: um lugar para almas sem destino, as famosas mortes imprevisíveis.
— Eu não deveria ter morrido? — Você finalmente conseguiu perguntar, sentindo o zumbido se afastar lentamente.
— Não, sinto muito — Ele respondeu, fazendo um bico com os lábios. — Mas pelo menos aqui a gente se diverte bastante!
E, num pulo, ele se ergueu do chão.
— Não há Deus ou Diabo para nos controlar.
— Apenas você — Você ousou murmurar.
— Apenas eu — O homem respondeu, de forma sombria, mas com um toque de humor — Mas sou um chefe bonzinho.
Você estava tão chocada que não conseguia chorar. Na verdade, não queria chorar; queria espernear, gritar, bater, correr, mas chorar não.
Sempre imaginou como seria sua morte, nunca esperou uma partida grandiosa. Morrer antes da hora parecia tão adequado a você, como se fosse o desfecho previsível de uma vida que nunca se destacou. Não tinha sonhos grandiosos, um grande amor ou qualquer laço que a ancorassem ao mundo; era como uma folha ao vento, à mercê das circunstâncias. No fundo, o circo do limbo talvez fosse um reflexo da verdade que Seonghwa não percebia: um abrigo sombrio para almas esquecidas, um vasto deserto de despropósitos. Ali, você se sentia não apenas perdida, mas como um sussurro insignificante na eternidade, uma sombra sem rosto que se esvaía na penumbra. Talvez fizesse mais sentido que no mundo dos vivos.
Você, claro, não verbalizou essa teoria, temendo as consequências. Mas freneticamente olhou ao redor, ansiando por uma fuga.
— Você não está presa nesta tenda, nem a mim — Seonghwa disse, como se pudesse ler seus pensamentos. — Mas posso garantir que eu mesmo já tentei ir para longe, e o nosso limite é apenas o fim do parque.
Ele estendeu a mão gentilmente. A luz que filtrava do topo da tenda passava por suas costas, fazendo-o parecer uma figura quase angelical vista de baixo, da forma que estava.
— Você pode explorar o que quiser, quando quiser. Mas antes, me deixa te mostrar nosso lar.
O mundo pareceu parar enquanto você olhava aquela mão em sua direção. O que aquele homem achava que era? Algum tipo de bem-feitor? Sentia raiva, mas ao mesmo tempo, um estranho carinho, como se realmente segurar sua mão pudesse afastar o medo de estar morta. Por um tempo indeterminado, observou Seonghwa, sentindo o coração pulsar forte no peito — e, mesmo assim, deveria ser apenas uma miragem, como aqueles casos de membros fantasmas. Finalmente, ousou tocá-lo, buscando seu apoio para se erguer.
Foi então que, ao estar de pé, com sua mão deslizando sobre a do mágico, um choque pareceu percorrer seu corpo, um raio que caiu diretamente entre suas mãos.
Vocês se afastaram rapidamente e se olharam igualmente chocados.
— Você... — Seonghwa murmurou. Era possível escutar ao fundo alguns integrantes do circo o chamando: "Chefinho? Ei, chefinho", mas nenhuma resposta lhes foi dada; ele permanecia estático, finalmente pálido como se estivesse morto, olhando para você. — Você não deveria estar aqui.
Você também não o respondeu, apenas, instintivamente, deu um passo para frente. Apesar de estar recuando desde o momento em que chegou àquele lugar, deu um maldito passo para frente e nem ao menos sabia por que estava fazendo isso. Era como se algo lhe chamasse para Seonghwa; seu corpo gritava por ele, implorava para que lhe tocasse mais uma vez, como se jamais pudesse ter se separado.
— Você não é uma morte imprevista — Ele murmurou, a voz tão debilitada que parecia ele quem estava perdido ali. Havia algo estranhamente familiar naquela conexão, mas você não conseguia identificar o que.
Apenas continuou se aproximando.
E então se jogou nos braços do homem, selando seus lábios nos dele.
Perfeito. Você jamais tinha sentido tal emoção ao beijar alguém, como se todas as outras pessoas com quem se relacionou fossem meros grãos de areia. Passou sua vida toda achando que o problema era você por nunca ter dado chances ao amor, mas aparentemente havia acabado de lhe encontrar ali, em sua morte. Não fora um beijo acalorado, com amassos ou coisa do tipo; seus lábios apenas tocaram gentilmente os do rapaz, como se, apesar de mortos, o calor humano tivesse tocado suas peles, lhe dando vida mais uma vez. Seonghwa não se afastou daquele toque; você apenas escutou o momento em que sua bengala caiu de sua mão, se chocando com o chão, e seu braço rodeou sua cintura, lhe trazendo mais para perto.
Sentiu o gosto salgado no beijo quando a primeira lágrima deslizou por seu rosto. O toque se tornou molhado, misturando-se com suas lágrimas, que você nem sabia de onde vinham. Quando finalmente se afastou, notou que o mágico também tinha lágrimas nos olhos.
O rosto de Seonghwa estava em transe quando balbuciou algo que reverberou pela tenda.
— YeonHee?
Todos ao redor de você exclamaram surpresos. A dor latejante em sua cabeça aumentou novamente. Cambaleou, tentando se apoiar em Seonghwa, que se desvencilhou de você como se fosse a coisa mais perigosa que já havia encontrado.
— Não, esse não é meu nome — Você respondeu, revelando seu nome em seguida, mesmo se sentindo fraca.
Com a visão turva, insistiu em olhar para o homem, buscando algo que não sabia o que era.
— Seonghwa — Sussurrou, encantada com o jeito como seu nome soava nos seus lábios. — Seonghwa — Chamou novamente, como se a palavra pudesse te dar força.
— San, leve-a daqui — O moreno pediu, arrumando sua postura novamente. — San! — Ele gritou, toda sua feição bondosa de minutos atrás se escondendo em meio àquela raiva... Ou algo do tipo... Ele não parecia de fato zangado, apenas... Triste.
Você não pôde questionar mais nada daquele momento em diante. Não quando um grande homem, trajado com roupas pretas — era difícil identificar qual sua função no circo —, caminhou em sua direção e, gentilmente — por incrível que pareça — lhe pegou no colo, como uma princesa.
— Espera! — Você gritou, se debatendo no colo do desconhecido. — Espera! O que está acontecendo? Seonghwa! — Clamou, como se ele fosse seu único salvador.
Como se ele realmente pudesse te salvar de seu destino.
Você se acalmou um pouco quando foi levada para um trailer fora da tenda principal daquele estranho parque. O rapaz denominado San, com poucas palavras, te colocou sobre a cama e te segurou gentilmente, até que a tempestade dentro de você começasse a se acalmar. Diferentemente de Seonghwa, apesar de sua figura imponente, não sentiu medo dele; era como se estivesse diante de um irmão mais novo, tentando ajudar.
Permaneceram em silêncio por um longo tempo, sua mente girando como um redemoinho, enlouquecendo com a dor que parecia querer estourar sua cabeça — como se algo estivesse tentando escapar de dentro do seu cérebro, esse que, afinal, não deveria existir mais. Tentou se concentrar em repassar toda aquela... Tarde? Noite? Em sua mente, organizando os fatos:
1. Você estava morta.
2. Não deveria ter morrido.
3. Ou talvez deveria?
4. Estava em um circo, o circo do limbo.
5. Queria enlouquecidamente, desesperadamente, ficar perto de Seonghwa novamente. Precisava disso.
— YeonHee — Você finalmente sussurrou, o estranho nome que Seonghwa havia mencionado ecoando em sua mente. Por que lhe era tão familiar?
— O chefe foi a primeira alma a vir para cá — San, que estava sentado em uma cadeira de ferro, afastado de você e quase dormindo após tanto tempo, ousou falar.
Você se virou para ele, concentrada em suas palavras.
— Ele morreu tentando evitar a morte de sua esposa. Foi a primeira vez que Deus teve que lidar com uma alma assim. — Ele brincava distraidamente com os dedos. — Ele ficou lá, solto, nem no mundo dos vivos nem dos mortos, observando sua esposa agonizando de dor, após serem assaltados ao sair do trabalho: eram circenses.
Você se sentou na cama, hipnotizada.
— Ele estava quebrando o universo fazendo aquilo. Deus ficou perdido pela primeira vez em toda a sua existência. E se desse o destino errado para aquela alma? Até que Seonghwa lhe implorou que salvasse a esposa dele, prometendo que faria qualquer coisa, qualquer coisa do mundo. Até mesmo trabalhar para ele.
— Ele se tornou uma alma despropositada, por escolha? — Você ousou questionar.
— Sim. Porém foi mais do que isso. Deus salvou sua esposa, algo que nunca havia feito antes. Mas também nunca tinha visto um amor tão devoto quanto aquele... Contudo, em troca disso, além de cuidar deste terceiro reino, Seonghwa perdeu a chance de reencarnar. — San te olhou pela primeira vez. Seu olhar era triste, uma tristeza gentil. — As almas do circo do limbo não podem reencarnar. Não há corpo para nós na terra dos vivos.
A tristeza gentil do homem também te tocou, e novas lágrimas ameaçaram escorregar, presas em suas pálpebras, a um passo de desabarem.
— Por que está me contando tudo isso?
— Para facilitar sua lembrança sobre suas vidas passadas, as vezes demora um tempo para a gente conseguir isso, mas o seu processo em específico é rápido — O mais alto informou de forma simples. — Eu fui o segundo a chegar aqui, mas nunca vi uma alma como a sua. O que faz total sentido.
— Por que?
— Isso eu não posso dizer — Ele sorriu pela primeira vez em sua presença. E se levantou, caminhando até a porta e enfatizando seu recado novamente antes de deixar o trailler — Mas você precisa se lembrar.
Quando a porta se fechou, deixando-a completamente sozinha, e com aquela frase presa em sua mente, o zumbido em seu ouvido intensificou-se mais uma vez, um chamado distante e inquietante, como se uma força invisível a puxasse. O som reverberava em sua cabeça, e, num instante, todo o resto desapareceu. Levantou-se abruptamente, a visão turva, mas não podia ficar ali, um pressentimento agudo a avisava que algo estava terrivelmente errado.
A lembrança do beijo com Jeonghwa invadiu suas memórias, um toque suave e uma conexão elétrica que a fazia sentir-se verdadeiramente viva. Mas essa euforia logo se transformou em desespero, uma necessidade urgente de reencontrar Seonghwa, como se sua alma estivesse incompleta sem ele.
— Eu preciso encontrá-lo — Sussurrou para si mesma, a voz tremendo sob o peso da emoção, enquanto corria para fora do trailer.
A porta bateu com força, e você passou por San, que se assustou com sua presença repentina. Ele a observava com preocupação, e lhe chamou algumas vezes, mas você não possuia tempo para responder. O mundo ao seu redor tornava-se um borrão; tudo que conseguia focar era na imagem de Seonghwa.
Ele era a resposta para tudo.
As lágrimas escorriam por seu rosto, cada gota uma liberação de dor e saudade. Flashbacks de sua vida passada emergiam como ondas poderosas arrastando-a para um mar de memórias. O zumbido aumentava, a dor de cabeça fazendo-a desejar que se separasse do corpo. Mas precisava lembrar, precisava compreender o porquê de seu choro incessante.
As paredes do seu coração estavam se despedaçando.
E então, o silêncio absoluto.
Estava novamente dentro da tenda, tão vazia quanto sua mente. Caminhou em direção ao palco, e tropeçou ao subir no mesmo, suas mãos tocaram o chão empoeirado quando uma última pontada de dor a fez perder as forças, apoiando a cabeça no piso.
— Seonghwa! — Gritou com o rosto sobre a madeira, a voz quebrando, um grito de desespero e busca, como se sua própria existência dependesse daquele reencontro. A necessidade de vê-lo a consumia, e sentia como se o universo conspirasse para que seus caminhos se cruzassem mais uma vez.
Não entendia por que desejava tanto um estranho que acabara de conhecer, mas continuou clamando por sua presença. E então, uma lembrança específica a prendeu, um eco distante em sua mente: "YeonHee!" A voz de Seonghwa. Fechou os olhos e sentiu flocos de neve tocarem sua pele, a brisa gélida do inverno bagunçando seu cabelo enquanto corria alegre pela vila. Ouviu sua própria risada, e mais importante, a de Seonghwa, sentiu quando ele abraçou sua cintura e a girou no ar. Era tão bom, tão reconfortante.
Era isso... Você era YeonHee, esposa de Seonghwa, e sua ausência era uma ferida pulsante, uma cicatriz de vidas passadas.
Sentiu os beijos sob as estrelas, sussurros à luz da lua, a segurança de estar ao lado dele, tudo isso agora se tornava um eco vazio, um lamento pela conexão perdida. Chorava por todas as vezes que não pôde tê-lo, por todas as vidas em que não se lembrou dele.
As memórias eram um fardo, um lembrete do amor que nunca poderia ser esquecido.
Você precisava dele. Precisava sentir seu abraço, ouvir sua voz, experimentar a magia daquele vínculo que desafiava até mesmo a morte.
— Seonghwa! — Chamou novamente, agora com fervor. O eco de seu grito se dissipou no ambiente, mas em seu interior, a esperança ardia, uma chama que nunca se extinguiria.
E então, mesmo sem vê-lo, soube que ele estava ali, entre as sombras daquela tenda, seu novo lar. Secou as lágrimas, mesmo que novas surgissem, e tentou se erguer, conseguindo apenas sentar-se no palco.
— Eu entendi agora — Sussurrou, ciente de que ele a escutava — Deve ter sido horrível, certo? Me ver após...
— Séculos — Completou a voz masculina, distante.
— Séculos, meu Deus! — Exclamou, levando uma mão à boca para conter os soluços — Não me lembro de você há séculos. Como pude?
— Você não podia se lembrar, esse era o trato — Seonghwa surgiu de seu esconderijo, atrás das arquibancadas do circo. Seus olhos estavam vermelhos, denunciando que lágrimas haviam escorrido por horas ininterruptas. — Nem eu deveria lhe reconhecer, mas... Quando você tocou em mim...
— Ele jamais conseguiu separar nossas almas — Completou, finalmente se levantando. Aguardou Seonghwa se aproximar. Seus passos eram lentos, apreensivos.
— Você não deveria ter parado aqui, em nenhuma vida — Ele ebravejou, ficando a poucos centímetros de você.
— Você não entendeu? Eu que acabo de descobrir tudo já compreendi — Brincou, forçando um sorriso — Em todo esse tempo achava que havia algo de errado comigo, mas, no fim, apenas estava esperando por você.
Desta vez, você não chorou, mas desferiu um tapa no peito dele, que nem ao menos se moveu.
— Mas você nunca apareceu, Seonghwa, nunca! Em nenhuma vida — Reclamou, batendo mais algumas vezes.
O homem finalmente reagiu, segurando seus pulsos. Seu rosto era um misto de nervosismo e tristeza. O toque sobre sua pele ainda emitia aquela eletricidade em forma de choques, por mais que nenhum dos dois tenha se afastado dessa vez.
— Eu só queria evitar que você fosse parar em um lugar como esse, neste vazio eterno. Você não merecia isso; merecia o céu, reencarnar milhões de vezes, sentir a brisa fresca do vento, comer morangos no verão — Sua fala era rápida, embaralhada, como se nem ele entendesse. Estava em completo desespero.
— Nada disso importa se não tiver você.
— Por que está aqui? — Questionou, segurando as lágrimas. Ver você, por algum motivo, doía, doía muito. — Por que fez isso?
— Pedi a Deus para me deixar encontrar o amor da minha vida — Explicou, compreendendo tudo na mesma velocidade com que falava — É claro que não esperava que tivesse que morrer para isso — Brincou — Mas tudo faz sentido agora.
— Você não pode ficar aqui — Retrucou Seonghwa, ríspido, tentando evitar a onda emocional.
Apenas queria salvá-la de seu destino.
Você não respondeu de imediato, apenas se soltou do toque do mais alto, e acariciou uma de suas bochechas ao segurar seu rosto com ambas as mãos. Era quase como se pequenos raios saíssem da palma de sua mão para a pele do homem.
— Eu apenas quero ficar onde você está — Disse, inclinando-se e encostando a testa na dele — Eu escolho isso. Escolho ficar com você. Eu não quero mais me esquecer.
Sentiu as mãos apreensivas de Seonghwa a abraçarem, e uma única lágrima solitária escorreu de seu rosto.
— Chega de se sacrificar, Seonghwa, chega de ficarmos sozinhos.
— Foi por isso que sua morte não foi um acidente — Ele soltou uma risada anasalada, segurando sua cabeça e a forçando a olhar em seus olhos — Não pode fazer isso, eu... Não posso deixar.
Você pensou em ao menos dez novos motivos que fariam Seonghwa se render à sua proposta, a entender o motivo daquilo tudo. Mas ao mesmo tempo não encontrou palavras para os externalizar. Na verdade, havia tantas coisas que precisavam discutir, compreender. Mas nada importava agora, não quando poderia beijar os lábios do amor de sua vida mais uma vez.
Essa seria a maior justificativa de todas.
Puxou-o pelo sobretudo vermelho, unindo seus corpos ao selar os lábios. Diferente da primeira vez, este segundo beijo era carregado de desejo, fazendo até mesmo a luz da tenda piscar algumas vezes. Passou as mãos pelo pescoço de Seonghwa e se impulsionou quando ele a puxou pela cintura, completamente rendido, fazendo suas pernas prenderem em torno de seu corpo. Sentiu as mãos fortes agarrarem suas coxas, lhe dando firmeza para permanecer em seu colo.
— Eu escolhi você, ao invés de qualquer vida que possa ter — Sussurou ao cessar o beijo acalorado, seus lábios permaneceram próximos, roçando um no outro, sedentos por mais. Seonghwa não teve escolha, preferindo te beijar novamente do que continuar discutindo.
Finalmente, além de descobrir seu passado, entendeu por que nunca se sentira viva:
Precisava morrer para isso.
❀ೃ⡪: Yeon-hee (연희)
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10 anos de NÃO ( w i p )
NÃO OBSTANTE será uma pequena mostra de desenhos originais feitos por João Concha para capas/contracapas dos livros de poesia da não (edições). NÃO OBSTANTE será uma feira/exposição de risografias a cores realizadas a partir desses desenhos, numa tiragem reduzida, assinada e numerada. NÃO OBSTANTE será um cartaz realizado para esta ocasião pel'O Homem do Saco, em impressão serigráfica a partir de um dos desenhos e com apenas 50 exemplares disponíveis. NÃO OBSTANTE será uma festa de aniversário dos 10 anos da não (edições). NÃO OBSTANTE será um encontro entre a não (edições) e O Homem do Saco, que também fez 10 anos e mais-qualquer-coisa... NÃO OBSTANTE será ainda um encontro de pessoas e desenhos, amigos e transeuntes, autores e leitores.
NÃO OBSTANTE... mais detalhes em breve!
/// 7 a 10 de Dezembro, pelas tardes, n'O Homem do Saco, Lisboa: https://www.facebook.com/events/1721448365031670
#aniversário#não (edições)#livros#exposição#desenhos#colecção 32#risografias#serigrafias#cartazes#impressão#poesia#O Homem do Saco#não obstante
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DE KENNER - BAEKHYUN
AVISOS : REPOST! 02/04/22 ■ Baekhyun × leitora ■ ambientação no morro da Rocinha ■ influência de elementos da cultura periférica de sp ■ tentativa de humor ■ enredo breve ■ palavrão ■ uso constante de gírias ■ songfic inspirada na música do FBC - KENNER ■
_________________________________________
-Nega - o moreno cantarolava andando pela casa.
-Tó no banheiro!
Ouvi passos do garoto se aproximando e parar, tirei minha concentração da maquiagem e encontrei seus olhos me encarando pelo espelho, escorado na porta do banheiro.
-Que foi?
-dá o papo doce, tô trajado da melhor forma hoje.
Virei meu corpo para o garoto, e se tem uma certeza, é que Baekhyun é igual aquelas crianças que se tá quieto demais é porque tá fazendo merda. Já me culpava amargamente por ter deixado ele sair pelo morro o dia inteiro sozinho.
Sustentando uma pose, com a mão quase cobrindo a cabeça para mostrar o novo cabelo e os risquinhos perto da nuca. A perna direita foi levada para frente como se fosse modelo de salto alto, apenas com o intuito deevidenciar o chinelo Kenner e o short com um grande logo da cyclone.
-Que porra tu fez Baekhyun?
-como assim que porra eu fiz? Eu virei cria mulher ! - dizia passando as mãos finas pelo cabelo recém descolorido entrando dentro do banheiro.
-Jesus negro me dê paciência - o sentimento de aflição e medo da sogra cresceu. Se essa mulher ver Byun agora, as visitas no Brasil terão seus dias contados.
Nesse momento já olhava desesperada para os lados pensando na reação da minha sogra vendo a garoto daquele jeito e a empresa enchendo o saco.
-Fiz minha pesquisa de campo e acho que agora estou com requisito pra ser vip no baile.
Voltei a olhar para o espelho tentando me concentrar em passar o glitter rosa na pálpebra sem sujar o delineado e o rosto todo.
- Os menor tudo tem nevou... - agora Baekhyun caminhava diferente e o seu português ficava cada vez mais informal.
Talvez eu deva aceitar a derrota. Ele já tá falando mais gíria do que eu!
-não é porque metade da favela tá lançando nevou que tú tem que lançar também homem. Tua mãe não te ensinou que você não é todo mundo?
Tentava me concentrar no sermão, mas o pior é que o vagabundo tava no auge da beleza com a droga daquele cabelo descolorido.
Calma. Respira. Foco.
- Tú tava andando com o L7 né? Aquele filha da puta... nem quero pensar, se alguém te reconhecer e jogar na dispach.
-Calma mó, o L7 só me levou nas lojinha camelô pra me ajudar renovar o guarda roupa, o 'nevou eu fiz com o Gabriel na barbearia do Celestino.
-o que? E o que tu fez com as outras roupas Baekhyun?
-doei pro brechó na assembleia da rua 12 ué
- no próximo culto metade daquela igreja vai tá de Balenciaga. - Refleti.
-Olha amor, na minha pesquisa, além do nevou, eu percebi que no baile nove em dez dos cria da vip tão de Kenner. - falava agora olhando para o novo chinelo, observando seu jeito de andar pelo grande espelho que ocupava a outra parede.
-tu não usa nem uma havaiana no pé direito muleke, vai usar Kenner agora?
-Ainda? Já comprei a coleção inteira que tinha na Riachuelo do centro, olha esse Kenner laranja. - os pés do loiro mexiam em ansiedade com seu novo par de chinelos.
-você não existe Baekhyun. - levantei caçando a maldita escovinha pra fazer meu babyhair.
-mais é sério nega, tô usando a laranja pra combinar com essa blusa do messi Barcelona.
-e o que tu vai fazer com teu trabalho homem? A empresa deixa 'tú pintar o cabelo desse jeito?
-Estou irreconhecível agora Mozão, agora eu sou o cria, agora só devo portar com o vulgo que o L7 falou.
-uhum, sei... confia que eu acredito. Você com esse menino não presta, maldita hora em que lhes apresentei.
-E se eu inventar um vulgo? Não acha que tem um impacto?
- Prefiro nem comentar... Achei! - surtava animada com a escovinha, já enxarcando ela de gel para fazer um baby hair bem fixado para o baile.
- E Baekhyun, aqui não tem dispach, mas tem fofoca de vizinha. Vê se coloca um óculos na cara.
Baekhyun sorriu, tirando um óculos escuro do bolso e o colocando com estilo.
- Pronta pra arrasar, mozão?
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THIRSTY — starring f!reader x mark, seu melhor amigo
você não fazia a menor de quando passou a achar seu melhor amigo o cara mais atraente do mundo e nem por quanto tempo ele gostava de você, mas decidiu experimentar...
warning ☆ este conteúdo é destinado a adultos, portanto, se você não tiver idade na descrição e, pelo menos, uma foto de perfil, será bloqueada!
content ☆ mark e leitora são inexperientes (talvez), dry humping, masturbação mútua, squirting, mark!perv (?)
notas ☆ essa one foi um pedido e eu simplesmente amei escrever ela, muito obrigada @ningssl!!! e.. é, o horario permite? 😁😁
Sua mente não conseguia registrar uma palavra do que Mark falava e, sinceramente, se sentia culpada. Ele falava tão animadamente sobre uma música que ele tinha composto e estava louco pra te mostrar. Os olhinhos grandes brilhavam de tal jeito que você podia formar uma constelação.
“Ei, você tá me ouvindo?” não, Mark. Mas como você poderia sequer pensar em alguma outra coisa se não os lábios vermelhinhos dele? O jeito como ele passava a língua entre eles, os umedecendo. O jeito que o pomo de adão dele subia e descia, conforme ele parava pra engolir em seco
“E-eu...? Não, Mark, desculpa...” você murmura, levemente envergonhada de ter sido pega.
“E eu posso saber o que tá tirando sua atenção? Poxa eu tô falando tão animado sobre o show do Lauv...” ele diz, com falsa decepção, tentando te fazer se sentie culpada.
“Ei! Não faz isso!” você aponta pra ele, que levanta as mãos em rendição.
“Tá bom, tá bom! Eu não vou fazer nada...” Mark sorri, se levantando. “Eu vou buscar mais suco, você quer?” ele parece pronto pra pegar seu copo e você, sem verbalizar, assente.
Assim que seu melhor amigo sai do quarto, você pode respirar. Será que ele percebeu que eu tava encarando? Você quase roía as unhas, ansiosa. Mas que droga, desde quando aquele pivete cheio de dente virou.... isso! Esse homem todo... todo... te faltavam palavras. Lindo, sensual, completamente delicioso? Todas essas poderiam descrever bem Mark Lee, mas nenhuma explicava o que você sentia quando estava perto dele.
Bem, você já tinha lido, bastante, na verdade, e tudo aquilo parecia ser o que descreviam nos livros: amor. Mas você nunca chegou a sentir aquilo por ninguém. E, fala sério, é o Mark. O seu Mark. Você sabia coisa demais dele... coisa demais! Sem chance de se apaixonar por ele. O vizinho novo que te espiava trocar de roupa... era um pervertido! E... mesmo assim você se tornou melhor amiga dele...
Mark passou pela porta do quarto novamente, carregando os dois copos de suco, e você sentiu tudo aquilo voltando. O frio na barriga, as orelhas esquentando, as palmas suando. Que saco!
“Aqui.” ele te entregou seu copo.
“Obrigada...” você o assiste se sentar, não deixando de capturar qualquer movimento dele. “Uhm... Mark...?”
“Sim?” ele te olha nos olhos e é aí que você perde tudo. Eles continuavam brilhando. Como podiam ser tão lindos? “É... tá tudo bem?”
Você balança a cabeça e murmura um “sim” antes de perguntar: “Você já... se apaixonou? Ou pelo menos... sei lá, gostou de alguém?” era claro que você tava envergonhada. Ele te conhecia muito bem. O jeito que batia o pé no chão, que olhava pra qualquer canto que não fosse o que ele estava, sem contar como você bebeu o copo inteiro de suco em três goles.
“Gostar, já. Já gostei de várias garotas, mas apaixonar...” ele pausa e sorri, olhando pras próprias mãos. Só de lembrar do teu sorriso, ele já tava todo bobo. As pontinhas das orelhas chega ficavam vermelhas. “Também, por uma garota que eu conheci há uns anos. Mas ela sempre me achou um pervertido.” ele faz uma careta.
“Por que será né...” você murmura e ele te olha, com as sobrancelhas levantadas. “Mark, você me observava trocar de roupa pela sua janela, seu tarado! Vai saber quantas garotas você já não viu!” seu melhor amigo leva uma das mãos até o peito, ofendido.
“Olha só, aquilo foi uma vez! Uma só!” você gargalha.
“E as outras? Quando você tava na minha casa, quando eu tava aqui e você, simplesmente, invadiu o banheiro, ou então no vestiário da escola... Ah, tem também a vez que-”
“Chega, chega. Não precisa ficar contando não, tá? Eu saquei. E todas elas foram acidentes!” o garoto se defende mais uma vez.
“Tudo bem, o que te faça dormir melhor à noite.” você se conforma, encostando na cama. “E... como é? Se apaixonar...?”
“É bom! Só não é tanto assim quando não se tem coragem pra falar na cara da pessoa... tipo eu. Mas quando você sabe que é recíproco, deve ser a coisa mais... linda do mundo.” o Lee brinca com os dedos novamente, com o sorrisinho adornando os lábios rosados dele.
Você suspira. É claro que ele já gosta de alguém. Como não? Ele é a borboletinha social da sua série, bem, socialmente estranha, mas social. Todos conheciam ele, interagiam. Quantas garotas não achavam ele interessante e até chegaram em você perguntando sobre ele?
“Mas e você? Tá... gostando... de alguém?” Mark demora na frase, engolindo seco logo depois. Por que motivo você perguntaria uma coisa dessa se não fosse pra descobrir se estava mesmo apaixonada por alguém? Culpa sua, seu idiota! É um jumento atrapalhado, que sempre chega nos piores momentos, causando as piores impressões possíveis. Claro que ela não vai querer nada. Acabou de dizer: TARADO!
“Acho que sim...” você também brinca com os dedos das próprias mãos. “Quando eu tô com ele... eu fico estranhamente envergonhada, meu coração começa a palpitar, dá um friozinho na barriga...” você ri soprado, seu olhar se tornando mais suave. “Quando tô com ele, peço aos deuses que deixem o tempo mais devagar e quando a gente tá longe, peço de novo pra avançarem o tempo, porque eu sei que a gente vai se encontrar de novo.”
Ele não tem coragem de olhar pra você, mas você sim. Tem um bico nos lábios e o olhar dele é tristinho, não combinando nada com a face adoravelmente sorridente. Não pode evitar. Seus olhos param, involuntariamente, nos lábios dele. É o que mais vem te chamando atenção nas últimas semanas. Que droga!
“Mark...” chama suave e ele olha pra você, ainda com a feição tristonha. Sente como se um caminhão tivesse acabado de passar pelo pobre coração do rapaz. “Se eu fizer algo e você não gostar... promete que não fica bravo?” tenta ser cautelosa.
“Uh... prometo...?” ele parece confuso e ainda mais quando você respira fundo e fecha os olhos por um momento.
Que se dane que ele gosta de outra. Você pensa e segura o rosto dele entre ambas as mãos. Seus olhos se mantiam fechados — uma parte de você esperava que ele retribuísse, já a outra, não tinha coragem de olhar nos olhos dele. Já tava ficando nervosa e prestes a largar ele quando sente uma mão na nuca e a outra se esgueirando até sua cintura.
Vocês compartilham de um beijo calmo, não precisava de pressa alguma. Esperava isso há tanto tempo que não podia deixar de desfrutar de cada segundo ali. E ele beijava tão bem! Como podia? Suas bocas se encaixavam perfeitamente, como se fossem feitas uma pra outra. E Mark te guiava com maestria, mantendo a mão na sua nuca.
Quando se separam, você se envergonha, vendo suas bocas inchadas. Os olhos dele olhavam pros seus lábios com tanta ânsia, queria- não, precisava te beijar de novo. Quando ele tenta te puxar de novo, buscando seus lábios, você o empurra.
“Que foi? Se arrependeu?” os olhos dele arregalam um pouco, com medo.
“Definitivamente não.” você sorri abertamente, contagiando o garoto. “Eu só... quero saber se é o que você quer. Quer dizer, 'cê acabou de dizer que é apaixonado por alguém.” diz baixo, tímida. E fica mais ainda quando ouve a risadinha do Lee.
Mark segura seu rosto, encostando seus narizes, e deixa um selar delicado nos seus lábios. “É você, sua boba. A única garota pela qual eu podia me apaixonar. E a única que me acha um pervertido. O que é inaceitável, mas eu ainda gosto.”
“Espera, então... quer saber, deixa pra lá.” você o beija novamente.
Dessa vez parecia mais desesperado. As mãos de Mark apertavam sua cintura como se sua vida dependesse disso. Enquanto você apertava a nuca dele, até puxar os cabelos dali. Era o momento da vida de vocês, finalmente ambos tinham o que queriam!
Mark te puxa pro colo dele, sem sequer separar suas bocas. As mãos dele vagam pelo seu corpo, sentindo cada parte dele. Queria memorizar com o toque o que ele já havia visto. Queria saber se era do jeitinho que ele sonhava e, porra... era muito melhor. A forma como você reagia aos apertos das mãos dele na sua cintura, ou nas coxas, o jeito que derretia toda vez que ele sugava seu lábio inferior. Não tardou para que você começasse a sentir... algo a mais. E ele não parecia nada diferente. Nota sua respiração pesada quando percorre os lábios por seu pescoço, deixando selares molhados e mordidas leves que só serviam para alimentar sua vontade do Lee.
Sem muito pensar, seus quadris começam a se mover, quase que involuntariamente. Você geme suavemente com o leve alívio que o atrito causava. Podia sentir a ereção de Mark na calça, ficando cada vez mais dura e contribuindo ainda mais para o seu alívio, que também era o dele.
Sequer pensavam na possibilidade dos pais dele voltarem pra casa mais cedo e pegarem o filho e a melhor amiga se esfregando um no outro como dois animais no cio, não se importavam com mais nada além do prazer. Já estavam completamente bêbados de desejo e não conseguiam controlar suas ações.
Suas mãos apertam os ombros de Mark, enquanto as dele apertam sua bunda vigorosamente, a induzindo a rebolar mais rápido, talvez aplicando um pouco mais de força e...
“Acho que... merda- eu vou acabar gozando rápido demais...” ele avisa, jogando a cabeça pra trás, encostando no colchão da cama.
Você aproveita a oportunidade e beija o pomo de adão, escorregando a língua pela extensão do pescoço, antes de beijar a clavícula. Estimula ele. Não cessa os beijos molhadinhos, enquanto passa as mãos pelo abdômen do jovem, passando, suavemente, as unhas ali. Sente ele tensionar e sorri travessa. A respiração de parece ainda mais difícil, então você decide dar a cartada final. Pega a mão dele, a guiando até o short larguinho que usava, embrenha os dedos pela calcinha, até que possa o sentir tocando seu pontinho sensível.
Os olhos de Mark arregalam e ele olha pra você novamente, que rebola contra os dedos dele, o estimulando para que continuasse os movimentos e talvez até fosse um pouco mais longe. Ele parece entender o recado e esgueira mais os dedos, sentindo a sua entrada.
“Ah... amorzinho... que delícia....” ele murmura, molhando os dedos na sua excitação.
Você solta um suspiro cortado, sentindo dois dedos de Mark indo fundo. Definitivamente seu melhor amigo sabe o que faz com os dedos... e não é só no violão. Sua visão nubla, sente que pode gozar a qualquer momento, mas não era o que queria. Não ainda.
“Mark, espera...” você pede, sussurrando, mas ele tem um mal tempo em parar. Os olhos dele se fecham e ele se deleita só em dedar você. Só em ouvir o barulho molhado que o contato da mão dele com a tua buceta encharcada já deixava ele em completo êxtase. Só de saber que era ele o causador daquilo. “Mark...” você manha, segurando o antebraço dele. “Eu também quero te tocar...” pede com carinho e pode jurar vê-lo revirar os olhos com pedido tão manhoso e gostoso da gatinha que ele sempre quis.
Você se afasta o suficiente para que ele pudesse abaixar a calça e a cueca, e, assim que vê o pau dele, chega a salivar. Descansava na barriga dele, todo meladinho. A cabeça tão vermelha que te deu a impressão de que se ele não gozasse logo, teria um treco.
“Toca nele...” o Lee pede, fraquinho. E você obedece. Toca suavemente a cabeça inchada. Era o ponto mais sensível dali e parecia que você não tinha a menor ideia disso. Envolve a mão no falo de Mark e começa a movimentar, pra cima e pra baixo, em um ritmo lento, mas bem agradável ao garoto.
Mark amolece completamente, deixando que você brincasse o quanto quisesse. Mas é claro que não podia deixar de cuidar de você também. As mãos ansiosas do seu melhor voltam a te tocar, uma retomava o descanso na tua coxa e a outra, bem, a outra voltava pra dentro de você. Ele sabia que era questão de pouco tempo até que você gozasse, já estava desesperada e bobinha antes de pedir pra tocar nele. Então tornou esse seu grande objetivo daquela tarde: te fazer gozar. Ele precisava.
Os dedos dele foram mais fundo, te fazendo sentir coisas que os outros dois únicos garotos com quem se relacionou, nunca fizeram. Você choraminga, deixando sua testa cair contra o ombro dele, e iguala a velocidade dos movimentos no pau dele. Mark grunhe quando você aperta os dedos, fazendo uma pressão que apertava tão deliciosamente quanto a sua buceta fazia nos dedos dele. Não demora muito até você sentir a porra dele melando sua mão, bem como parte da sua coxa e o abdômen dele.
Você desacelera os movimentos, até apenas segurar o falo de Mark, mas ele não. Na verdade, ele aumenta o ritmo, e você abraça ele pra não desabar ali mesmo. Se sente fraquinha, mas é tão gostoso! Seus quadris se movem novamente, procurando ainda mais contato com a mão dele, se assim fosse possível. Até que você, finalmente, tem seu orgasmo, abafando o gemido alto que poderia ter saído, no pescoço do Lee.
Sente algo molhado, na verdade, encharcado entre vocês e a risada gostosa de Mark.
“Não sabia que você era desse tipo, linda.” ele debocha amorosamente, dando um tapa na sua bunda. Você não entende e se separa dele, olhando a bagunça que você fez. Seu short tava completamente molhado, assim como a calça do garoto e parte da blusa dele. Ele admira seus olhinhos arregalados e o jeito que se envergonha, se escondendo nele de novo. Nunca tinha feito isso!
“Desculpa...” murmura quase chorosa e ele ri, beijando seu ombro.
“Desculpa? Essa foi, literalmente, a coisa mais sexy que eu já vi.” Mark te abraça. “Nem fica preocupada, isso é bom. Quer dizer que eu te fiz sentir bem, então eu tô felizão!” você ri, ainda extremamente tímida.
“E como é que o senhor sabe disso?” você o olha, com as sobrancelha arqueadas e, de repente, o tímido é ele.
“É que... é... eu vi em alguns- um! Um... pornô...” ele admite, todo vermelhinho e agora quem gargalha é você.
“Tudo bem, senhor expert em orgasmos femininos.” você sorri, aproximando o rosto do dele, a fim de beijá-lo. Mark te segura tão carinhosamente, se sente tão amada e bem-cuidada com ele, ainda mais que descobriu, bem, mais ou menos, o que ele havia feito contigo. O beijo dele parecia ainda mais... inebriante, mais caloroso, mais... apaixonado!
Você se ajeita no colo dele, voltando a sentar em cima do pau, que já estava relaxando, e ele sorri, murmurando um “quem é a tarada agora?” Estavam tão perdidos um no outro, prestes a retomar suas atividades que quase não escutam o:
“Mark, chegamos!”
#nct imagines#nct smut#nct fanfic#nct dream fanfic#nct dream smut#mark fanfic#mark smut#𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌ㅤㅤㅤ › mark .ᐟ
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amg tava aqui madrugando e pensei em um cenário com o Matias, o simon, kuku e talvez o pipe tbm onde a leitora tá com MUITA vontade de dar mas tá fora de casa e fica perturbando ele até deixar estressadinho, maluco pra comer ela tbm mas n podem pq é um compromisso serio e demorado e quando finalmente chegarem em casa, ele vai pegar ela de jeito mas n vai deixar gozar nunca, só vai parar quando ver q ela tá muito molinha e necessitada vai sentar com as pernas abertas, os braços atrás da cabeça, mandar ela sentar e falar "vai, se fode ai, vc nao queria? agora se fode no meu pau" bem putinho só observando ela sentar quase perdendo todas as forças e choramingando 😫😫🤤🤤
isso que você descreveu é muito simon!coded eu acredito que por mais "aquariano nato" e safado que ele seja, o simón divide a energia sexual dele super bem, e por energia sexual eu quero dizer energia vital 🤓📝 (coisa de freud aiii dont mind me ele eh meu avô caduco q eu gosto de citar)!!! então ele super viaja e consegue ficar dias sem foder contigo ou até bater uminha, principalmente se estiver viajando pra algum lugar que ele queira muito, que tenha muitas paisagens e pontos turísticos pra se distrair.
e francamente??? ele ficaria muito frustrado/puto/maluco quando você começasse com as provocações. primeiro ele tentaria ignorar com humor, se você mandasse uma fotinho da calcinha que tá usando ele ia falar "que gracinha os ursinhos, vida, pegou de alguma prima emprestado, é?", ou então só responderia meio "que bucetinha gostosa, tô morrendo de saudades, princesa" MAS SEM ENGAJAR porque sabe que se fizer isso - você sendo maluca do sextting - acabaria desenvolvendo um milhão de coisas e nenhum dos dois dormiria cedo.
no terceiro dia com você invocada, ele te confrontaria! "'cê é cheia de mandar essas coisas né, mas quando eu tô ai cadê essa pose? fica igual gata no cio empinando a bunda e me esperando fazer todo o trabalho. não tem vergonha não?", o que vc responde com um "não"☺🎀💞🍃 porque não é vergonha nenhuma pra ti querer dar pro seu namorado gostoso todos os dias😔 (como pode ele ser tão cruel com você que só quer o básico! pau e água! #desumano #heartbroken)
e quando ele finalmente chega, tá todo de saco cheio contigo porque você mandou um video se masturbando exatos 2 minutos antes dele embarcar no voo de madri de volta pra argentina e porra! ele passou quase o tempo todo de pau duro só lembrando dos squelchzinhos que sua bct tava fazendo enquanto vc metia dois dedinhos de uma vez! se recusaria a bater punheta no banheiro do avião e por mais que tivesse na classe executiva não ia aprontar nenhuma prezepada e acabar sendo pego.
quem vai buscar ele no aeroporto é você tb, toda animadinha e emocionada em ter o namorado de volta enquanto o simón tá 😒👍🏻 e cê nem consegue ficar chateada porque sabe muito bem o motivo do estresse e mal humor dele (old que antes de namorarem vc mandou pr ele que queria fazer um inferno na vida de um homem, ent ele já tava ciente).
em casa é uma small talk ali outra aqui, ele toma um banho, você toma o seu em seguida e assim que sai... ele tá la na cama de vcs, pernas esticadas, o pau da barraca armado😝 e ele encostado despreocupadamente na cabeceira. "nem precisa por a roupa", começa assim e se vc se aproxima curiosinha vai logo te puxando pro colo dele. "vc não provocou? agora aguenta, perra. senta bem gostoso pra mim, vai", "mas vc fica muito fundo quando eu vou por cima, mor.."😩, "awnn tadinha dela, até parece que não gosta, né? senta logo, porra" pouquíssimas ideias mesmo. e pra te provocar enquanto vc faz todo o trabalho ele ainda scrollaria no tiktok tipo ah sim, é só isso? - sendo que a cabeça do pau tá tilintando de tão inchadinha de bater na sua cervixzinha💋
#.。.:*✧#geniousbh thoughts#lsdln headcanons#simon hempe headcanons#simon hempe smut#simon hempe reader#ai ele eh uma delicinha#fui influenciada pelos stories dele turistando
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born too late. esteban kukuriczka x fem!reader
fem!reader, esteban kukuriczka x reader, smut.
cw: +18!, smut, penetração, age!play, sex!deprived.
sinopse: o pai da sua melhor amiga sempre foi um desejo seu e finalmente você resolveu realizá-lo.
wn: alguns muitos requests que coloquei no mesmo balaio porque achei que combinavam <3 (diferença de idade + pai de amiga + bebedeira leva a smut + sardinhas + sex!deprived). muito obrigada a todo mundo que pediu! hihihih
"ah, você chegou! muito bem-vinda. adorei seu vestido."
se o senhor kukuriczka desconfiasse que você passou pelo menos três horas na frente do espelho do banheiro se arrumando até chegar naquele ponto, e especificamente para receber um elogio dele, talvez não tivesse dito isso de forma tão livre.
fosse como fosse, você sorriu o mais inocente que conseguiu, se afastando e levantando as abas do vestido como se mostrasse melhor os detalhes da peça - o que, na verdade, não passava de uma desculpa para mostar-lhe as coxas.
e percebeu bem o quanto que o olhar dele se demorou um segundo a mais na pele alva.
"muito obrigada, senhor kukuriczka. muito boa noite."
esteban era o pai de uma das suas amigas mais queridas. super novinho, teve a filha com 15 anos, fruto de um amor de colégio. sabia que tinha se separado não muito tempo depois, e, embora tivesse uma ótima relação com a mãe da sua filha, ele nunca mais tinha se envolvido seriamente com nenhuma mulher.
a própria filha, inclusive, vivia reclamando que seu pai precisava de sexo pra parar de enchê-la o saco.
e você era uma ótima amiga que a ajudaria com isso.
ele era um gostoso. lindo, sensual, com um rostinho perdido que te fazia delirar. coberto da cabeça aos pés de sardinhas adoráveis. tinha um ar de menino, embora falasse e se comportasse como um homem.
era engraçado, gentil e desde a primeira vez que o viu, com só 16 anos, sabia que teria que esperar até os 18 para abocanhá-lo.
vinha provocando-o a muito tempo com esse tipo de interação - mostrava o bíquini novo, pedia ajuda com um zíper de vestido, ia buscar água de madrugada com o pijama mais apertado que tinha no armário.
ele te olhava toda vez, passeando os olhos pelo seu corpo, mas era muito respeitoso e educado para fazer ou agir em relação à você.
mas aquela noite seria diferente.
"as meninas estão se aprontando lá em cima. é melhor alcançá-las antes que botem fogo em tudo!" ele se virou, voltando a atenção para o jantar que preparava, indicando a escada com a cabeça.
murmurou um agradecimento e subiu rapidamente para o quarto da filha dele.
o plano era simples. sairia com as amigas, beberia um pouco, reclamaria de uma dor de cabeça insuportável e pegaria o primeiro uber de volta pra casa. mas opa! teria que voltar para a residência dos kukuriczka pois você infelizmente tinha esquecido sua bolsa com a chave de casa. seria recebida pelo dono da casa e, se os olhares que ele dava para seu corpo fossem verdade, só precisaria de sorte e uma garrafa de vinho tinto.
era perfeito, simples e sem falhas.
essa seria a noite que esteban seria seu.
꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷꒦꒷
a única parte que saiu errado do seu plano é que você tem amigas incríveis que insistiram em te levar pra casa. não tem festa se não estavam todas juntas. foi uma cotovelada na costela de uma delas (que sabia do seu plano) que conseguiu convencer todo mundo a ficar e te deixar ir embora.
com um estalo da língua, desceu do uber e correu em direção a porta da casa de esteban. respirou fundo e tocou a campainha. tinha algumas horas antes que as meninas se cansassem e quisessem voltar pra casa. e não queria perder um minuto se quer.
após alguns ding dongs insistentes da sua parte, o seu objeto de desejo apareceu.
estava visivelmente recém acordado - o cabelo bagunçado, os óculos tortos e mal colocados no rosto. uma blusinha simples de algodão e um shortinho de estampa similar que mostrava as pernas. que sim - eram cobertas por sardinhas.
"você está sozinha? o que aconteceu?" ele parecia atordoado, abrindo espaço para você entrar e olhando para os lados como se procurasse a filha e as outras amigas.
você respirou fundo. showtime.
"a festa estava um saco, senhor. muito menino idiota querendo pegar na minha bunda." balançou a cabeça, reprovando, e fazendo uma carinha exagerada de coitada. os beiços em biquinho. "as meninas quiseram ficar e eu resolvi voltar primeiro. deixamos um vinho gelando e eu queria beber antes de deitar, sabe? pra não estragar a noite."
esteban franziu levemente as sobrancelhas. você segurou a respiração.
"entendi." ele sorriu. ufa. "e você quer companhia pra esse vinho?" trombetas tocaram nos seus ouvidos, que as pontas ficaram coradas como suas bochechas. você concordou com a cabeça e rumou para a geladeira (e esteban foi para o armário que continha as taças).
se ajeitaram no sofá, cada um em uma ponta, e bebericavam em silêncio.
"senhor esteba..."
"já pedi que me chame só de esteban. ou de kuku."
"esteban." você repetiu, sentindo o vinho bater diretamente na sua buceta. e na cabeça, claro. as palavras iam ficando confusas e embaralhadas. "o senh... você sempre teve as sardinhas?"
ele riu, balançando a cabeça positivamente. "sim. era pior, inclusive. mas não tinha no corpo todo." esteban estava visivelmente alegrinho.
você aproveitou para se aproximar, era justamente a informação que gostaria que ele te desse. deslizou no sofá (deixando o vestido deslizar junto), ficando a centímetros de encostar no corpo dele. virou-se, agora sentada com as pernas cruzadas, encarando o perfil do homem.
"posso fazer uma pergunta indelicada?" piscou os olhos, deixando a cabeça pender para o lado com inocência.
"claro." ele virou para te encarar, abrindo levemente as pernas.
conseguia ver uma leve ereção delineada no tecido fino do short que ele ainda usava. tinha certeza que estava a segundos de pingar seu próprio prazer no sofá.
você terminou a taça do vinho de uma vez só, para te dar coragem.
"você tem sardinhas no pau também?"
ele riu, claramente pego de surpresa. balançou a cabeça, um tanto quanto nervoso. mas bagunçou os próprios cabelos e deu de ombros.
"por que você não vem aqui e descobre?"
era tudo que você precisava. engatinhou com destreza para cima do colo dele, levantando o vestido para encaixar a cintura e a própria buceta latejante no membro alheio.
você abaixou as alças do vestido, deixando os seios à mostra e capturando uma das mãos do homem mais velho para que te apalpasse.
"eu não faço isso à muito tempo." ele confessou em um sussurro. o pau ficava cada vez mais duro - você conseguia sentir por entre as camadas de roupa ele crescendo na medida que apertava seu seio com mais força e vontade.
"e não está com vontade de fazer?" perguntou, manhosa.
"é que talvez eu goze rápido."
você riu. quis dizer-lhe que ele gozaria rápido de qualquer forma - você era gostosa e sentava bem. o pobre esteban não tinha por onde escapar.
com alguma dificuldade, se moveu para retirar a calcinha do corpo sem sair de cima do colo alheio. ele tirou a mão do seu corpo e colocou o pau para fora.
estava todo babado, vermelho e sem nenhuma sardinha. pena. mas a virilha e a barriga eram cobertas. fez uma nota mental de beijar todas na próxima oportunidade que tivesse.
"você tem camisinha?" infelizmente tinha esquecido a sua na bolsa.
"camisinha? não. eu vou gozar dentro." ele disse como quem fala que prefere o pimentão amarelo que o vermelho. uma naturalidade incrível para o momento.
"mas..." você até tentou insistir, mas ele colocou a mão sobre seus lábios.
"mas nada. seja uma boa menina e deixa sua buceta engolir toda a minha porra."
ficou chocada com a forma que ele falou. seu corpo estremeceu. a boca tapada deixava uma falta de ar que só te deixava com mais tesão.
esteban levantou sua cintura e ergueu seu corpo sem muita dificuldade, encaixando sua buceta no pênis ereto de uma vez. você gemeu de dor - a ardência era suportável mas muito incomoda.
agarrou-se aos ombros masculinos, passando os braços por seu pescoço. escondeu o rosto na curvinha do ombro.
"não é sua primeira vez fazendo isso, não é, linda?"
só negou com a cabeça. não era virgem - apesar de desejar esteban desde que era. mas não chegaria para um homem experiente como aquele sem saber ao menos o básico.
"então não vai ter problema. vou te comer como se come uma mulher. bem melhor que esses idiotas que você tem pegado por aí."
você só sabia gemer. esteban - senhor esteban - me come - me faz mulher e várias outras coisas que saiam sem o menor controle dos seus lábios. ele te comia devagarinho, a cintura se mexendo sem muito esforço e com muito controle.
você mexia a cintura, desesperada pela fricção. era tudo extremamente inebriante - o sonho realizado, o cheiro do homem, o orgasmo que vinha cada vez mais próximo.
de repente, ele começou a meter com força. em pouquíssimas estocadas, gozou.
tirando o rosto do seu esconderijo, você sorriu. finalmente.
ele aproveitou seu rosto e te beijou com paixão, deixando os lábios deslizarem com delicadeza.
"espero que tenha melhorado sua noite."
"melhorou sim, senhor esteban."
#gente eu to com uma dor de cabeça horrorosa desculpem qualquer erro#esteban kukuriczka x reader#esteban kukuriczka#lsdln cast#lsdln#ffs
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